Pois parece que o destino não tem reservada para mim a rica vida de dondoca. Vou ter de trabalhar qualquer coisita (o que é bom, claro) entre tachos (Bimby, sobretudo), fraldas e aulas de inglês para bebés.
Mas a notícia mais importante do dia é que fui fazer a eco morfológica e o Diogo está todo direitinho, lindo, e tem os pés e as mãos iguais aos meus. Que importância é que isso tem? Se calhar, nenhuma. Mas é giro.
30 setembro 2009
29 setembro 2009
é sempre sempre assim
Por que é que é sempre tudo ou nada? Está uma pessoa já em modo dona-de-casa americana, de havaiana praticamente colada ao pé e a milhas de sonhar com questões laborais, e surge uma entrevista de emprego (à distância, claro) no dia seguinte. Senhores, eu nem tenho roupa onde colocar o barrigume. Já nem me lembro das palavras de circunstância para estas coisas. Mas que é uma oportunidade absolutamente sensacional, lá isso é. Vamos lá ver como corre.
28 setembro 2009
primos
Já disse aqui antes que sou muito apegada à família. E uma das coisas de que mais gosto é de estar com a primalhada. Tenho 15 primos direitos, mais velhos e mais novos. E houve dois que só conheci este fim-de-semana - é a velha história dos casamentos e dos funerais. É estranho só os conhecer agora mas imediatamente os adoptei no coração. Uma das forças da família é surgirem novas gerações que conseguem ultrapassar amarguras das anteriores. Partilhamos um nome, uma forma de sorrir, a história dos antepassados. E queremos acreditar que é possível fazer almoços de Natal ainda maiores, que faz todo o sentido encontrar outras afinidades. Só foi pena calhar exactamente quando me vou embora.
25 setembro 2009
só para recordar que o(s) meu(s) filho(s) é(são) o(s) mais querido(s)
O Gugas esteve 45 minutos sentado no sofá do cabeleireiro onde me penteavam para o casamento de amanhã. Sem piar. A brincar com duas motas. Depois, chegou a casa e disse que queria brincar com os avós para ficar contente, porque estava triste porque o balão dele rebentou. Este meu filho é mais doce do que doce de leite com leite condensado e uma pitadinha de açúcar.
24 setembro 2009
sou portuguesa
Não há esperança de algum dia vir a gostar de touradas mas já há vários pratos de bacalhau que aprecio. Já deixei de sofrer com a selecção nacional de futebol mas não deixo de verter a lagriminha quando somos consagrados no atletismo. Ontem venci o último tabu e comprei o meu primeiro CD de fado. E um de Rodrigo Leão - como é possível que tenha sido preciso ver o Equador para descobrir esta coisa maravilhosa?
23 setembro 2009
sou europeia
O meu sentido de humor é britânico. A minha exigência é germânica. As minhas manias intelectualóides são francesas. O meu sentido de família é italiano. A minha vivência da Fé é espanhola (mas não sou da Opus Dei, sosseguem). A minha melancolia é portuguesa. O brilho dos meus olhos é o reflexo do Atlântico nas ondas do Guincho, na calmaria da Arrábida, na perfeição a perder de vista da baía da minha praia. Toco as pedras da Acrópole ateniense, da Porta Nigra de Trier, do castelo de Edimburgo, da Sé de Lisboa, e sinto que tudo isso é meu. Que sou filha da Europa e dos seus muitos séculos de História entrelaçada. E agora vou viver na Burgerlândia e não sei bem como encaixar lá a minha identidade.
Pronto, hoje deu-me para isto. Agora vou espreitar a Experimenta Design ao CCB e comer pastéis de Belém. Que lindo dia de sol para começar o Outono, a estação mais bonita nesta cidade.
Pronto, hoje deu-me para isto. Agora vou espreitar a Experimenta Design ao CCB e comer pastéis de Belém. Que lindo dia de sol para começar o Outono, a estação mais bonita nesta cidade.
