Sou das pessoas menos consumistas que conheço. Ninguém me apanhará deliciada às compras num centro comercial, à procura de mais um par de sapatos ou daquela mala perfeita. Compro sapatos para calçar com a roupa que tenho, compro roupa para substituir ou combinar com a roupa que já tinha - sim, é verdade, acabo por andar muitas vezes com muito tempo de atraso em relação à moda.
Só que há coisas que são uma tentaçãozinha, como os livros. Por isso, não tendo eu tempo nem dinheiro para ir à Feira do Livro, nem sequer paciência para procurar todas as coisas que não lembram ao diabo (tenho a certeza que o espertalhão do diabo é um leitor ávido) nas livrarias mais bem fornecidas, resta-me a Amazon.de, onde parece que nem custa nada comprar e há tudo, das mais diversas origens e nas mais variadas línguas. Segurem-me, senão não paro.
31 maio 2006
revolução dentária II - o triunfo
A nossa campanha está a dar frutos! Enquanto lavava os dentes há pouco, entrou sorrateiramente uma desconhecida, sacou da sua escova de dentes e zuca. Antevejo um futuro sorridente nesta universidade.
29 maio 2006
mais vale ser novo, bonito e rico
do que velho, feio e pobrezinho. Isto é um ditado bastante palerma a que recorro de vez em quando e que faz muito sentido actualmente. Tenho as costas que não me mexo, os braços cobertos de tinta que não sai, as unhas num estado deplorável, as mãos cheias de bolhas, uma miséria! Isto de uma gralha não ter dinheiro e ter de ser ela e o seu moço a pintar toda a casa, a carregar móveis, descarregar móveis, montá-los - durante um fim-de-semana em que estiveram 30 e tal graus, by the way - está-me a fazer vir ao de cima o mais refinado burguesismo e preguicite aguda... Está bem que depois dá gozo ver as coisas todas bonitinhas, que nos deram tanto trabalho, mas eu preferia ter dado trabalho remunerado a gente com mais corpinho para isto enquanto eu ia tranquilamente para a praia pôr as minhas leituras em dia. Enfim, já só faltam mais algumas dezenas de móveis...
25 maio 2006
revolução dentária
O meu colega G., como bom brasileiro que é, chegou a terras lusas e logo tratou de hastear a bandeira da saúde oral. Não descansou enquanto eu não comprei uma escova de dentes para ter no gabinete e todos os dias, depois do almoço, só falta arrastar-me até à casa-de-banho para a devida lavagem da dentuça. Mais, está tão empenhado na sua causa que desfila pelos corredores de escova em riste, qual D. Quixote lutando contra os moinhos das cáries alheias, e faz questão que toda a gente perceba que é imperativo trabalhar para um sorriso bem luminoso.
Em vão tentei explicar-lhe que a lavagem de dentes não é um acto social cá na nossa terra, que o pessoal não se sente muito à vontade perto de outros, a babar espuma e fazer caretas em frente ao espelho. Bem, pelo menos sempre fico com os dentes mais branquinhos.
Em vão tentei explicar-lhe que a lavagem de dentes não é um acto social cá na nossa terra, que o pessoal não se sente muito à vontade perto de outros, a babar espuma e fazer caretas em frente ao espelho. Bem, pelo menos sempre fico com os dentes mais branquinhos.
24 maio 2006
afinal, de quem é a festa?
No sábado fui a um casamento de uma filha de um amigo do meu Pai que, por acaso, também andou comigo no remo e também foi colega do L. na escola. No entanto, nunca fomos grandes amigas, só fui ao casamento porque o meu Pai insistiu que era importante para o amigo dele. À partida, discordei da ideia mas lá fui - nunca recuso à partida a oportunidade de comer bolos até à indigestão.
À medida que fui dando voltas pelo recinto e serpenteando pelos 250 convidados comecei a notar uma coisa muito estranha: não havia gente abaixo dos 40 anos. Comecei a interrogar-me se estaria numa daquelas ilhas onde não há pássaros, porque alguém trouxe cobras de outras paragens e lá se foi o chilrear. Mas não, simplesmente, os convidados eram quase todos amigos dos pais dos noivos. Amigos dos noivos devo ter visto, no máximo, uns 15.
Sou só eu que acho que há alguma coisa de estranho nisto? Por que é que a festa de um casamento há de ser uma festa para os pais dos noivos - inclusive só com música da época deles - e não para os noivos propriamente ditos? Está a celebrar-se a formação de um casal ou o facto de se ter conseguido despachar os miúdos lá de casa?
