29 agosto 2010
a fome que dá em fartura
9 meses 9 de reclusão no lar, sem vagar para coqueterias, poucos meios para gastar em mariquices de gaja - excepção seja feita a uma ida a Nova Iorque - e chego a Portugal pronta a adquirir metade do stock das Zaras e H&Ms todas que encontro pela frente. Já houve spa, febre de sapatos, cremes, maquilhagem, vários vestidos, uma enjoadeira de montras. E anteontem sujeitei-me à tortura anual da ida ao cabeleireiro. Resultado: estou muito gira (se um Yorkshire Terrier puder ser considerado giro). Volto para a América, pois sim, mas enchi a barriga de perder tempo com futilidades.
28 agosto 2010
a (falta de) vontade de regresso*
Desde que entramos para a escola, todos aprendemos o sabor agridoce do fim das férias. É chato largar o descanso, mesmo quando este foi só teórico. É difícil voltar à rotina, mesmo que as rotinas só tenham mudado de endereço. É duro voltar a casa, mesmo quando a casa de férias sabe mais a casa. Isto tudo é pior quando temos a sensação que aquele avião que nos leva de regresso ao destino emigrante é como uma camioneta de porcos a caminho do matadouro.
Gostava mesmo de não voltar a tocar este disco do ó-que-me-levam-da-minha-terra, a sério. Detesto chorinhos e repetições. Acontece que não me apetece voltar, o que é que eu hei de fazer? Tenho de torcer o meu próprio braço, suster as lágrimas e mostrar-me contente, mas não estarei. E custa-me cada vez mais despedir-me das pessoas de quem gosto porque agora sei mesmo o que é estar longe, o que significa não estar cá para as coisas grandes e as coisas pequenas. Por isso, se quiserem dizer-me alguma coisa à laia de consolo, por favor não me digam que vai ser óptimo, que passa num instante, que desta vez é mais fácil. Digam só que sabem como é difícil para mim e que me desejam o melhor. E entoem silenciosamente o meu mantra poliglota de muitas asneiras para ajudar a suportar a dor.
* direitos de autor da Ana C.
Gostava mesmo de não voltar a tocar este disco do ó-que-me-levam-da-minha-terra, a sério. Detesto chorinhos e repetições. Acontece que não me apetece voltar, o que é que eu hei de fazer? Tenho de torcer o meu próprio braço, suster as lágrimas e mostrar-me contente, mas não estarei. E custa-me cada vez mais despedir-me das pessoas de quem gosto porque agora sei mesmo o que é estar longe, o que significa não estar cá para as coisas grandes e as coisas pequenas. Por isso, se quiserem dizer-me alguma coisa à laia de consolo, por favor não me digam que vai ser óptimo, que passa num instante, que desta vez é mais fácil. Digam só que sabem como é difícil para mim e que me desejam o melhor. E entoem silenciosamente o meu mantra poliglota de muitas asneiras para ajudar a suportar a dor.
* direitos de autor da Ana C.
27 agosto 2010
futurologia filial
Uma das coisas muito giras de ter um blogue de meia idade (tendo em conta a esperança média de vida destas coisas) é poder ir ler o que andei a escrever há 3 anos atrás, mais concretamente como vivi os primeiros meses do Gugas. É curioso verificar que a descrição dos primeiros indícios da personalidade do meu mais velho corresponde muito fielmente ao que agora se revela com contornos mais definidos. Por isso me aventuro a imaginar a pessoa que o Diogo será: enérgico, intempestivo, assertivo, curioso. Não vai ter feitio dócil, não senhor, mas acho que vai ser inteligente e persuasivo. Mandão, vá. Desculpem lá a baba em antecipação, mas uma mãe tem direitos.
E que Deus Nosso Senhor lhe dê muita saudinha e felicidade, que seja uma criança normal é o que mais desejo, já agora.
E que Deus Nosso Senhor lhe dê muita saudinha e felicidade, que seja uma criança normal é o que mais desejo, já agora.
26 agosto 2010
o copo meio cheio (e o meio vazio)
Temos um filho que come qualquer coisa que lhe demos e outro que dorme em qualquer lado. Temos um que só dorme na cama e outro que não gosta de comer nada.
Estou há 2 meses em Portugal e estas férias, sobretudo em Lisboa, estão a saber-me pela vida. Volto aos EUA para a semana e só regressarei a Portugal, em princípio, daqui a um ano. Este regresso não custa menos do que a primeira ida.
Em breve volto à vida de dondoca, sem stress, sem passar horas no trânsito, com todo o tempo do mundo para dedicar aos meus filhotes e até para continuar a ler. Continuo desempregada...
Estou há 2 meses em Portugal e estas férias, sobretudo em Lisboa, estão a saber-me pela vida. Volto aos EUA para a semana e só regressarei a Portugal, em princípio, daqui a um ano. Este regresso não custa menos do que a primeira ida.
Em breve volto à vida de dondoca, sem stress, sem passar horas no trânsito, com todo o tempo do mundo para dedicar aos meus filhotes e até para continuar a ler. Continuo desempregada...
19 agosto 2010
e agora, a cidade
Até podia estar para aqui com desculpas para não escrever com mais frequência mas a verdade é apenas uma: preguicite. Depois de 5 semanas de Algarve sabe muito bem estar na minha linda cidade, fazer de conta que sou turista e andar por todo o lado a olhar para cima e para baixo com cara de totó. E não, Ana C., não é para fugir aos cocós de cão, é mesmo porque a calçada portuguesa desgraça os saltos de agulha mas é bonita. E agora vou ali comer um pastel de Belém e evitar começar a fazer contagem decrescente para o regresso. A vantagem é que o amuo que isso me vai causar me dará logo corda aos dedos.
11 agosto 2010
as férias no meio do resto
Apesar dos apesares também há coisas boas. Há praia com água quente e brincadeiras nas piscinas dos olhos de água. Há piscina com muita criançada. Há amigos que vêm de todos os lados para estar connosco neste interregno americano. Há churrascos, cubas livres, gelados e ameijoas. Há muitos, muitos livros. E há momentos em que vejo que tenho uma família linda e que os meus filhos são a luz dos meus olhos :)
Ah, e amanhã vou passar o dia neste spa. A mamã merece, oh se merece!
Ah, e amanhã vou passar o dia neste spa. A mamã merece, oh se merece!
06 agosto 2010
o professor karamba nos acuda
Nestas férias já passou tanto vírus e bactéria pelas diversas concavidades da minha família nuclear que eu até já tenho medo de escrever sobre isto aqui, catano, não venha daí um ataque de lombrigas, furúnculos, ou mais uma bichose qualquer capaz de criar ranho, febre, dores e queixas. Eu bem previ que uma embalagem de creme protector seria sufiente mas o mais triste é ainda só ter comido uma (seca, dura, miserável) bola de berlim.
03 agosto 2010
sexto mês
O meu bebé já tem seis picos! O meu bebé curioso, expressivo, atento, exigente. Mete tudo à boca mas o melhor que há é roer os dedões dos pés. O ponto alto do dia agora é ir passear o Matias de manhã, ver os galos, as árvores e ouvir a rolas. Do alto do marsúpio não se cansa de perscrutar tudo com o seu olhar inquisitivo. Agarra, puxa e belisca tudo o que apanha com muita força. Continua adepto da gritaria e está muito, muito mal habituado a colo. Só bebe o leite (e mal) se for eu a dar-lho. Ataca-me, de vez em quando, com raivinhas e é capaz de estar tempos infinitos a rir das palhaçadas do mano. Tão apetitoso e já tem meio ano, caramba!
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