28 dezembro 2007

balanço de 2007

De corrida, só para lembrar alguns acontecimentos marcantes deste ano (aqueles que me vêm à cabeça), e porque o dever de uma gralha é denunciar, denunciar, denunciar. O que houve de bom e de mau.

Pela negativa:

A morte de Benazir Bhutto: mulher, corajosa, lutadora pela liberdade - uma combinação demasiado explosiva (não pretendo aqui fazer nenhum trocadilho de mau gosto) para o nosso mundo de hoje.
O encerramento de diversos serviços de saúde em Portugal: sou sempre a favor da optimização e rentabilização dos serviços mas sou, antes de mais, pela garantia dos direitos inalienáveis dos cidadãos e parece-me que esses estão a ser postos em causa.
O degelo recorde no Ártico, onde a superfície gelada que derreteu a mais este ano tem uma dimensão próxima da África do Sul.

Pela positiva:
A derrota, em referendo, de Hugo Chávez, que tentou promover uma reforma constitucional que permitiria a reeleição para presidente por um número indeterminado de vezes. A democracia tremelica em grandes partes do mundo mas aqui ainda conseguiu fazer-se valer (vamos ver até quando).
A publicação da lei anti-tabaco em Portugal: perdoem-me os meus amigos fumadores mas ATÉ QUE ENFIM.
A assinatura pelos EUA do acordo de Bali: não sei se terá algum impacte real mas marca alguma mudança de atitude sobre estas temáticas num dos maiores poluidores mundiais e, certamente, no país que tem actualmente maior influência sobre o devir no nosso pequeno planeta.

Pessoalmente, e dando muitas graças a Deus, olho para 2007 e só vejo acontecimentos positivos. Casei-me, tive um filho, mudei de trabalho mas não de emprego e tenho muita confiança que é no próximo ano que vou ganhar o Euromilhões. Só me falta começar a jogar.

Um óptimo 2008 para todos :)

26 dezembro 2007

do natal

É nestas alturas que eu vejo que a boa disposição e bom feitio do Gustavo são ímpares. Suportou dois dias de confusão e imensa gente (sobretudo ontem) a pedir gracinhas, a cantar para ele dançar, a pegá-lo ao colo, a querer brincar com ele, a tirar infinitas fotografias, um reboliço extremamente cansativo até para mim. E tudo sem um queixume, dormindo descansadamente as suas sestas, brincando por breves segundos com cada novo brinquedo (foi mais o tempo a recebê-los do que a desfrutar deles), fazendo o seu charme do costume. Palavra de honra que não compreendo como saiu tão mansinho e tão festeiro em simultâneo.
E assim se fez o Natal. Com muita família, como eu gosto, com comidinhas boas, como eu gosto, com aberturas de presentes intermináveis, como eu já estou habituada. Para o ano há mais, de preferência com mais bebés - não há meio é de os meus primos se decidirem a isso.
E agora, de volta ao trabalho. A avaliar pelo deserto que está hoje a cidade de Lisboa, sou a única que veio trabalhar hoje.

22 dezembro 2007

feliz natal!



Este ano foi Natal para nós em Março. E o resto do ano foi Natal todos os dias, porque o privilégio de assistir ao crescimento do nosso filho é o maior milagre da vida. Por isso, este Natal é só mais um dia, mas é um dia especial porque ainda assinala para mim, sobretudo, o nascimento do que há de mais puro e bom, a concretização de uma promessa há muito esperada.
Tenho algum pudor em falar assim da nossa alegria neste Natal porque sei que há muita gente para quem a quadra natalícia é um suplício que têm de suportar com um sorriso amarelo. E isso é triste. Há sempre gente que perdeu alguém este ano e há gente que ainda continua à espera da sua própria promessa há muito esperada. A todos vós, a quem não vos apetecia nada o Natal, gostava de deixar um abraço muito apertado. Gostava que pudessem ouvir o riso do meu filho, que contagia até o mais sisudo. Gostava que acreditassem que o próximo Natal será certamente melhor. A todos, a família gralha deseja um Natal cheio de luz!

20 dezembro 2007

um dia (e noite) em cheio

Ontem foi daqueles dias em que, à partida, dado o dilúvio estúpido que resolveu desabar sobre esta terra, não dava grande coisa por aquilo. Mas não, foi óptimo! Passei a manhã a brincar com o ranhoso e o manhoso (Gustavo e Matias)

(não sei porquê, isto agora fez-me lembrar o Duarte & Companhia. Era tão fixe, o Duarte & Companhia)

li, preguicei, tricotei, e ainda fomos ter com umas miúdas muito giras e simpáticas. Gostámos muito de rever a Leonor e a Ana e também de finalmente conhecer a Clara e a Sara. Achei mesmo graça ao modo como a bebezada se fartou de interagir - e ainda dizem que os bebés desta idade não ligam uns aos outros! A Clara é tão meiguinha, tão querida e feminina que fiquei mesmo cheia de vontade de mandar vir uma menina...
E eis senão quando chego a casa, depois do trânsito e da chuva e do vento, e encontro o L. à minha espera... Para me levar a jantar fora ao restaurante aonde fomos quando fizemos um ano de namoro. Fiquei tão surpreendida e tão contente! Fez-nos tão bem aquele tempo só a dois, depois dos meses de fraldas, sopas, biberons e etc.
Pronto, este post hoje ficou um bocado pessoal e a fugir para o romance de cordel, mas apeteceu-me dizer que estou contente :)

18 dezembro 2007

porta 65

Embuste. Rectórica. Trapaça. Utopia. Tantas palavras poderiam ser usadas para descrever este programa.

(para quem não sabe: uma iniciativa governamental para incentivar o arrendamento jovem)

Sobretudo, acho que é o maior incentivo à reprodução das injustiças sociais. Senão, vejamos:

É preciso conciliar uma renda muito baixa (teoricamente impossível para cada tipo de localização) com um ordenado do ano anterior relativamente alto. Logo aqui se exclui as pessoas que só recentemente começaram a trabalhar, as pessoas que ganham miseravelmente e, a parte mais "divertida" para mim, as pessoas que são tão comodistas, tão comodistas, que se dispõe a pagar mais de 550 euros por um T3 em Lisboa, por exemplo. Toda a gente sabe que há por aí casas gigantes ao pontapé, em toda a cidade de Lisboa, por 300 e tal euros. Só paga mais quem é mimado. Na verdade, e para o exemplo de Lisboa, parece-me que só é possível cumprir os critérios de elegibilidade de duas formas:

- Vai-se viver para Santo António dos Cavaleiros e demora-se 4 horas no trânsito todos os dias - reprodução da injustiça na versão classe média baixa
- Vai-se viver para o centro de Lisboa num apartamento que não estava para alugar no mercado, que se conseguiu através de conhecimentos e outros mecanismos subterrâneos - reprodução da injustiça na versão classe média alta

Eu consegui. Mas é injusto, e fico chateada.

17 dezembro 2007

de férias

Que é como quem diz, em casa, de papo para o ar (quando não estou a brincar com o Gustavo, a fazer sopas, a fazer os preparativos para o Natal, etc.). Se encontrar uma nota de 500 euros perdida na rua, ainda pego no filhote e vamos para uma qualquer capital europeia - que sempre há de estar menos fria que a nossa casa...

Até já!

