Ouvimos sempre dizer que os seres humanos se habituam a quase tudo. E é verdade. Mas é quase desumano termos de nos habituar ao que contraria a nossa natureza. Pode ser sinal de cedência, de maturidade, de entrega. Mas desvirtua-nos o mais essencial do nosso ser.
Habituei-me depressa a viver aqui. Não é particularmente difícil, apesar das idiossincracias próprias dos meus novos co-habitantes, das diferentes maneiras de estar, das pequenas coisas às quais é preciso fazer ajuste. Faz-se. Tira-se a carta de condução, conduz-se um automóvel automático, tem-se uma cama grande, compra-se muito, mesmo que não se queira. E sobrevive-se.
Mas continuo a não viver aqui por escolha própria. Preferia estar em Portugal, ainda que longe destas lindas paisagens e comodidades. Preferia estar no meu país, na minha cidade, com a minha família alargada, os meus amigos, as gaivotas, o Tejo, o mar, as pedras da calçada. E tudo o que há de mau aí, que a memória ainda não me falha. Por isso hoje, mais do que o primeiro aniversário da nossa chegada a Princeton, é o dia em que digo: um já passou, só faltam dois.
3 comentários:
Daqui a um ano estás a dizer que JÁ SÓ FALTA UM... LOL!!!
Poças, já passou um ano... pois, entretanto os nossos bebés já têm quase um ano...
Beijocas!
aguenta firme! admiro-te pq sei q s fosse eu n aguentava! nem por amor... sou uma fraca...
Ora aí está :)
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