12 novembro 2014
só por mera curiosidade
Sei que há várias pessoas que dizem que gostam de trabalhar sob pressão. Só gostam de trabalhar sob pressão. Alguma por aqui? Gostava que me explicassem o motivo dessa preferência. É o travo amargo da cortisona a bombar no sangue? É o risco de sair tudo uma valente trampa mas se calhar consegue-se safar? É a probabilidade de se pegarem com os colegas de trabalho? É pela sensação de poder, ao superar o que parece ser uma missão impossível? É que eu sou uma daquelas totós que prefere reservar as emoções fortes para a esfera não-laboral. Compreendo que há alturas em que não controlamos a extensão da lista de afazeres e os prazos de entrega, mas daí a achar-se que o caos e o stress são a situação ideal vai uma grande distância.
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12 comentários:
Nenhuma dessas.
É a a cena do não tens mais hipóteses, agora vais ter mesmo de acabar essa merda.
(e fica sempre uma merda)
Pegando nisso, Calita, partilho a minha teoria: se ficar mau porque se fez à pressa não corremos o risco de descobrir que poderia ficar mau mesmo se fizéssemos com vagar.
Então eu explico... quando trabalho sob pressão consigo uma lucidez muito maior, consigo priorizar melhor as tarefas, consigo ter melhor noção do que é importante e o que é acessório.
Quando tenho vagar, procrastino até ao tutano e por norma sai uma grande cagada.
Há tempo peguei num trabalho de fim de curso que fiz sob a maior das pressões, e quando reli algumas partes perguntei-me: mas eu escrevi isto??!! Que brilhante! Não acredito que fui eu!
E para que conste, detesto andar à batatada com colegas! E não tem a ver com poder, mas sim com uma luta pessoal de "mim comigo mesma"!
É mesmo um mistério para mim que a pressão traga lucidez, Naná. Mas ainda bem que somos todos diferentes :)
Acho que algumas pessoas que trabalham sobre pressão não gostam propriamente de o fazer, mas só conseguem dar o impulso nessas circunstâncias por não terem hipótese de fuga. Outras, ficam mesmo viciadas nessa adrenalina e sentimento de superação, sobrevalorizando o acto pela ideia de que para conseguirem fazer algo tão em cima e conseguirem, então é porque são mesmo bons. Quantos não ouvimos gabarem-se porque não tinham maneira de acabar aquilo e afinal até acabaram?
E depois, com outros, enquanto não tocas em determinada coisa que não te apetece fazer, é como se ela não existisse, uma espécie de negação e de ilusão de que não tens de fazer aquilo.
Acho que não há um motivo, há gostos para tudo de acordo com a pessoa.
Também faço algumas coisas em cima do joelho e dou por mim a adiar o que não me apetece tocar, mas em coisas mesmo importantes tento fazer com tempo. Tinha chatices com colegas na faculdade porque sabia que fazermos trabalhos de grupo sobre pressão fazia-me muito mais mal do que bem e saía sempre pior. Preferia não gastar energias extra em stresses desnecessários. A verdade é que depois de ser apelidada de stressadinha por ser pica miolos para começarmos o trabalho de uma vez por todas, em trabalhos individuais, eu chegava ao dia da entrega na maior descontracção e tinha colegas aflitos na biblioteca com preparativos finais, a debaterem-se com margens de páginas, tamanhos de letras ou tabelas que não estavam no sítio. Para mim aquilo é que era ser stressadinho...
Precisamente, gralha. Precisamente.
Ahhh, a faculdade. Aquela altura em que eu entregava os trabalhos todos no início de Junho e ficava de férias até Outubro enquanto os meus colegas faziam trabalhos e exames de melhoria.
Eu também procrastino q.b., Mãe Sabichona, mas sei que é pior para mim e para o trabalho que faço.
Também não preciso de pressão para trabalhar.
Talvez porque eu já sou pressão que chegue, com a minha obsessão de cumprir prazos e objectivos que estabeleço a mim mesma. Mas são esses prazos que me permitem ter uma vida para lá do trabalho, sem pressões externas.
Having said that, admito que nas situações de pressão em que já me vi apanhada (por mais organização e planeamento, ninguém escapa a algumas) me safei bem, tenha sido pela adrenalina ou pelo Espírito Santo. Mas a saúde ressentiu-se sempre imediatamente depois...
Tocas num ponto importante, quando me encontrares: se calhar há sempre pressão. Se não é a dos prazos impostos, é a que nos impomos a nós próprios.
Eu trabalho melhor quando tenho um prazo, desde que esse prazo seja estabelecido por uma coisa boa. Por exemplo, tenho algo para fazer e procrastino. Se tiver uma festa ou algo fixe em vista, que me impeça de trabalhar, dedico-me muito mais e com mais vontade no tempo que tenho disponível.
É uma espécie de cenoura que me faz andar para a frente (e no final como-a sempre).
(não me consigo explicar: trabalho melhor, quando o tempo que tenho para trabalhar é também ocupado por actividades agradáveis)
Eu nunca consegui fazer nada de jeito sob pressão... Desde adolescente me lembro de ir ao cinema nas vésperas dos testes, quando os meus colegas ficavam a estudar! Para mim, o que tem de ser feito, tem de ser feito o mais rápido possível para me livrar dele o mais depressa possível também! O verão inteiro por minha conta na universidade, sabia tão bem! Os testes corrigidos no dia seguinte aos alunos os fazerem, sabe tão bem! E depois sobra muito tempo para fazer aquilo que realmente me dá prazer... Bj Teresa
mm, mas uma coisa são prazos, outra coisa é stress. O stress é terrível, é um pau e eu prefiro mesmo as cenouras (principalmente se forem daqueles bolinhos de amêndoa algarvios em forma de cenoura).
Precisamente, Teresa Power :)
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