21 setembro 2009
há dias assim
Em que tudo corre mal. Eu já acordei mal disposta, até parecia que adivinhava.
(houve uma palmada, um telefone desligado à pressa, lágrimas, muita vontade de gritar com alguém que fosse para o cocó, e termina com o sentimento de impotência)
(houve uma palmada, um telefone desligado à pressa, lágrimas, muita vontade de gritar com alguém que fosse para o cocó, e termina com o sentimento de impotência)
20 setembro 2009
30 pares de meias a 5 euros
País acima, país abaixo, um fim-de-semana em viagem para visitar a família minhota. Fomos à feira, ouvimos os bombos, passeámos junto ao Lima e ao Minho, comemos Serrabulho (infelizmente não farturas) e ouvimos a barulheira dos carrinhos de choques e dos vendedores de pechinchas. Demos muitos beijinhos, respirámos aquele ar puro (e fresco, e húmido) e vimos os cavalos selvagens no alto do monte. O Gugas andou numa roda viva e eu já tenho uma barriga descomunal. Roupa de grávida, aqui estou eu.
18 setembro 2009
da segunda gravidez
Sei que se costuma dizer que cada gravidez é uma gravidez, mas esta segunda não está, francamente, a ser muito diferente da primeira. Pelo tamanho e formato da barriga, pelos sintomas, pelos ritmos a que tudo acontece, tudo aponta para que venha aí um gémeo do Gugas. Se assim for - um bebé bem-disposto, bom comedor, bom dormidor - não me queixo nadica. Mas sei que não vai ser. O Diogo é um ser humano completamente diferente, só que tenho alguma dificuldade em imaginar como será. Enquanto, no caso do Gustavo, tinha formada uma imagem bastante definida do que idealizava (e que até corresponde bastante à realidade), nesta altura não sei mesmo o que antecipar. Só posso dizer que os receios da primeira gravidez - que ele não esteja todo direitinho, que haja algum problema no parto - se repetem tintim por tintim, não faz diferença nenhuma. A única diferença é que eu já sei a carnificina que é um parto (desculpem, mas continua a ser o melhor substantivo que conheço para a situação). Mas não fico ansiosa com isso. Pelo menos, por enquanto.
15 setembro 2009
a situação mais embaraçosa
Há pouco, enquanto via a Manuela Ferreira Leite entrar no cenário onde ia ser entrevistada pelo Ricardo Araújo Pereira, com um ar de "ai meu Deus, o que é que vai sair daqui?",
(e aqui permitam-me comentar, apesar de não ir votar nela, que fiquei surpreendida com a estaleca e o sentido de humor que demonstrou)
lembrei-me da situação profissional em que me senti mais um peixe fora de água, sem saber bem para onde me virar. Foi quando trabalhei num operador turístico e, por uma série de circunstâncias mal conjugadas, dei por mim a ter de fazer de guia turística, em Sintra, a um grupo de franceses. Ora, eu não sou guia turística. Não conheço bem Sintra. O Francês não é a língua em que me sinto mais à vontade. O que é que uma pessoa faz nessa posição? Gralha. Belas estórias ouviram aqueles senhores, sem a mínima relação com a realidade. Espero que não voltem a Sintra com um guia turístico a sério. Aliás, espero que nunca se lembrem sequer de googlar nada sobre esta linda vila, tão maltratada pela minha ignorância naquela linda tarde de Primavera.
E vocês, qual foi a situação mais embaraçosa por que passaram na vida profissional?
(e aqui permitam-me comentar, apesar de não ir votar nela, que fiquei surpreendida com a estaleca e o sentido de humor que demonstrou)
lembrei-me da situação profissional em que me senti mais um peixe fora de água, sem saber bem para onde me virar. Foi quando trabalhei num operador turístico e, por uma série de circunstâncias mal conjugadas, dei por mim a ter de fazer de guia turística, em Sintra, a um grupo de franceses. Ora, eu não sou guia turística. Não conheço bem Sintra. O Francês não é a língua em que me sinto mais à vontade. O que é que uma pessoa faz nessa posição? Gralha. Belas estórias ouviram aqueles senhores, sem a mínima relação com a realidade. Espero que não voltem a Sintra com um guia turístico a sério. Aliás, espero que nunca se lembrem sequer de googlar nada sobre esta linda vila, tão maltratada pela minha ignorância naquela linda tarde de Primavera.
