Os mais observadores poderão ter reparado que acrescentei aqui ao lado a hiperligação para o blogue zero waste home. Pois bem, a autora do mesmo é a minha nova guru [interrupção para reconhecer que, sim, até eu que tenho alguma aversão a esta coisa das pessoas inspiradoras, caminhos para Shangri-la e mais essas mariquices pinterestianas todas, volta e meia arranjo um guru]. O meu caminho para a purificação da alma continua a ser o bom velho Novo Testamento mas a via para a purificação da existência física passa por uma relação mais honesta com a natureza. Os iogurtes com probióticos também ajudam, mas nada se compara à sensação de que fazemos o que podemos para não dar cabo do planeta. Reciclar, só, não chega. É preciso consumir menos.
Não tenho (ainda) a intrepidez da Bea para fazer uma revolução lá em casa e reduzir a nossa produção de desperdício a um frasco de porcaria por ano. Mas há algumas coisas que tenho vindo a introduzir, timidamente, mais por receio de ser vista como a fundamentalista do anti-lixo, o que seria contra-producente, do que por falta de vontade de ir mais além. Reduzi o consumo de carne, de produtos embalados e, sobretudo, estou a tentar eliminar o plástico lá de casa. Isso significa que sou a maluquinha que recusa sacos onde quer que vai e leva os seus próprios recipientes para as compras. E aquela que recolhe o desperdício reciclável nas zonas onde não há separação de lixo. E a que ainda não ganhou coragem para dizer não a todas as tretazinhas inúteis com que nos brindam em restaurantes, hotéis, casamentos e conferências, mas que para lá caminha. Dia a dia, novos desafios vão surgindo (Onde comprar coisas a granel nesta cidade do pré-preparado? Onde entregar os resíduos orgânicos para compostagem, já que não tenho jardim?), há que encará-los com determinação e realismo.
Imagino esta nossa linda esfera azul e verde cada vez mais coberta de entulho e arrepio-me. Se os níveis de consumo e de produção de desperdício continuarem assim (e estão a piorar em algumas zonas do globo), talvez não seja eu nem os meus filhos a viver numa lixeira pontuada de oásis pristinos para os mais privilegiados; mas tenho demasiado amor à Terra para carregar essa responsabilidade póstuma, pelo que continuarei a fazer o possível. E a evangelizar os meus filhos, que já começam a repetir instintivamente alguns destes gestos, provando que a educação é muito mais feita de atitudes do que de palavras.
8 comentários:
Actualmente, opto muito é por reutilizar cartão e plástico. Das latas fazem-se jarras engraçadas para os lápis dos miúdos, e dos boiões de vidro uso como recipiente para velas feitas a partir de óleos alimentares reciclados. Não salvará o mundo com certeza, mas sempre deve dar uma ajudinha...
Também tenho alguma sorte em não viver na cidade do pré-preparado e haver muita horta da boa perto de mim!
Naná, tens de contar como é que fazes essas velas com óleo alimentar reciclado.
E, sim, acho que uma horta cortaria a meio a minha pegada ecológica. Lá chegará o dia :)
Também ando nisso. Tenho um post em rascunho que se chama "Como estamos a ficar cada vez mais parecidos com os nossos avós".
Eu ando nisso e ando noutras coisas, estou a ficar uma hippie and loviing it.
podes ver aqui a informação sobre as velas.
http://www.amelhorvela.pt/
Ena, obrigada, Naná :)
Dora, olha lá mais este: http://gralhadixit.blogspot.pt/2012/03/vida-kitsch.html
Por mais triste que seja, continuo a achar que o caminho certo é o que vigora por estas bandas onde pagas pelo lixo que fazes. E ainda tens a obrigação de separar tudo direitinho, porque os sacos são transparentes e arriscas-te a ficar com eles à porta se lá dentro estiver algo que poderia ser reciclado...
Não conhecia esse blog, e li-o quase de uma assentada (não todo, claro). Tem ideiasbem praticas, como a do balde no chuveiro, genial. Ainda vou ler com mais atenção. Fiquei na duvida sobre o que ela diz a respeito dos livros...
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