Adeus TVCabo.
Passar umas boas horas por dia a limpar, arrumar, aprumar.
Saudades do colo dos meus pais.
mas
Poder vir a pé para o trabalho.
Fazer cozinha experimental e tu (por enquanto?) não te queixares.
Acordar durante a noite e a tua respiração deixar-me tranquila.
E as férias, já só falta uma semana!!!
28 julho 2006
25 julho 2006
em andamento
E quando a vida nos apanha como se fosse um combóio em andamento, ficando uma multidão de rostos queridos a acenar-nos da plataforma, sorrindo e desejando-nos felicidades?
E quando não sabemos onde o combóio vai parar e nos foge um pezinho para a porta, para descer em andamento, porque aquela estação, pelo menos, já conhecemos?
E quando levamos muito mais na bagagem do que o que contávamos, porque é impossível levar só o essencial e há tantos sacos, malinhas e recordações que não podemos deixar para trás?
Isso não é Impulse. É para aí o contrário.
E daqui a umas horitas devo contar com a visita do L. aqui no trabalho. Cada vez que escrevo um post mais fatalista, cá me aparece o rapaz. Deixa estar por esta vez, dê por onde der, o combóio vai na tua direcção.
E quando não sabemos onde o combóio vai parar e nos foge um pezinho para a porta, para descer em andamento, porque aquela estação, pelo menos, já conhecemos?
E quando levamos muito mais na bagagem do que o que contávamos, porque é impossível levar só o essencial e há tantos sacos, malinhas e recordações que não podemos deixar para trás?
Isso não é Impulse. É para aí o contrário.
E daqui a umas horitas devo contar com a visita do L. aqui no trabalho. Cada vez que escrevo um post mais fatalista, cá me aparece o rapaz. Deixa estar por esta vez, dê por onde der, o combóio vai na tua direcção.
21 julho 2006
prós e contras
Isto de viver junto não é coisa fácil, principalmente para duas pessoas tão diferentes como o L. e eu. Ontem dizia ele que lhe parecia que a relação dele com os pais tinha melhorado desde que tinha saído. Respondi que devia ser porque aproveitavam o tempo que estão juntos para se darem valor e não a discutir sobre coisinhas pequenas. E acrescentei: "as coisinhas pequenas discutes agora comigo."
Esta troca está-me a parecer, até agora, um pouco injusta... Deve ser por isto que há tanta gente que arrasta relações estáveis vivendo em separado. Era tão mais fácil quando o que fazíamos juntos era jantar fora, ir à praia, viajar - em vez de estender a roupa, preparar as refeições e o diabo a quatro.
Esta troca está-me a parecer, até agora, um pouco injusta... Deve ser por isto que há tanta gente que arrasta relações estáveis vivendo em separado. Era tão mais fácil quando o que fazíamos juntos era jantar fora, ir à praia, viajar - em vez de estender a roupa, preparar as refeições e o diabo a quatro.
18 julho 2006
14 julho 2006
12 julho 2006
profissionais da bicha
Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, este post não tem nada a ver com a homossexualidade. Aliás, só os rapazes pouco confiantes da sua sexualidade é que costumam ter problemas em dizer 'bicha' e preferem a alternativa tão burocrática e cinzentona que é a 'fila'.
Mas voltemos à bicha. Há pessoas que - à força da necessidade de sobreviver nos meandros das instituições públicas nacionais, é certo - são autenticas profissionais da bicha. Penso que devem calcular no dia anterior a hora certa para chegar. No local, examinam a concorrência, avançam e ferram os pés marcando bem a sua posição, com os olhinhos saltitantes entre o jornal diário gratuito que trouxeram do metro e os possíveis penetras (qualquer pessoa que se atreva a passar a menos de 3 metros da dita bicha). E as reacções quando alguém tenta passar à frente? Só lhes falta dar cabeçadas à la Zidane. Os meus preferidos são, claro, aqueles que trazem crianças de 5 anos ao colo ou Nenucos (isto é verídico) para garantir a prioridade.
Posto isto, tenho de reconhecer, não sem embaraço, que estou a ficar profissional da bicha. Depois de me levantar às 6h da manhã, lá estava eu antes das 7h a tirar a minha senha, a ler o meu livro e a observar os passantes. Triunfante, consegui marcar a consulta pretendida. E arrastei-me até aqui para um dia de trabalho em que mal consigo manter os olhos abertos.
Tenho saudades dos meus posts inocentes e optimistas. Por que é que agora não me sai mais nada do que o sarcasmo?
Mas voltemos à bicha. Há pessoas que - à força da necessidade de sobreviver nos meandros das instituições públicas nacionais, é certo - são autenticas profissionais da bicha. Penso que devem calcular no dia anterior a hora certa para chegar. No local, examinam a concorrência, avançam e ferram os pés marcando bem a sua posição, com os olhinhos saltitantes entre o jornal diário gratuito que trouxeram do metro e os possíveis penetras (qualquer pessoa que se atreva a passar a menos de 3 metros da dita bicha). E as reacções quando alguém tenta passar à frente? Só lhes falta dar cabeçadas à la Zidane. Os meus preferidos são, claro, aqueles que trazem crianças de 5 anos ao colo ou Nenucos (isto é verídico) para garantir a prioridade.