Pronto, não queria ser tão amarga mas o casamento é um tema muito delicado para mim e gostava que o meu fosse uma festa nossa, incluindo dos nossos pais, mas não feita por e para eles.
À medida que fui dando voltas pelo recinto e serpenteando pelos 250 convidados comecei a notar uma coisa muito estranha: não havia gente abaixo dos 40 anos. Comecei a interrogar-me se estaria numa daquelas ilhas onde não há pássaros, porque alguém trouxe cobras de outras paragens e lá se foi o chilrear. Mas não, simplesmente, os convidados eram quase todos amigos dos pais dos noivos. Amigos dos noivos devo ter visto, no máximo, uns 15.
Sou só eu que acho que há alguma coisa de estranho nisto? Por que é que a festa de um casamento há de ser uma festa para os pais dos noivos - inclusive só com música da época deles - e não para os noivos propriamente ditos? Está a celebrar-se a formação de um casal ou o facto de se ter conseguido despachar os miúdos lá de casa?
Pronto, não queria ser tão amarga mas o casamento é um tema muito delicado para mim e gostava que o meu fosse uma festa nossa, incluindo dos nossos pais, mas não feita por e para eles.
19 maio 2006
as mesmas caras, um sítio diferente
Ontem à noite fui a uma grande festa, no Museu Nacional de Arte Antiga, por ocasião da abertura da exposição "Grandes Mestres da Pintura Europeia: de Fra Angelico a Bonnard. Colecção Rau". Infelizmente, cheguei tão tarde que só vi a exposição de fugida mas valeu a pena só pelo ambiente no jardim, na esplanada sobre o rio, em que toda a construção antiga e vegetação bucólica combinavam tão bem com os efeitos de luzes e a música a bombar na batida certa.
Mas o mais divertido foi o facto de ter ido com os meus colegas de trabalho. Ver toda esta gente, que costuma ser tão compostinha - são investigadores e professores universitários - a soltar a franga como (ao que parece) há muito não tinham oportunidade foi uma graça e, ao mesmo tempo, deu para fortalecer ainda mais as cumplicidades que já tinhamos. Já disse que gosto muito dos meus coleguinhas? Gosto muito dos meus coleguinhas.
Mas o mais divertido foi o facto de ter ido com os meus colegas de trabalho. Ver toda esta gente, que costuma ser tão compostinha - são investigadores e professores universitários - a soltar a franga como (ao que parece) há muito não tinham oportunidade foi uma graça e, ao mesmo tempo, deu para fortalecer ainda mais as cumplicidades que já tinhamos. Já disse que gosto muito dos meus coleguinhas? Gosto muito dos meus coleguinhas.
18 maio 2006
pessoas perfeitas
Vocês conhecem alguma pessoa perfeita? É que eu conheço. E tenho de lhe escrever uma fita para a benção do próximo Sábado. Não é nada fácil, portanto.
Ela é simpática, inteligente, doce mas determinada, corajosa mas sem se procurar sobrepôr a ninguém, criativa, trabalhadora, honesta, atenciosa, disponível, bem-disposta... Sim, e gira e elegante. Até tem 22 anos e, como dizia o Herman, ninguém tem 22 anos. Se fosse homossexual, de certeza que me apaixonava por ela.
O que é que eu hei de escrever? Para uma pessoa assim não se pode escrever banalidades. Mas também não posso fazer este discurso assim tão elogioso porque não a quero embaraçar. Quem me dera ser daquelas pessoas muito cultas que têm sempre a citação certa para cada momento na algibeira. Não sou, por isso escreverei qualquer coisita simples, do coração.
Ela é simpática, inteligente, doce mas determinada, corajosa mas sem se procurar sobrepôr a ninguém, criativa, trabalhadora, honesta, atenciosa, disponível, bem-disposta... Sim, e gira e elegante. Até tem 22 anos e, como dizia o Herman, ninguém tem 22 anos. Se fosse homossexual, de certeza que me apaixonava por ela.
O que é que eu hei de escrever? Para uma pessoa assim não se pode escrever banalidades. Mas também não posso fazer este discurso assim tão elogioso porque não a quero embaraçar. Quem me dera ser daquelas pessoas muito cultas que têm sempre a citação certa para cada momento na algibeira. Não sou, por isso escreverei qualquer coisita simples, do coração.
16 maio 2006
furacões
De há umas noites para cá, tenho tido um sonho recorrente e enigmático - coisa que nunca me acontece, até o meu subconsciente costuma ir directo aos assuntos sem andar com grandes rodeios - em que estou algures num descampado e começa a aproximar-se o centro de um furacão. Agarro-me a qualquer coisa, sabendo que serei levada porque não tenho força, o que, de facto, acontece. Enquanto vou no ar, estou cheia de medo, de olhos fechados, achando que vou ser atingida por qualquer coisa; mas acabo por cair bem, sem uma beliscadura, ficando apenas a contemplar a destruição à minha volta.
O L. acha que é de ter estado em Cuba, onde há tantos furacões. A minha colega diz que é por ir viver com ele, por estar com medo desta grande mudança de vida.
Eu acho é que estou cheia de vontade e receio, em simultâneo, que alguma coisa maior do que eu me arranque daqui, me abane e me leve para um novo começo, nem sei bem do quê. Tenho de perguntar a um freudiano.
O L. acha que é de ter estado em Cuba, onde há tantos furacões. A minha colega diz que é por ir viver com ele, por estar com medo desta grande mudança de vida.
Eu acho é que estou cheia de vontade e receio, em simultâneo, que alguma coisa maior do que eu me arranque daqui, me abane e me leve para um novo começo, nem sei bem do quê. Tenho de perguntar a um freudiano.
15 maio 2006
querido, mudámos a casa
Com a ajuda de 4 amiguinhos, o L. e eu passámos todo o fim-de-semana a pintar a nossa casa nova. Deixem que vos diga, pintar dá uma trabalheira enorme! Então os nossos fabulosos tectos de 3 metros de altura, com frisos, são um mimo. Acho que os programas de renovação de casas que passam na televisão são muito enganadores, parece que aquilo se faz com uma perna às costas e afinal faz-se é à custa de dores nas pernas, nas costas, no rabo, nos braços...
Enfim, depois de 20 horas de trabalho e várias camadas de tinta, lá ficamos com aquilo tudo bonitinho. Só não fiquei muito satisfeita com a parede da entrada, que queríamos pintar de ocre mas saíu-nos mais tipo polpa de tomate. É claro que o L. não percebe a diferença e acha que está óptimo mas as meninas compreendem a minha angústia, não é?
Enfim, depois de 20 horas de trabalho e várias camadas de tinta, lá ficamos com aquilo tudo bonitinho. Só não fiquei muito satisfeita com a parede da entrada, que queríamos pintar de ocre mas saíu-nos mais tipo polpa de tomate. É claro que o L. não percebe a diferença e acha que está óptimo mas as meninas compreendem a minha angústia, não é?
12 maio 2006
dê sangue. ou então não.
Há alguns anos que sou dadora mas são mais as vezes em que sou rejeitada do que as que consigo, de facto, verter meia litrada do meu precioso B RH+. Isto já é mais frustrante do que ter 14 anos e ser barrada à porta do Benzina (alguém se lembra?). Ou é porque não tenho peso, ou é porque a hemoglobina está baixa, ou é porque a tensão está baixa, ou é porque fui a S. Tomé e é preciso esperar 3 - sim, 3 - anos antes de voltar a dar... Parece que o meu voluntarismo tem de arranjar outras vias.
11 maio 2006
ainda estou (um bocadinho) lá
10 maio 2006
perdida
Então não querem lá ver que a RTP tirou os meus queridos 'Perdidos' das terças-feiras à noite?? Depois de uma brevíssima lua-de-mel, em que transmitiam aquilo às 22h30 como bons meninos, começaram a arrastar o meu pequeno rebuçado das malfadadas terças-feiras já para as quartas. E agora, sem apelo nem agravo, zuca! Valha-me a Fox...
09 maio 2006
crónicas
Que bom, que bom, que bom! Eu posso não poder passar a vida a viajar - infelizmente, ainda não tive propostas para a minha oferta de trabalho - mas posso agora subir o continente africano, semanalmente, "às costas" do Gonçalo Cadilhe, que retomou o seu périplo terrestre/marítimo e a sua crónica na Única (Expresso).
08 maio 2006
não sou (mesmo) flausina
Conversa numa casa-de-banho da minha universidade:
"- Aaaahrh! Vou matar os meus pais!!!"
"- Então?"
"- O meu cabelo!"
