20 janeiro 2015
branco sujo
Há uma guerra que travo diariamente com derrota garantida. Não posso hastear a bandeira branca porque esse é o problema: o branco é um objectivo inalcançável. Rodeio-me de branco à procura de pureza e aparece sempre uma mancha. A serenidade dos lençóis, das t-shirts e das paredes é constantemente atacada pelo encardidão, esse monstro sorrateiro que não é claridade nem escuridão. Lavo, esfrego, coro e não há como livrar-me da sombra que faz troça de mim, provando que a perfeição é impossível. Se acharam que isto era uma metáfora para a minha vida, se calhar têm razão. Não sei, não consigo ver as coisas assim a preto e branco.
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6 comentários:
Acredita em mim, é possível... só tens de adoptar sem pejos o branco-sujo como a tua cor de eleição. Repara, não deixa de ser branco. Mas é um branco um bocadinho mais realista, vá... ;)
Só queria mangas sem ranho e toalhas de mãos sem pasta de dentes, pronto. Não é pedir muito.
Ajuda-me pensar que é uma nódoa na toalha e não tanto que a toalha fica uma nódoa :)
A mim também ajuda, Mãe Sabichona. Mas não posso negar que gostava de ter as paredes sem dedadas.
Há tantas, mas tantas tonalidades de cinzento e de encardidão...
E porquê branco-sujo, porque não chamar-lhe cru, ou coisa assim, sei lá...
Não expliquei bem, Naná. Eu gosto de todas as cores e de todos os tons (menos de cor-de-rosa, de cor-de-laranja e de roxo). Não gosto é de porcaria.
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