30 abril 2010
isto pode parecer básico
Mas como é que vocês, mães adeptas do biberon, fazem para o aquecer quando andam na passeata? Entram num café e pedem para aquecer no microondas? Levam num termos? Aquecem no motor do automóvel (esta eram os meus pais, mas tenho dúvidas acerca da salubridade desta opção)? Caramba, agora é que vejo como as maminhas são práticas.
29 abril 2010
estou a precisar é de um par de estalos
OK, são 14h, acabei de deitar os dois e chego à conclusão que não tenho NADA para fazer. Olho para o lava-louças, tudo lavado. Não há roupa para passar. Não está na hora de tirar leite. Não há anúncios de empregos para responder. Já arrumei as roupas antigas do Diogo. Até o pó limpei ontem. Isto assim começa a fazer-me nervoso miudinho, porque já não sei o que é ficar parada. Podia sempre ir limpar o frigorífico... Ou então vou perder a cabeça e, sei lá, RELAXAR durante uns breves minutos antes de o Diogo acordar outra vez.
28 abril 2010
os sentidos do silêncio
Cá por casa, o silêncio - raríssimo! - pode ter muitos sentidos. Num dia, significa que o Gugas deu uma de Leonardo da Vinci e resolveu pintar paredes, armários, mobília, brinquedos e ele próprio com os marcadores (saiu tudo com alcoól, paciência, não volta a acontecer); no dia seguinte, é porque o artista se resolveu deitar ao lado do irmão no tapete de actividades e fazer-lhe festinhas na cara com uma ternura indescritível, sem saber que o estou a ver, sem razão nenhuma de especial. Às vezes a vontade de chorar também se deve a estas surpresas que nos enchem o coração.
25 abril 2010
as nuvens escuras
Não tenho escrito muito porque ninguém tem paciência para posts lamurientos. Mas são esses que tendem a sair-me dos dedos nos últimos tempos. Isto anda difícil. Sinto-me muito cansada psicologicamente e assoberbada com tudo o que há a fazer. E, sim, continuo a viver bastante isolada e sem grandes oportunidades de sair e apanhar ar, porque isso implica sobrecarregar um marido que tem de trabalhar e já faz muito para me ajudar. Para dizer a verdade, há uma grande parte de mim que só tem vontade de ter 21 anos e sair daqui a correr sem ter quem dependa de mim. E sinto-me horrivelmente por pensar nessas coisas. Mas tenho de acreditar que as coisas hão de melhorar e, sobretudo, tenho de me endireitar para poder voltar a reconhecer a dádiva absolutamente preciosa que são os meus filhotes.
23 abril 2010
olá lisbooooaaaaa!
Uma gralha está bem longe de ser um rouxinol mas a verdade é que o meu pinto mais miúdo adora ouvir-me cantar. Aproximo-me a passos largos da realização do meu sonho mais impossível, que é cantar num palco gigante, num daqueles mega-concertos, e ter o público todo a vibrar com o grande show que estou a dar (claro que também danço como a Beyoncé neste sonho, mas com umas coxas mais delgadinhas). Não tenho milhares de pessoas a assistir mas já é muito bom um bebé sorridente, que palra em coro e acaba por adormecer se escolher os temas certos. Principalmente nesta fase da vida, em que adormecê-lo é uma das maiores realizações diárias.
19 abril 2010
fui desgraçar-me nos saldos
(post dedicado à Ana C. Não tive tempo de tirar as fotos sem cabeça mas isto e quase tão bom)
E o que é que faz uma pessoa que não tem mais nada que fazer num dia frescote mas está que nem pode para tirar o choro de filhos dos ouvidos? Compras. Não é dificil quando se vive na Nação dos Armazéns, com imensa variedade e sempre em saldos brutais. Ainda por cima, cá consigo os tamanhos "petite", que evitam que ande a fazer bainhas e a dobrar as mangas das camisolas. Pronto, já tenho uns modelitos para quando voltar a ser uma mulher adulta-com-um-emprego-e-tudo. Só falta o emprego.
18 abril 2010
all you need is (to) laugh
Ontem fomos ao cinema e vimos um filme que se calhar é só uma parvoeira fraquinha mas, para quem já não ia ao cinema há não faço ideia quanto tempo, soube muito bem. Ri-me do princípio ao fim, principalmente porque me estava a rir de mim (é a história de um casal com dois filhos que vive na Nova Jérsia). Já me tinha esquecido de como faz bem rir e de como ver a cena sob outra perspectiva acaba por minimizar certas coisas. Ah, chama-se Date Night e não sei se já chegou aí.
