14 setembro 2007

os medos

Nisto dos blogues fala-se de muita coisa, às vezes até demais no que diz respeito à nossa intimidade e à dos nossos filhos. Mas costuma ser uma versão um pouco acôrderosada da coisa, porque todos temos pudor em falar das nossas fraquezas e das nossas falhas. Já o fazemos cá fora ("então, tudo bem?", "ah, vai-se andando"), como não o havíamos de fazer na blogosfera?
No entanto, eles persistem, os medos. E falo em concreto dos medos que sentimos em relação aos filhos e que, sobretudo por arrasto de várias notícias que têm vindo à cena nos últimos tempos, teimam em roer-nos por dentro. Baixinho mas insistentemente. Temos medo que algo não corra bem com a gravidez. Depois com o parto. Depois ainda é pior porque nos sentimos (e somos!) responsáveis por algo tão indefeso.
Eu tinha medo que o Gustavo caísse da cama. E caíu (felizmente não foi nada de grave). Às vezes, os medos tornam-se pesadelos reais e não há nada que possamos fazer... A sensação de impotência é terrível. A vontade de fazer Control + Z (anular a acção anterior) é estupidamente real. Mas não dá, não dá. E falhámos como pais. E nas últimas noites tenho sonhado todos os dias que agarro o Gustavo porque está a cair da cama (e acordo com o L. a perguntar por que é que o estou a agarrar).
Depois há todos aqueles medos que não se concretizam (até ver!), que se sucedem e renovam, à medida dos novos perigos de cada idade. Agora dou por mim a ter medo das sanitas, o que podia ser muito engraçado se elas não constituissem mesmo um perigo para os pequenos exploradores. E é melhor não pensar demasiado no assunto senão começo a ter medo de tudo.
O que é que eu queria dizer com tudo isto? Claro que não quero fazer ainda mais medo a ninguém. Se calhar só quero exorcisar um bocadinho os meus receios de falhar como mãe.

4 comentários:

Teresa disse...

À medida que o tempo passa, e eles vão crescendo, surgem novas sensações nossas vidas: de (mais!) amor, de ternura, de posse, e inevitávelmente de medo... também penso muito nisso. Medo de falhar. É o maior de todos.

Margarida disse...

Existem sempre medos. E qto mais eles crescem pior é :P
E se as mães são galinhas ou gralhinhas ainda pior eheh

Bonecas disse...

Eu acho que essa sensação de medo nunca nos abandona porque amamos tanto os nossos filhos que não queremos que nada nos escape e os magoe... É assim. Fazemos o melhor mas ninguém é infalível. Eu por exemplo ando numa fase de terror quando a Ema se engasga com a sopa...

Sónia e MI disse...

Pois... e eu que pensava que esses medos doidos eram só meus.
Os meus são desde sempre que ela se "esborrache" de cabeça , que parta a cabeça que faça uma fractura... e aconteceu!

Ainda não escrevi o sucedido no blog porque tenho e preciso de tempo para o fazer, porque fui eu a culpada pq não lhe coloquei o cinto de segurança no carrinho de passeio. O certo é que já chegadas ao prédio, estava a ver o correio e ela, caiu...

foi terrível, não fez sangue e o hematoma foi pequeno pq tinha posto uma mantinha nas pernas dela que ajudou a amortecer a queda.
Foi terrível!

beijos.