10 fevereiro 2014

de pernas para o ar

Agora és mãe. Se eras uma mulher metódica e organizada, tens de habituar-te ao caos e ao improviso. Se eras descontraída e espontânea, tens de dobrar-te às rotinas e às obrigações regulares. Desejas uma coisa e tens outra (ainda melhor). Sentes dores alheias como próprias. Apagas fogos em bochechas febris com beijinhos. És acrobata e rochedo, ninho e combustível. Redescobres tantas coisas melhor do que da primeira vez. Vives infâncias de empréstimo e assumes responsabilidades com a insegurança de quem nem sempre vê um adulto ao espelho. Dizes muitos sins, muitos nãos, demasiados an-hans. Distribuis abraços em abundância e recebes a dobrar. És a pessoa mais importante do mundo para alguém pequenino e preparas o coração para o dia em que deixares de o ser. Hoje ainda não, amanhã talvez.

Para a minha motoqueira, que me inspirou logo pela fresquinha.

6 comentários:

  1. Que lindo, Gralha! É tudo isso e muito mais... e bom, tão bom! :)

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  2. Fofa! :)
    "assumes responsabilidades com a insegurança de quem nem sempre vê um adulto ao espelho", ahahahahaah so true!

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  3. Adoro ler os teus posts sobre maternidade :)

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  4. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  5. mto bem escrito disseste tudo!
    bjinhos

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