A poeira toda de Atacama* levantou-se esta noite, pegou nas saias e entrou-me sorrateiramente pelas fossas nasais, assentando na minha garganta. Arde e está seca. Então calo-me. Se as palavras são inevitáveis, deixo-as sair com a parcimónia e delicadeza de quem serve o chá a preceito. Devia ser sempre assim. Falar como dádiva e não como imposição. Sussurrando, ouvem-me com cuidado. E regressam à zona de ruído com a serenidade de quem acabou de emergir de um mergulho prolongado.
2 comentários:
E a maravilha que seria viver sem todo o ruido que temos à volta...
Consegue-se arranjar maté de coca em Lisboa ? Aconselho tanto...
Beijinhos, sem reticências. :)
Acho que não, tens de trazer. Continuação de boa viagem (até quando é que podemos desejar-te boa viagem?).
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