17 abril 2010
deve ser por ser Abril (logo eu, tão reaccionária)
Hoje disse o que pensava. A várias pessoas que estavam a precisar de o saber. Se calhar, magoei. Mas já ando calada, pisada, apagada há demasiado tempo e não há nada que me roube tanto o que sou como isso. Só a perda da liberdade. Uma gralha é isso: uma voz que não se cala e umas asas sempre prontas a levantar vôo. Não posso voltar a esquecer-me disso.
p.s. E percebo agora por que é que eu sou tão bruta por natureza (pronto, também é porque nasci com esse jeitinho especial): é que, mesmo assim, houve quem não tivesse percebido nada do que queria dizer.
p.s. E percebo agora por que é que eu sou tão bruta por natureza (pronto, também é porque nasci com esse jeitinho especial): é que, mesmo assim, houve quem não tivesse percebido nada do que queria dizer.
16 abril 2010
uma questão de individualidade
Estou mesmo a ver que hoje toda a gente vai discordar de mim, mas esta é mesmo a minha opinião. Falo do hábito de, quando há vários filhos, ao oferecer-se uma coisa a um, ter de se oferecer também ao outro. De preferência, do mesmo valor. Sou contra.
Se é o aniversário de alguém, por que é que o outro também há de receber alguma coisa? Também tem o seu aniversário noutro dia. Mais ainda, se passar numa loja e vir alguma coisa adequada para um dos meus filhos, não vou necessariamente à procura de algo para o outro para equilibrar a coisa, como se eles fossem os pratos de uma balança. Acho que isso faz parte da noção de indivíduo e também acho que é importante aprendermos a ver outros a ter e nós não. Se tivermos auto-confiança, sabemos que não é por falha nossa ou porque gostam menos de nós, é só porque não aconteceu assim. Foi sempre isso que senti em relação ao meu irmão. É que este hábito das partilhas obrigatoriamente igualitárias e simultâneas, do bom ou do mau, faz-me achar que os filhos não são seres únicos mas fatias de um mesmo bolo.
É como aqueles casais que, quando a mãe acorda para amamentar, o marido tem de estar acordado por solidariedade, mesmo que não esteja a fazer nada. Não consigo compreender como é que se sentem os dois melhor por isso. Eu prefiro ver o meu marido a dormir descansado e saber que, quando eu precisar, ele vai acordar e eu posso enfiar-me debaixo dos lençóis e fingir que estou noutro planeta.
Se é o aniversário de alguém, por que é que o outro também há de receber alguma coisa? Também tem o seu aniversário noutro dia. Mais ainda, se passar numa loja e vir alguma coisa adequada para um dos meus filhos, não vou necessariamente à procura de algo para o outro para equilibrar a coisa, como se eles fossem os pratos de uma balança. Acho que isso faz parte da noção de indivíduo e também acho que é importante aprendermos a ver outros a ter e nós não. Se tivermos auto-confiança, sabemos que não é por falha nossa ou porque gostam menos de nós, é só porque não aconteceu assim. Foi sempre isso que senti em relação ao meu irmão. É que este hábito das partilhas obrigatoriamente igualitárias e simultâneas, do bom ou do mau, faz-me achar que os filhos não são seres únicos mas fatias de um mesmo bolo.
É como aqueles casais que, quando a mãe acorda para amamentar, o marido tem de estar acordado por solidariedade, mesmo que não esteja a fazer nada. Não consigo compreender como é que se sentem os dois melhor por isso. Eu prefiro ver o meu marido a dormir descansado e saber que, quando eu precisar, ele vai acordar e eu posso enfiar-me debaixo dos lençóis e fingir que estou noutro planeta.
15 abril 2010
apetece-me ganir
E pronto, é só isto hoje. E mesmo assim já vai dar molho. Lamento imenso, mas é o que acontece quando estamos isolados e um blogue é a única maneira de desabafar.
12 abril 2010
brincando aos filhos únicos
10 abril 2010
american life
Vivo nos EUA há mais de 6 meses. Ainda não é muito mas, de certa forma, parece uma eternidade. De qualquer forma "o gralhar está ao alcance de todos", pelo que já me sinto capacitada a dizer o que acho da vida aqui e dos seus habitantes.
Já reconheci que há muitas coisas boas aqui. Este é o país de eleição para quem viveu uma infância de penúria a olhar para as lojas de doces (e brinquedos, e carros, e electrodomésticos...) e nunca pôde entrar. Aqui, qualquer um se pode sentir rei. Mas eu, felizmente, não cresci na penúria e a componente material nunca foi muito atractiva. O que acho dos americanos? Primeiro, são muitos e muito diferentes. Mas o ideal americano é, sem dúvida, individualista, consumista e fixado no conceito de sucesso, um sucesso medido pelo rendimento anual. Esses são os traços que mais me desagradam nesta cultura. Em contrapartida, agradam-me muito outras coisas. Adoro a falta de formalismos excessivos e deverências desnecessárias. Adoro que todos se tratem pelo primeiro nome. É muito bom também o sentido prático e a eficiência que imperam em todo o lado. E sabe bem viver no meio de gente que não anda sempre de trombas, como a maioria dos portugueses. Pode ser muitas vezes uma alegria ingénua ou até fabricada, mas sabe bem ver sorrisos e bom humor. E eu, estou mais americana e menos portuguesa? Gosto de acreditar que estou um bocadinho mais simpática, mas o bicho europeu, velho, desconfiado, dado a dramatismos, nunca vai deixar de fazer parte de mim.
