31 março 2009

vocação I

A primeira for ser estilista, que é como se dizia designer de moda nos anos 80. Durou até aos 15 anos. E por que é que queria ser estilista? Não, não era porque gostava de roupa e de moda (nunca gostei), era só porque passava os dias e as aulas a desenhar modelos com variados estilos de vestuário. Senhores, ainda bem que não segui esta vocação, que não tenho paciência nenhuma para a palhaçada toda que envolve o mundo da moda (com o devido respeito). Mas tenho saudades de desenhar. Já não desenho há tanto tempo...

Relacionadas com as artes plásticas estiveram também outras vocações como: ilustradora de livros infantis, publicitária, ceramista, desenhadora de jóias e desenhadora de banda desenhada.

vocação

(provavelmente já escrevi sobre este tema mas, depois de 3 anos e tal de blogue, com a esclerose assolapada nas sinapses dos neurónios que me morrem a cada dia, não tenho a certeza. A quem já leu aqui sobre o assunto, as minhas desculpas)

Não compreendo as pessoas que têm dupla personalidade. É que eu tenho pelo menos umas 37 e é nos dias em que não consumo nenhuma substância estupefaciente. Isso implica que, se pudesse, gostava de viver muitas vidas diferentes (e quem não gostaria?). E se consigo alguma estabilidade ao nível relacional, ao nível profissional já é mais complicado. É que eu gostava de fazer tantas coisas! Todos os dias me lembro de uma nova. Adorava ser como aqueles que, desde pequenos, têm muita certeza que querem ser astronautas, ou arquitectos, ou professores. Eu já quis ser isso tudo e muito mais. Por isso, vou iniciar uma ronda de algumas profissões que já pensei abraçar, com as suas vantagens e desvantagens, e vamos lá a ver onde é que isto vai dar.

30 março 2009

inocência

- Filho, o que é que estás a fazer?
- Disparate.

27 março 2009

eu não sou viciada em sapatos, a sério

Alguém faça o favor de entrar com uma ceifeira-debulhadora pela porta adentro da Seaside que fica a 200 passos de minha casa. E deite aquilo tudo abaixo de modo a que eles tenham de reabrir a loja num sítio mais distante. É que eu não sou pessoa de andar a comprar sapatos todos os meses mas, de cada vez que tenho de ir ao multibanco, aos correios, à farmácia, ao banco, lá está aquele anúncio azulão com a malandreca da Diana Chaves de rabiosque empinado a chamar-me para comprar mais um par. Não é por nada, é só que não tenho mais espaço debaixo da cama.

25 março 2009

como não tenho nada interessante para dizer

Hoje só vos conto que a minha manhã começou com o meu cão a tentar comer o conteúdo do bacio do meu filho. Muito biscoitinho de lavar os dentes vai ele ganhar à custa disto!
Pronto, ou era isto, ou voltava às crises existenciais para as quais já nem eu tenho paciência.

23 março 2009

vade retro

À pessoinha que arranjou uma boneca de trapos, chamou-lhe gralha, e agora tem vindo a entreter-se a espetando-lhe agulhas - primeiro uma no pé, depois na cabeça, depois na garganta, depois no ouvido: ouça lá, se tem algum problema comigo, dê-me logo umas chapadas ou um murro no estômago. Agora, estas maleitazinhas da treta dão logo para ver que me anda a fazer vudu da loja dos 300. Gente mais brega.

20 março 2009

auto flagelo

Se há coisa que me irrita são as gralhas (nos textos).

Não tenho mais nada para dizer hoje, olhem, desculpem lá. Bom fim-de-semana.

19 março 2009

pai

Apesar de achar que o meu marido é o melhor pai do mundo, também acho que o meu pai é o melhor pai do mundo. E espero que haja por aí muitos outros melhores pais do mundo. Mas hoje, enquanto estava sentada na varanda da casa dos meus pais, que acolhem mais uma vez a família gralha temporariamente desmembrada, olhava para as novas flores que o meu pai andou a plantar e percebi. Percebi por que é que o meu pai é o melhor pai do mundo: porque a dedicação que coloca naquelas plantas (e em tantas outras coisas) nasce da mesma fonte de onde vêm os maiores tesouros que me deu ao longo da vida - a segurança, o amor e a alegria.

17 março 2009

o meu pé esquerdo

Está todo desgraçado. Mais concretamente, o tornozelo. Ia eu ontem a entrar para o carro e, de repente, o espaço entre o passeio e a estrada traíu a minha esbelta pata de ave.
A parte mais chata é que conduzir obriga-me a um esgar pouco simpático cada vez que tenho de meter uma mudança (acho que vou andar sempre em primeira nos próximos tempos). A parte mais gira é que consegui superar-me no que diz respeito a figuras tristes no caminho para o trabalho: até aqui, ia sempre literalmente a correr (é o que dá morar mesmo ao lado do emprego); agora, vou ao pé coxinho. E, sim, é muito engraçado ver alguém muito descansadamente a andar ao pé coxinho nas movimentadas ruas de Lisboa. Esse alguém sou eu.

Não, Inesa, não me preocupo com a figura ridícula que faço. É que, a mim, também me dá vontade de rir.

16 março 2009

breves da festa

Afinal, cabem mesmo 30 pessoas em minha casa.
Preciso de ter mais um filho urgentemente para que a partilha se torne uma coisa mais natural para o Gustavo.
As multidões têm o mesmo efeito na minha cabeça que o alcoól (mas sem a parte de me dar vontade de dançar).
No próximo ano, arrisco mesmo uma festa ao ar livre (já é o terceiro ano consecutivo em que está bom tempo nesta altura).
O Matias comeu não só as migalhas como o que restou do bolo de chocolate.
O Gugas gosta de sumos com picos. E sem picos. Continua por descobrir a substância comestível de que ele não gosta.
O aniversariante ficou caladinho e envergonhado, de olhos brilhantes, sempre que se cantou os parabéns. É mesmo um Peixinho, o meu filho: alegre, sociável, mas envergonhado quando percebe que estão todos a olhar para ele.

12 março 2009

2 anos

Tantas coisas que eu podia dizer hoje - porque dois anos já é muito tempo - mas aquilo que me vem, de repente, à cabeça é que há paixões que duram mesmo para para sempre, pelo menos as que sentimos pelos nossos filhos.
Gugas, meu filho querido, não podia sentir mais orgulho do que o que sinto por ti. Sinto-me humilde perante a grandeza das tuas conquistas diárias e a pessoa maravilhosa em que te vais transformando. És um rapazinho muito bom, alegre, curioso, inteligente, simpático, cheio de imaginação. E sei que és feliz. Estes dois anos foram um tesouro incomparável. Muitos parabéns meu amor.

11 março 2009

downshifting

Gosto mesmo muito de ir deixar o filhote à creche e depois ir ler e apanhar sol para o jardim da Gulbenkian até ao meio dia. E gosto de o ir buscar à tarde e ter tempo de ir ao parque infantil antes de passarmos pela mercearia para preparar o jantar. E andar devagarinho de mão dada, enquanto lhe explico os semáforos, o dinheiro para pagar as compras, o gosto que o Matias tem por chouriço.

(porque é importante lembrar-me destas coisas quando o saldo da conta raramente passa os 3 algarismos)

09 março 2009

duas questões cibernáuticas

Se eu não aderir ao Twitter (simplesmente porque não me apetece e porque toda a gente agora tem de o fazer) torno-me um fóssil das redes sociais?

Se o meu blogue não tiver o nome de um acessório/peça de vestuário/alimento divertido (i.e. "mini-saia", "sapatos de agulha", "goma de framboesa fosforescente", end sóion end sóion) isso significa que não sou uma mulher jovem, fresca, não feminista porém consciente, a eterna romântica e ainda assim desligada?

Aposto que este post vai ser comentado. O anterior, dos velhinhos, não. Ninguém liga aos velhinhos. Este fala de parvoeira, pumba, vai logo levar montes (sei lá, 2) de comentários.

06 março 2009

velhos embirrentos

Acabo de ter uma revelação que só prova que caminho mesmo a passos largos para a terceira idade: percebi por que é que há tantos velhotes que implicam com as crianças. Antes pensava que era porque já não se lembravam do que é ser criança mas agora já sei que nunca deixamos de nos sentir crianças.

(podia jurar que tenho 10 anos...)

Não, a verdade é que sentem vontade de estar próximos dessas crianças, de se deixarem contagiar pela sua juventude, e não conhecem outro modo menos trapalhão de interagir com elas senão embirrando, corrigindo, dando conselhos não solicitados.
Eu não vou ser uma velhota assim, não senhor. Eu vou encher a alma das risadas estridentes e de sorrisos muito frescos. E vou ficar sentadinha à espera que um deles me peça para contar uma história.

04 março 2009

lata

O meu irmão é a pessoa com mais lata no mundo. Eu orgulho-me de ter uma latózia desgraçada e de lhe ter ensinado muitos truques, mas tenho de reconhecer que ele já me bate aos pontos. E parece que as minhas tias também são assim. Não percebo por que é que isto me dá um orgulho genealógico tão grande, como se fossemos grandes cientistas ou escritores de renome, mas dá. E é muito útil em algumas ocasiões, também tenho de reconhecer.

(exemplo da garganisse: acaba de mandar uma foto dele com o Giorgio Armani, depois de ter arranjado maneira de ser convidado para uma festa privada da semana da moda de Milão.)

03 março 2009

living on the edge

Para além da nostalgia dos anos 90 que esta música evoca, sou só eu que me sinto tentada a viver sempre nos limites?

02 março 2009

carnaval

(não, não é para vos confundir, é mesmo um post já muito atrasado)

foto retirada

Este ano o Gustavo lá conseguiu que a mãezinha se convencesse a mascará-lo e assim foi, de pintor. O pior foi convencê-lo a tirar a boina ao fim do dia. Pronto, etapa superada, venham agora os preparativos para o aniversário.

Boa semana a todos :)