Posto isto, tenho de reconhecer, não sem embaraço, que estou a ficar profissional da bicha. Depois de me levantar às 6h da manhã, lá estava eu antes das 7h a tirar a minha senha, a ler o meu livro e a observar os passantes. Triunfante, consegui marcar a consulta pretendida. E arrastei-me até aqui para um dia de trabalho em que mal consigo manter os olhos abertos.
Tenho saudades dos meus posts inocentes e optimistas. Por que é que agora não me sai mais nada do que o sarcasmo?
10 julho 2006
vida simples, vida brega
Sim, é verdade, fui uma dos milhares de lisboetas que ontem se lembraram de ir para a Costa da Caparica. Eu tinha plena consciência que ia apanhar um trânsito infernal, neste que foi o primeiro fim-de-semana de bom tempo deste Verão. Mesmo assim, fomos porque os meus ossos reclamavam por aquela água gélida da costa e por um bocadinho de sol que desse alguma côr às minhas já muito pálidas bochechas. Que má ideia, que má ideia! O trânsito estava de tal ordem que mal chegámos à (cidade da) Costa da Caparica e vimos um lugar, estacionámos. Ou seja, fomos para uma daquelas praias entre molhes, com 3 metros de areia até à água, sem bandeira azul, e com cerca de 5 pessoas por metro quadrado. E, MESMO ASSIM, o pessoal conseguia estar a jogar à bola, a relaxar o belo corpanzil bezuntado de óleo Johnson (!), a gritar com a filharada e a comer bolas de Berlim.
Não sei se estou preparada para ser pobre. Como sou pouco agarrada às coisas materiais, apesar de (ou, se calhar, por isso mesmo) nunca me ter faltado nada, achava que esta nova fase da vida seria encarada com tranquilidade. Não tenho dinheiro para decorar a casa, ok, temos mobília simples, prática e despretenciosa. Não tenho dinheiro para jantar fora, ok, faço o meu mundialmente famoso caril de banana, acompanhado de um vinhito simpático. Não tenho dinheiro para viajar, ok, leio livros sobre terras longínquas numa esplanada de Lisboa. O problema é que muitas vezes não há a opção simples para algumas coisas, há apenas a opção ranhosa, como uma praia sobrelotada.
Chamem-me menina dos papás. É verdade.
Mas não é isto que compõe o enredo da novela venezuelana. É alguma coisa sobre a qual ainda não estou preparada para falar.
Não sei se estou preparada para ser pobre. Como sou pouco agarrada às coisas materiais, apesar de (ou, se calhar, por isso mesmo) nunca me ter faltado nada, achava que esta nova fase da vida seria encarada com tranquilidade. Não tenho dinheiro para decorar a casa, ok, temos mobília simples, prática e despretenciosa. Não tenho dinheiro para jantar fora, ok, faço o meu mundialmente famoso caril de banana, acompanhado de um vinhito simpático. Não tenho dinheiro para viajar, ok, leio livros sobre terras longínquas numa esplanada de Lisboa. O problema é que muitas vezes não há a opção simples para algumas coisas, há apenas a opção ranhosa, como uma praia sobrelotada.
Chamem-me menina dos papás. É verdade.
Mas não é isto que compõe o enredo da novela venezuelana. É alguma coisa sobre a qual ainda não estou preparada para falar.
07 julho 2006
06 julho 2006
teoria da relatividade
Em outras circunstâncias, a derrota de Portugal de ontem ter-me-ia causado uma grande frustração e tristeza. Visto que, de repente, tudo está virado ao contrário cá para os meus lados, vivi o jogo com a frieza do Mourinho e o final - estranhamente! - com alegria e muito orgulho na nossa selecção. Sou só eu que acho que eles até jogaram bem, que deram o litro, que acreditaram até ao fim? É que quase todos à minha volta não tardaram a baixar os braços e a dizer o costume: "é sempre a mesma coisa..."
04 julho 2006
coisas que não existem
O Ricardo defender três penaltis.
Estar a chover em Lisboa em Julho.
As cerejas incrivelmente doces que o meu pai comprou no mercado.
(só falta passarmos na inspecção da Lisboagás à primeira)
Isto desde que eles foram à lua o mundo nunca mais se endireitou.
As coisas andam muito estranhas mesmo, incluindo as minhas insónias entre as 4h00 e as 5h00, certinhas, como se tivesse que alguma coisa importantíssima para fazer àquela hora. Vá-se lá compreender...
Estar a chover em Lisboa em Julho.
As cerejas incrivelmente doces que o meu pai comprou no mercado.
(só falta passarmos na inspecção da Lisboagás à primeira)
Isto desde que eles foram à lua o mundo nunca mais se endireitou.
As coisas andam muito estranhas mesmo, incluindo as minhas insónias entre as 4h00 e as 5h00, certinhas, como se tivesse que alguma coisa importantíssima para fazer àquela hora. Vá-se lá compreender...
Subscrever:
Mensagens (Atom)