13 dezembro 2007

imodéstia

A última coisa que eu queria era que este blogue se tornasse numa listagem dos meus motivos de orgulho como Mãe, tal como não quero tornar-me naquelas Mães chatas que não sabem falar de mais nada senão das gracinhas dos filhos. Isto tudo para explicar que os posts intermináveis que faço a cada mês não se destinam ao vosso fastio nem estou à espera que me confirmem que o meu filho é mesmo espectacular (ainda que isso fosse perfeitamente normal). Estes posts são o resumo que guardo de cada mês porque isto da maternidade é uma coisa mesmo bastante fixe mas que passa à velocidade da luz e quando eu estiver caquéctica, com os últimos 50 cabelos brancos na cabeça, a medir 1,50m e sem carninha nenhuma sobre os ossos, vou fartar-me de chorar a ler isto enquanto resmungo com uma voz trémula (possivelmente com um sotaque regional qualquer que hei-de adoptar): "ai, meu filho, tão lindo que eras! ai, que me trocaste por aquela desavergonhada da tua mulher! ai, que lhe vou fazer a vida negra!".

12 dezembro 2007

9 meses

Hoje acordámos os dois lado a lado cheios de alegria! Já passaste tanto tempo cá fora como dentro da minha barriga e eu nem tento esconder o orgulho que tenho em ti, meu filho :) Não podias ser mais querido e perfeito, és a realização do meu maior sonho, e a cada mês sinto uma imensa gratidão por acompanhar o teu crescimento.
Apesar de todas as doenças que te acompanharam também neste mês, foi tempo de grandes conquistas. Chegaram o segundo e o terceiro dente, o que te tirou um bocadinho o apetite (nem por isso baixaste dos percentis 95), mas já gostas de comer sozinho as primeiras comidas de "crescido" - e eu desespero com os tempos infinitos para apanhar uma rodela de cenoura ou um bocadinho de salsicha de perú...
Em termos de comportamento, lá por seres simpático e gostares de brincar com os colegas da escola, não deixas de ser um grande patife porque lhes roubas as chuchas e foges à descarada. Já aprendeste a contornar os objectos grandes para encontrar os brinquedos escondidos e agarras-te a tudo (a mamã, por exemplo, dá imenso jeito) para te pores de pé e dares os primeiros passinhos apoiado. Fazes adeus e acenas "não" com a cabeça, enquanto dizes "na" (já do contra???) e também vais dizendo os ocasionais "ma-ma" quando o mimo ataca. A gracinha mais recente foi o tio que te ensinou: palminhas! A coisa mais fantástica é que obedeces quando te dizemos para não mexer em alguma coisa (até quando?) e a coisa mais gira é ver-te a cantar e a dançar o "la cucaracha" enquanto agitas as maracas. Terás um belo futuro no showbiz, certamente... No entanto, a herança genética da engenharia é notória, porque estás sempre a testar os materiais para ver se são consistentes. Por falar em herança genética, andas completamente fixado no avô (o meu pai), que está a aproveitar muito bem esta semana em que estamos em casa deles. Só queres brincar com ele e até lhe pedes colo, tu, que nunca gostaste de colo.
Agora, a coisa mais linda - que me enche o coração de um amor infinito que não é possível haver coisa mais querida no mundo, que até vejo estrelas e arco-íris e o universo fica em suspenso - é quando andas, como sempre, a brincar sozinho a 100km/hora e, de vez em quando, páras e vens dar-me um grande abraço apertadinho. E depois atiras-te para o chão e lá vais de novo à tua vida. Posso dizer que sei mesmo o que é ser feliz :)



11 dezembro 2007

quem é a esposa querida, quem é?

Estas são todas para ti, meu amantíssimo conjuge:







(2ª feira - Evangeline Lilly; 3ª feira - Natalie Portman; 4ª feira - Beyoncé Knowles; 5ª feira - Eva Green; 6ª feira - Giselle Bündchen)

Sim, que eu também sei apreciar a beleza feminina.

10 dezembro 2007

patrão fora...

... semana santa na loja.







