Deitada na marquesa, a fome a dar sinais do avançado da hora. Mais que o desconforto, a estranheza de estar num gabinete minúsculo sem janelas com um médico, uma enfermeira e uma colega de equipa com quem nunca trocara mais de 3 palavras mas de quem fiquei a saber a data da menarca (ah, a informalidade portuguesa), estico o braço para a maquineta da tensão arterial e dou o peito aos elétrodos do eletrocardiograma. De novo, a piada acerca do quão mais fácil isto é por não ter pelos no peito. Sorriso amarelo, olhos no teto, escapo-me ao síndrome da bata branca e apresento tensões de passarinho e pulso de atleta. Como a vida é injusta, outra colega de equipa, por sinal campeã nacional de ultra-longa distância, chumba no teste. Como recorda a Inês Maria Meneses, o coração ainda bate e o meu bate devagarinho, com pressa de nada. Não ganho nenhuma corrida, ganhei um lindo atestado.
Até à publicação deste post não foram detetados batimentos cardíacos às minhas colegas do Largo, mas pode ser que se animem:
Quinta da Cruz da Pedra
Sem comentários:
Enviar um comentário