10 setembro 2014
monda
Que se lixe: vou culpar o tempo também disto, do crescimento indevido de vegetação que não plantei. Só pode ser por causa da chuva constante. Na verdade, custa-me um bocado compreender por que se arrancam as ervas daninhas. Ingenuidade de quem não tem os dedos calejados pelo sacho, está claro. No meu imaginário bíblico, trigo, joio, rosas e cardos deviam poder conviver docemente, seres dotados do mesmo direito à existência, cada um com a sua beleza. Há de confirmar-me quem percebe do assunto, mas o problema está no facto de os usurpadores selvagens, apesar de belos e viçosos, estrangularem a força vital das boas sementes. Bem que gostaria de abrir o meu jardim à selvajaria, deixá-lo crescer à solta, bravo, o darwinismo que triunfasse sem dó nem piedade. Mas depois lá se ia o pão nosso de cada dia, que nos é dado hoje se fizermos por cuidar da plantação e não nos deixarmos encostar à sombra de insidiosas espécies invasoras.
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3 comentários:
Cá em casa praticamos o darwinismo botânico, sim. Quando está tudo grande, vai tudo à vida.
(Também praticamos o darwinismo têxtil na máquina de lavar, vai tudo ao molho. Aliás, a única delicadeza respeitada nesta casa é a do Gabriel).
Mas onde é que acaba a tolerância e começa a preguiça pura e dura, Melissa? Ah, pois.
Olha que omelete de cardos é um petisco bem bom!!
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