04 setembro 2014

a dor fantasma

Ouço canções lamechas. Suspiro. Passeio pelo quarto à procura de uma recordação daquele cheirinho bom deles. Não há volta a dar, sinto muito a falta dos meus filhos. Muito mais do que imaginava. Até começo a achar ternurentas as birras dos filhos dos outros, claro sintoma de senilidade. O que vale é que já falta pouco para o regresso e eles andam todos contentes a comer três calipos por dia. Uma pessoa pensa que eles estão crescidos e já não há aquela ligação simbiótica, a necessidade de contacto, de proximidade. Não nos enganemos: são nossos filhos e não deixam de fazer parte de nós.

E, sim, é muito bom ter este tempo a dois para conversas de adultos, para descontrair nas rotinas e simplesmente para estarmos só a namorar. Mas já estou habituada a que quase tudo na minha vida seja feito de doses complementares de sofrimento e gozo.

5 comentários:

Ana disse...

Ainda só estive no máximo uma noite afastada dele e tenho aquela ideia de que quando crescer vai ser mais fácil o desprendimento. Começas a tirar-me a esperança :)

dona da mota disse...

Eu ando a preparar o quarto para que esteja limpo e perfumado quando regressarem.
Eles nos 1.ºs dias nem vinham ao telefone e agora já pedem á avó para ligar aos pais... Fofinhos!

LG disse...

Para sofrimento agora já temos o cão lá em casa, por isso não faz mal... :)

Amigo Imaginário disse...

Sei tão bem o que isso é! Tem dias em que parece que falta o ar... :(

gralha disse...

Mãe Sabichona, o desprendimento torna-se mais fácil. Mas não deixa de custar.

Dona da mota, vocês criam os filhos em versão tribo alargada, tu já em reparas se eles estão contigo ou com os avós :P

LG, não sei do que falas. O meu cão é lindo e não dá trabalho nenhum, só alegrias.

Amigo Imaginário, nem quero calcular como é quando eles estão realmente longe.