Já reconheci que há muitas coisas boas aqui. Este é o país de eleição para quem viveu uma infância de penúria a olhar para as lojas de doces (e brinquedos, e carros, e electrodomésticos...) e nunca pôde entrar. Aqui, qualquer um se pode sentir rei. Mas eu, felizmente, não cresci na penúria e a componente material nunca foi muito atractiva. O que acho dos americanos? Primeiro, são muitos e muito diferentes. Mas o ideal americano é, sem dúvida, individualista, consumista e fixado no conceito de sucesso, um sucesso medido pelo rendimento anual. Esses são os traços que mais me desagradam nesta cultura. Em contrapartida, agradam-me muito outras coisas. Adoro a falta de formalismos excessivos e deverências desnecessárias. Adoro que todos se tratem pelo primeiro nome. É muito bom também o sentido prático e a eficiência que imperam em todo o lado. E sabe bem viver no meio de gente que não anda sempre de trombas, como a maioria dos portugueses. Pode ser muitas vezes uma alegria ingénua ou até fabricada, mas sabe bem ver sorrisos e bom humor. E eu, estou mais americana e menos portuguesa? Gosto de acreditar que estou um bocadinho mais simpática, mas o bicho europeu, velho, desconfiado, dado a dramatismos, nunca vai deixar de fazer parte de mim.
09 abril 2010
adorava escrever qualquer coisa sobre qualquer coisa que não filhos
Mas agora a minha vida é mesmo só isto. Eu amo de paixão os meus ricos rebentinhos, mas diz que havia uma pessoa antes com características próprias, sentido de humor, ideias, sei lá. Bom fim-de-semana para vocês. Esta foi boa agora, fim-de-semana. Já não me lembro do que é "fim-de-semana". E férias, então? Xinapá, isso é que era bom. Pronto, agora vou parar de escrever porque já se deve estar a notar o desequilíbrio mental.
07 abril 2010
bebés e ambientalismo
Os bebés são, ao mesmo tempo, uma chamada de atenção para a necessidade de preservar o Planeta e uma grande desculpa para a preguiça no cuidado com a protecção do ambiente. Verdade seja dita: uma mãe mal dormida há não sei quanto tempo tem pouca paciência para usar menos a máquina de louça, para encher a máquina de roupa, para recusar todas as facilidades prontas-a-usar-e-deitar-fora. Ainda assim, lá resolvi quase abolir as toalhitas, mudar para as almofadas de amamentação reutilizáveis - que não recomendo, é ver o leite a pingar para tudo quanto é roupa, mas lá faço o sacrifício - e para as fraldas reutilizáveis. Estas, que chegaram no Sábado (como eu adoro as compras online!) e custaram cerca de 160 euros (20 unidades). Vamos lá ver, depois logo dou o meu veredicto.
06 abril 2010
o limite (ou ainda a saga da maminha)
Descobri agora que tenho um limite na minha capacidade de me preocupar. Apesar de ser uma violência primordial para uma mãe ouvir um filho chorar com fome e não poder acudir. Apesar de me custar respirar, pensar noutra coisa, tratar do filho que come. Chega uma altura em que temos de parar um pouco e pensar que já estamos a dar o nosso melhor, que ele vai crescer, que a coisa há de melhorar. A racionalidade custa muito nestas alturas e só dura até à próxima hora em que tentamos de novo. Mas é o meu filhinho muito pequenininho, que precisa de mim com a cabeça no sítio e a sorrir para ele, sempre, mesmo quando engulo as lágrimas de frustração.
01 abril 2010
segundo mês
Filhote pequenino, que mês atribulado foi este! Já vais fazendo intervalos de 4 a 5 horas de noite mas o difícil é fazer-te mamar, uns dias melhores do que outros. Tens de estar para aí virado, muito sossegadinho, e que nada te perturbe. Quando a coisa corre de feição, brindas-me com uns grandes sorrisos (ainda um exclusivo da mamã) e com gritinhos muito determinados, como se tivesses já vontade de conversar comigo. Continuas a adorar tomar banho, com a água muito quente - como também gostas do leite - e já começas a tentar alcançar os brinquedos, mas falhas redondamente. És um bebé calminho e és a coisa mais linda do mundo quando ficas sonolento e afocinhas na curva do meu braço. Conhecer-te um pouco mais a cada dia faz-me apreciar-te a amar-te cada vez mais.
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