E vocês, qual foi a situação mais embaraçosa por que passaram na vida profissional?
13 setembro 2009
o despojamento
Estou sem emprego, sem casa, com a minha vida às costas até aterrar nos EUA daqui a três semanas. É uma sensação muito estranha deixar a nossa casa - que continua a ser a nossa casa - vazia para outra pessoa a ocupar. E é de um certo espírito cigano andar com as tralhas todas atrás enquanto não chegamos ao nosso novo poiso.
Neste tempo de transição, tenho alguma inveja dos nossos caixotes que seguem no porão de um navio. Têm 8 dias para fazer a travessia do Atlântico. Gostava de poder sentir na pele a distância geográfica até à nova realidade, como se isso me ajudasse a reconfigurar a minha vida. Mas de avião também se vai bem, obrigada, que eu enjôo desgraçadamente em mar alto. E, hoje em dia, nunca se sabe se não há um iceberguezito à espreita por estas latitudes.
Neste tempo de transição, tenho alguma inveja dos nossos caixotes que seguem no porão de um navio. Têm 8 dias para fazer a travessia do Atlântico. Gostava de poder sentir na pele a distância geográfica até à nova realidade, como se isso me ajudasse a reconfigurar a minha vida. Mas de avião também se vai bem, obrigada, que eu enjôo desgraçadamente em mar alto. E, hoje em dia, nunca se sabe se não há um iceberguezito à espreita por estas latitudes.
10 setembro 2009
e se, afinal, até gostar daquilo?
Nos poucos minutos por dia em que não tenho o Tico e o Teco ocupados a resolver coisas pendentes, de vez em quando, dou por mim a pensar que até pode haver algumas coisas boas em ir viver para Princeton. Diz que aquilo é bonito. Diz que vou conhecer pessoas novas e descobrir o melhor (e o pior) de uma cultura que qualquer europeu acha que conhece de gingeira. Sou bem capaz de até conseguir passar umas tardes nos cafés dos estudantes a fingir que passo por um deles. E a biblioteca da Universidade há de valer a pena. Ainda perco a cabeça e arranjo maneira de voltar a pegar num par de remos. Isto, no meio de todas as tarefas domésticas e dos dois filhos pequenos e etc., etc., não falemos disso agora. Às vezes, não consigo contrariar esta tendência para não conseguir sentir-me infeliz. Se calhar, até é giro ter um Natal com neve.
09 setembro 2009
trovoada
Portanto, fui eu a única que pensei que talvez estivessemos a ser bombardeados hoje de manhã? É que nunca ouvi trovoada assim, senhores. Eu não tenho medo de trovoada, a sério. Incomoda-me os cabelos da nuca.
07 setembro 2009
filho de gralha
O meu filho consegue levar-me à rouquidão, tal é a quantidade de perguntas que debita por minuto.
04 setembro 2009
coitadinha da nelinha
O fim do Jornal Nacional da Manuela Moura Guedes foi a decisão mais inteligente dos espanhóis desde que resolveram patrocinar a expedição do Cristóvão Colombo às Índias. E mainada.
dondoquisse: aqui vou eu
Numa altura em que muitos de vós regressam ao trabalho, eu despeço-me do meu. Muah-ah-ah-ah-ah! Pronto, até nem fazia questão nenhuma de deixar de trabalhar. Aliás, chego à triste conclusão que este é apenas o segundo trabalho que tenho, em 11 anos de carreira contributiva, que não abandono com o alívio de alguém que tem o rabo em chamas. Será que sou muito exigente? Acho que não. Mas coisas como chefes malucos, tarefas que me assassinam o cérebro ou salários que não dão para pagar metade das contas não costumam reunir uma legião de fãs. A partir de agora, é só ficar o dia todo a ver televisão e a comer nachos. Os homens da casa que tratem das tarefas domésticas, que têm bem corpinho para isso. Mas também tenho um projecto na manga para trabalhar a partir de casa, vamos lá ver se consigo avançar com isso.
