Mal iniciou a Quaresma e, trau!, pespego aqui este cordeirinho com ar só meio contrariado porque preciso de apresentar provas. Não sei o que vocês ouviram desde pequenas: que eram comilonas? que eram calonas? que eram vaidosas, mentirosas, tontas? Eu ouvi que era má. Tenho de passar o resto da vida a demonstrar a mim própria e aos outros que, no fundo, está a um coração lavado. Que agir de forma impetuosa ou responder de forma súbita, sem pensar, não é por maldade, senhores, é sei lá bem por quê. Eu queria tanto pegar naquele cordeirinho ao colo. Quero fazer tanta coisa, já, e resolver todos os conflitos, do mundo e das minhas relações. Atropelo sem querer. Sei que este é o argumento esfarrapado de todos os atacantes. Se for demais, fujam de mim. Tenho de fazer melhor. Fica assim o meu pedido de desculpas genérico a todos a quem não as pedi pessoalmente. Tenham paciência, há esperança na perda de velocidade que vem com o passar dos anos.
Outros corações lavados em público aqui: