10 outubro 2025

Como cão e gato

Não sei como é que uma pessoa sem irmãos aprende a conflituar. Os irmãos servem para inúmeras coisas, como percebermos que os nossos pais também dão atenção a outras pessoas (!) e o haver injustiças atrozes sem solução no mundo, ou seja, eles serem culpados de algum crime pelo qual pagamos nós as favas. Mais recentemente, percebi que os irmãos também podem ser um alicerce quando os pais se separam, as casas duplicam e a vida passa a ser feita entre idas e vindas, com rotinas mais ou menos diferentes. Os meus filhos queixam-se por vezes que são os únicos que têm de se aturar sempre um ao outro. É verdade. Em ambas as casas partilham quarto e têm de sobreviver ao facto de um ser arrumado e o outro caótico, já para nem falar em clubes de futebol. Provocam-se. Vingam-se. Degladiam-se a propósito das maiores minudências. Conhecem como ninguém as fraquezas um do outro. Tudo contra a educação plácida e cristã que lhes incuti desde o berço. Mas, se o objetivo é criar seres humanos sem receio de fazer ouvir a sua voz mas com a capacidade de ouvir o outro e de o defender, em caso de ataque externo, vamos no bom caminho (ou é nisso que tenho de acreditar, pronto, não me desfaçam os sonhos).

Como cão e gato já se pegaram também estas companheiras do Largo:

A Marisa (spoiler, o Perinha voltou!)

A Carla

A Helena