(como é óbvio, estou a brincar acerca de ficar o dia todo a ver televisão - eu nem sequer gosto particularmente de nachos)
(como é óbvio, estou a brincar acerca de ficar o dia todo a ver televisão - eu nem sequer gosto particularmente de nachos)
02 setembro 2009
post meio feminista, meio pequeno-burguês
Que bela altura que o marido da minha querida Marlene (a senhora peruana que nos faz as limpezas) arranjou para decidir que a sua esposa tem de largar o emprego (sim, porque ela tem contrato comigo) para se dedicar exclusivamente a tratar da mãezinha dele! Ai do desgraçado que decidisse POR MIM que eu TINHA de deixar de trabalhar para tratar da mãezinha DELE! Rásparta estes homens do século passado e mais o seu machismo/meninismo-da-mamã.
Pobre Marlene.
Pobre de mim, que já não me bastava a pança, os vómitos e a mudança intercontinental. Estava mesmo a apetecer-me passar roupa a ferro nos tempos livres.
(vá, agora chamem-me egoísta e preguiçosa e digam que vocês fazem isto tudo e muito mais e ainda calçam as pantufas ao marido)
Pobre Marlene.
Pobre de mim, que já não me bastava a pança, os vómitos e a mudança intercontinental. Estava mesmo a apetecer-me passar roupa a ferro nos tempos livres.
(vá, agora chamem-me egoísta e preguiçosa e digam que vocês fazem isto tudo e muito mais e ainda calçam as pantufas ao marido)
01 setembro 2009
as duras verdades
(este post não é sobre bebés nem mudanças - sim, há vida para além disso)
Hoje acordei a lembrar-me de uma conversa que tive com alguém que me disse uma daquelas verdades difíceis de ouvir (e de contar). E voltei a sentir-me agradecida e a admirar a coragem dessa pessoa. É que quase ninguém nos diz estas verdades. E eu gosto, preciso que mas digam. Magoa, é certo, mas nada é pior do que a santa ignorância. Para ignorância já nos basta aquela de que não nos livramos por muitos anos de escolaridade e pestanas queimadas que tenhamos investido. Por isso, amigos que são meus amigos, por favor digam-me as verdades. Se eu tiver 5 cancros e 2 semanas de vida, digam-me. Se o meu marido andar enrolado com uma paquistanesa (ou um paquistanês), contem-me. Se eu tiver dito qualquer coisa de absolutamente bruto e insensível, como é tão meu apanágio, confrontem-me. Se for só para dizer mal da minha religião, do meu clube de futebol ou do meu partido, deixem lá, pode ser que eu concorde convosco nesta ou naquela questão.
Hoje acordei a lembrar-me de uma conversa que tive com alguém que me disse uma daquelas verdades difíceis de ouvir (e de contar). E voltei a sentir-me agradecida e a admirar a coragem dessa pessoa. É que quase ninguém nos diz estas verdades. E eu gosto, preciso que mas digam. Magoa, é certo, mas nada é pior do que a santa ignorância. Para ignorância já nos basta aquela de que não nos livramos por muitos anos de escolaridade e pestanas queimadas que tenhamos investido. Por isso, amigos que são meus amigos, por favor digam-me as verdades. Se eu tiver 5 cancros e 2 semanas de vida, digam-me. Se o meu marido andar enrolado com uma paquistanesa (ou um paquistanês), contem-me. Se eu tiver dito qualquer coisa de absolutamente bruto e insensível, como é tão meu apanágio, confrontem-me. Se for só para dizer mal da minha religião, do meu clube de futebol ou do meu partido, deixem lá, pode ser que eu concorde convosco nesta ou naquela questão.
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