28 abril 2009

gralhólogo

gralha: Então, o que é que vais fazer?
gralha: Estou tão dividida, há tantas coisas em jogo...
gralha: Pois é, mas tens de decidir.
gralha: Gostava tanto de finalmente ter um trabalho que realmente importasse para alguém, que fizesse alguma diferença.
gralha: Sim, mas isso implica separar a família.
gralha: Não quero separar a família. Não tenho o direito de fazer isso ao meu filho.
gralha: Mas tu não pediste para ir.
gralha: Mas sempre disse que ia.
gralha: Então vai. Pronto, paciência.
gralha: Nem tenho hipótese, nunca poderia ficar cá sozinha a trabalhar com isenção de horário. Não é essa a mãe que quero ser.
gralha: O teu filho quer que sejas feliz. O teu marido quer que sejas feliz.
gralha: Eu também quero isso para toda a gente. Só é pena que seja impossível ser a melhor mãe do mundo e ter uma verdadeira carreira profissional.
gralha: Pois é, é muito injusto. Mas a vida é assim. E não tens de ser a melhor do mundo.
gralha: Tenho, pois. Já só faltam 4 dias para o Dia da Mãe e eu não estou disposta a perder o título.
gralha: Está bem. Pode ser que surja outra oportunidade assim.
gralha: Outra assim é quase impossível. Mas logo se vê o que a vida ainda tem para me oferecer.

3 comentários:

Vera Dias António disse...

A realidade é que só temos espaço para ser mães e profissionais a 50%. Não há mães perfeitas e grandes profissionais ao mesmo tempo. Há escolhas, isso há muitas. Mas também nos é permitido ser muito boas profissionais uns dias e mães espectaculares noutros. Lixado deve ser ser má mãe e má profissional, LOL.
Parece-me que percebi o gralhólogo e não vou dizer nada a respeito pois as amigas servem para isso, LOL. A sério, há coisas que são só nossas e da nossa família. E nem é bem o ser uma escolha, nem uma opção, é mais um caminho.

Sara MM disse...

ui... decisões dificeis... espero que tenhas mesmo decidido o melhor!

bjss

Nô Calaim disse...

Mariana.

Como fui criada sem Pai e o Luís foi criado sem Mãe, posso dizer com conhecimento de causa: tivemos uma boa infância e uma educação com alicerces firmes.

A falta de um dos progenitores, afectou-nos q.b. ...mas tanto ou menos, como afecta a vida de pessoas com os dois progenitores, a tempo inteiro.

(Deu-nos a oportunidade de sermos mais lutadores por uma família unida)

Escrevo usando o coração:
- ser mãe do Gugas, só terás um oportunidade na vida e não se repete;
- teres a Profissão de sonho, que te realize, mais cedo ou mais tarde, poderá mudar como o vento e desiludir-te... e surgem sempre outros caminhos e outras oportunidades.

O teu(nosso) poder de argumentação fará sentir-te(nos) sempre bem com a opção de ficar com o filho.
A opção de não ficar, pode(remo)s nunca conseguir ficar(mos) bem, mesmo arranjando os argumentos mais plausíveis de sempre.