Entre o canal e as casas, na zona de cheia, os jardineiros construíram colinas simétricas com a relva cortada a prumo. Os miúdos trepavam-nas e desciam a alta velocidade, a caminho da entrada para a nossa floresta, e mal dávamos por aqueles relevos artificiais de que se apropriaram as marmotas. Escavavam tocas muito bem dissimuladas e quase não se deixavam ver, desdenhosas da urbanidade dos veados que roíam a erva daninha do estacionamento das bicicletas.
Ao anoitecer, alguém ligava o coro de rãs, à desgarrada com os pica-paus. E os efeitos de luz em directo na varanda, instalações naturais de pirilampos. Jantávamos descalços e eu engolia com a sandes de atum o fim de mais um dia contrariado. O meu bebé chorava muito e metia à boca uma mãozinha de uvas-passas. Depois os trovões estalavam e a chuva escorria finalmente de alívio do calor espesso de Julho.
Na temporada dos furacões, tenho só um bocadinho de saudades de Princeton.
1 comentário:
Não gosto, não gosto, não gosto nada de tempestades...
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