07 maio 2014
caderneta de cromos
Saímos mais cedo de casa e passámos no quiosque, antes de ir para a escola. O Diogo tinha escondido tão bem o porta-moedas recheado que não o encontrámos. O Gugas reuniu as suas moedas dispersas e pediu ao Sr. Antunes: "queria quatro carteirinhas, se faz favor". Pagou e entregou duas ao irmão, a do tigre e a da coruja. Recomendou-lhe que não as perdesse. Deixei um na escola primária e o outro no Jardim de Infância (hoje não chorou, finalmente). Passei à porta da igreja e apanhei parte de uma homilia que envolvia questões complicadas de acolhimento divino e de tentações terrenas. Tentei imaginar que tentações poderiam ter as velhinhas ajoelhadas que assistiam à missa e sorri sorrateiramente. Depois engoli em seco. Provavelmente convivem com as mesmas tentações de sempre, já um bocado empoeiradas, quase dignas de afecto. Desejei ver chegar o dia em que também eu consiga conviver docemente com as minhas tentações. Pode ser que haja vantagem em envelhecer, afinal de contas.
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6 comentários:
Realço a real esperteza dos filhos mais novos, que é um dos factos mais bem provados à face da terra.
Realço (também) a generosidade dos filhos mais velhos, dona da mota ;)
ahahah, tão filha mais velha, a menina, ahahahahah
Sendo que é uma verdade incontornável!
Fiquei a pensar nas tentações das velhinhas... será que são iguaizinhas às nossas? Será que quando lá chegarmos vamos achar que as nossas "tentações jovens" era tolinhas? Hum... ;)
As tentações só podem ser iguaizinhas porque começo a desconfiar que, no fundo, ninguém envelhece de verdade (o caruncho nos ossos é outra conversa).
Quero crer que as tentações das velhinhas envolvem apenas desejos cabeludos de cariz gastronómico!
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