Quando nascemos, somos a coisa mais querida e linda deste mundo e do outro. Se tudo correr bem, a nossa mãe (e mais um batalhão de voluntários) dá-nos muito mimo e cerca de 437 beijinhos por dia. Depois, vamos crescendo e levamos, pelo menos, um beijinho de "bom dia filha" e "boa noite filha". Mais um pouco e queremos antes beijinhos daquele colega da escola, que até tem dentolas de coelho e é mais pequenote que nós, mas faz-nos palpitar o coração. Com sorte, na adolescência trocamos uns beijos lambusados e, na juventude, uns daqueles que nos fazem tonturas, fugir o chão de entre os pés e pensar que tudo na vida valeu a pena por aquele momento. Depois casamo-nos e há beijinhos de cumplicidade e cansaço, de preferência ainda há alguns dos outros, e passamos nós a dar beijinhos aos nossos filhos. Eles crescem, e com eles vão os beijinhos que, se a coisa correr de feição, voltam com os netos. E o melhor a que podemos aspirar, num dia longínquo, em que fechemos os olhos, é que haja alguém que, nessa altura, nos pouse os lábios na testa uma última vez, com todo o carinho e já muita saudade.
Por que é que este post se chama "dia da criança"? Porque ser criança dá (ou devia dar) direito ao melhor do mundo, que são os beijinhos de coração. Dá-me ideia que depois se tornam uma miragem. E não há presente melhor que este para lhes oferecer neste dia.
1 comentário:
lobed it!
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