"- O que é que tem?!?"
"- Uns fios. Fora do sítio."
"- Aaaahrh! Vou matar os meus pais!!!"
"- Então?"
"- O meu cabelo!"
"- O que é que tem?!?"
"- Uns fios. Fora do sítio."
05 maio 2006
festas surpresa
Hoje vou a uma festa surpresa e dei por mim a temer que algum dia me façam alguma. Logo para começar, nunca gostei de festas de aniversário: ou eram de outros miúdos com quem eu até nem ia muito à bola, mas tinha de ir na mesma porque assim ditavam as nossas mãezinhas; ou era a minha, e tinha de conviver com aquela misturada inconciliável de primos, vizinhos e colegas da escola, havendo apenas 2 ou 3 pessoas com quem me apetecia, de facto, brincar. Ainda hoje, recuso-me a fazer festas de aniversário (mas não tenho muito sucesso porque faço anos 3 dias antes do L., que me obriga a fazer festa conjunta) e dispensava bem a maioria daquelas a que tenho de ir. Sim, é verdade, sou um bocado bicho do mato.
Agora, festas surpresa?? Vá lá, o/a pobre aniversariante nem sequer tem a possibilidade de se preparar psicologicamente para a tortura. Ainda por cima, em Portugal, como chega tudo atrasado, o aniversariante acaba por aparecer mais cedo que muitos dos supostos surpreendedores.
Lá vou eu outra vez dar os parabéns à pobre vítima de hoje, com o sorriso reservado para as ocãsiões "desculpa lá esta maçada toda, espero que o resto do dia tenha sido bastante melhor".
Agora, festas surpresa?? Vá lá, o/a pobre aniversariante nem sequer tem a possibilidade de se preparar psicologicamente para a tortura. Ainda por cima, em Portugal, como chega tudo atrasado, o aniversariante acaba por aparecer mais cedo que muitos dos supostos surpreendedores.
Lá vou eu outra vez dar os parabéns à pobre vítima de hoje, com o sorriso reservado para as ocãsiões "desculpa lá esta maçada toda, espero que o resto do dia tenha sido bastante melhor".
04 maio 2006
não sou (lá muito) flausina
Nunca andei no ballet nem na ginástica rítmica.
Nunca tive cuecas com bonequinhos (esta marcou-me, confesso).
Não gosto da maioria das flores (ok, gosto de algumas mas não das mais «previsíveis»).
Não uso roupa côr-de-rosa (excepto a que me oferecem, mas é pouquinha).
Não uso anéis nem pulseiras.
Não bebo vodkas-sabores.
Não tenho nenhum artigo da Hello Kitty.
Não uso maquilhagem no dia-a-dia.
Sobretudo, não gosto de ver montras e muito menos de fazer compras de roupa.
mas gosto de usar saltos altos, vestidos, brincos e colares, com muitas cores, de preferência.
Nunca tive cuecas com bonequinhos (esta marcou-me, confesso).
Não gosto da maioria das flores (ok, gosto de algumas mas não das mais «previsíveis»).
Não uso roupa côr-de-rosa (excepto a que me oferecem, mas é pouquinha).
Não uso anéis nem pulseiras.
Não bebo vodkas-sabores.
Não tenho nenhum artigo da Hello Kitty.
Não uso maquilhagem no dia-a-dia.
Sobretudo, não gosto de ver montras e muito menos de fazer compras de roupa.
mas gosto de usar saltos altos, vestidos, brincos e colares, com muitas cores, de preferência.
03 maio 2006
gosto de gestos
pequenos, quase imperceptíveis, como quando nos apertam o braço levemente para dizer qualquer coisinha.
02 maio 2006
a menina dança?
Notei recentemente (pelos vistos sou muito distraída) que, num dos sítios onde gosto de ir dançar, decorrem transacções mais ou menos duvidosas, entre jovens rapazes e senhoras bastante mais velhas. Eles vêem pegá-las para dançar e parece-me que depois lhes dão outro tipo de voltas. Não comento a licitude destas movimentações - cada um que faça o que quiser da sua vida desde que não prejudique terceiros - mas interrogo-me se, chegando aos "entas" e solteira, me lembraria (lembrarei?) de recorrer a este tipo de soluções. Quando é que o aconchego passa a ser tão imperativo que estamos dispostos a pagar? Qual o valor de uma dança ao fim de uma semana numa cama vazia?
I wonder.
I wonder.
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