(2ª feira - Wentworth Miller; 3ª feira - Reynaldo Gianecchini; 4ª feira - Daniel Craig;; 5ª feira - Amaury Nolasco; 6ª feira - Josh Halloway)

Deus criou o homem numa tão linda variedade... (e assim se prova que todos os homens ficam lindos de camisa e mãos nos bolsos)

(Marido querido, que estás a milhares de quilómetros: não te zangues que amanhã eu compenso-te)

07 dezembro 2007

a besta cultural

É o que eu estou a ficar. Compreendo agora que a maior mudança que esta nova fase da minha vida trouxe - atenção, não estou a culpar o meu filho, estou a culpar-me a mim - foi a ruína da minha vida cultural. Como o tempo não é elástico, com a entrada das fraldas e das sopas e dos biberons, tinha de saltar qualquer coisa e foi isso que saltou (e mais o desporto, mas pronto...).
Não me lembro da última vez que entrei numa galeria de arte.
Não vou a um museu há um ano e meio.
Não vou ao teatro há mais de um ano.
Desde que o Guguinha nasceu, só fui uma vez ao cinema e foi para ver qualquer coisa fraquita, já não me lembro o quê.
Concertos, exceptuando os obrigatórios Police, nicles.
Música, em geral, ando a rejeitar. Não consigo gostar de nenhuma rádio, estou farta dos meus CDs do costume e são pouquinhas as coisas novas que me chegam ao ouvido e lá permanecem.
E os livros, senhores, os livros! Eu sou leitora ávida e não consigo acabar nada há que tempos. Mas há esperança! Na minha mesa de cabeceira a puericultura (Tracy Hogg) já está debaixo da Agustina Bessa-Luís, sobre quem repousa a Zita Seabra...
Não digo estas coisas como queixume vazio nem para dar ares de intelectual. A verdade é que eu não posso negar a minha essência nerd e a importância que estas coisas têm para mim. Nem só de pão vive o homem e esta mulher sente falta de cócegas lá naquela parte do cérebro que mexe com a criatividade e com as coisas bonitas.

06 dezembro 2007

natal antecipado?

Alguém anda a deixar-me notas de 10 euros nos bolsos, só pode. Todos os dias tenho amanhecido com uma diferente, linda e cor-de-rosinha. Agradeço e estimulo a continuação de tão bom hábito matutino.

(ou isso, ou realmente tenho de começar a não deixar acumular quilos de lixo nos bolsos, na mala, na consola do carro...)

05 dezembro 2007

nevoeiro

Nestes dias de nevoeiro contínuo, a estrutura do tempo deslaça-se como claras em castelo feitas na Bimby.

(é por arruinar todas as metáforas com imagens corriqueiras que o meu futuro como poetisa está condenado à partida)

04 dezembro 2007

uns queridos

Não sei se será da época natalícia, mas os homens das obras estão a ficar uns fofos! Só hoje já ouvi um

"És uma boneca!"

e um

"Ahhh, o capuchinho vermelho"

Mais alguém me diz uma destas e arrisca-se a levar uma grande beijoca naquela bochechinha com barba de 3 dias.

03 dezembro 2007

duas rodas

Mandem toda a espécie de veículos, motorizados e não motorizados, terrestres, aquáticos, aéreos (aviõezinhos de papel), que a gralha lá se ajeita a conduzi-los. Mas, por alguma razão, tudo o que é com duas rodas tem de ser mantido bem distante das minhas patinhas. Fala-vos alguém que já conseguiu atropelar-se a si própria com uma trotinete eléctrica.
Ainda assim, destemida e fresca, lá fui eu andar de bicicleta com o meu pai na manhã de Sábado. Podia ter sido um momento de família tão bonito... E até foi, à excepção daquela vez em que ia atropelando um polícia (que se desviou a tempo). E daquela outra em que ia sendo atropelada por um carro porque, no meio da indecisão entre parar antes do cruzamento ou passar antes do carro (dava tempo), resolvi que era melhor travar a fundo mesmo à frente do dito carro, cujos travões estavam a funcionar bem, graças a Deus. É uma coisa inexplicável esta minha dificuldade. O problema não é andar, o problema é só virar e, sobretudo, parar. Pura e simplesmente estupidifico e, na maior parte das vezes, acabo por me enlaçar nos pedais, nas rodas e no diabo a quatro. Para a semana vou de patins.