28 setembro 2007

fita cor-de-rosa

Sabem aqueles dias em que já se vem com o cansaço acumulado de dias e com muitas irritaçõezinhas entaladas na garganta mas depois acontece alguma coisa realmente importante e isso se evapora?

Hoje quase atropelei uma criança. Não por excesso de velocidade nem por distracção, simplesmente porque era uma menina pequenina que passou rente à traseira do meu carro quando estava a sair do estacionamento, depois de deixar o Gustavo na creche. A menina tinha uma fita cor-de-rosa na cabeça e foi isso que vi no espelho retrovisor e me fez travar a fundo. Ela ficou confusa com o susto. Eu fiquei gelada e fisicamente mal-disposta. Se ela tivesse menos 10 cm não a tinha visto e tinha-lhe passado por cima.
Às vezes os encontros casuais do quotidiano são dramáticos, inevitáveis, brutais. E não há nada que possamos fazer acerca disso. Hoje tivemos sorte, aquela menina e eu.

26 setembro 2007

há coisas fantásticas, não há?

A minha "Joana" (Andy Summers) já parece um daqueles tios de uma certa idade a quem se leva bolachas nas tardes de chuva de Domingo.
A minha "Rita" (Stewart Copeland) continua com muita pinta a tocar bateria mesmo com uns óculos da colecção Desconto = idade da Multiópticas.
A minha "Teresinha" (Sting) - aaah, a Teresinha... - tem o baixo todo escangalhado (acho que tenho de lhe oferecer um novo no Natal) e não me fez a vontade de tocar contrabaixo no "Every breath you take", mas continua com uma voz sobrenatural e com um carisma incomparável.

As minhas "meninas" portaram-se tão bem! Tocaram muito decentemente e ainda estão todas muito sexy, apesar dos anitos que passam por todos.

25 setembro 2007

the police


É hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje é hoje!

Depois de 28 anos de espera (sim, porque já os ouvia na barriga da minha mãezinha) vou finalmente realizar um sonho que sempre julguei que seria impossível :D

Espero que toquem ainda melhor do que na minha despedida de solteira ;)

24 setembro 2007

muitas vidas

Hoje acordei de manhã

(e sai uma grande beijoca para o S. Pedro que se tem portado tão bem no último mês)

Hoje acordei de manhã e, se não fosse socióloga-esposa-mãe era fotógrafa para a Amnistia Internacional e andava à volta do mundo a retratar a condição da mulher nas diferentes culturas (e inculturas).

Ou era cantora (pimba - a maioria de vocês não sabe mas eu tenho voz de cantora pimba) e andava a fazer o circuito emigrante e a levar a portugalidade a tanta gente afastada no nosso lindo céu azul. Que eu bem sei que às vezes a saudade bate forte e até para quem não gosta de bacalhau (como é o meu caso) as pataniscas sabem a casa.

Ou era antropóloga para a National Geographic e andava a redesenhar as fronteiras de África em função das centenas de etnias e nações (que não coincidem com os Estados que o Ocidente resolveu atribuir). Ou então passava só uns meses a pastorear cabras no Kalahari (nota-se que acabei de ler o África Acima, do Gonçalo Cadilhe?).

Não trocava a minha vida por nada mas gostava de ter mais vidas para fazer tantas coisas e conhecer tanta gente e ver tanto mundo...

Nota que agora não tem nada a ver: hoje, pela primeira vez em 10 anos que frequento esta universidade, a Comissão de Praxes não veio ter comigo com aquele ar esfomeado de quem me quer escrevinhar a cara. Estou oficialmente cota.

20 setembro 2007

avós e netos

Este texto vale a pena ler por todas as mães a braços com as já famosas discussões mentais. Se todos tivessem juizinho e soubessem colocar-se nos seus lugares era tão mais benéfico para as crianças...

informação importante

O Duarte das Pistas da Blue integra o novo elenco dos Morangos com Açúcar.



(para os menos atentos, passo a explicar: o pobre Duarte é um símbolo de toda uma geração nacional que é forçada a fazer grandes figuras imbecis para ganhar currículo e, finalmente, conseguir atingir o grande objectivo profissional - presumindo que o grande objectivo profissional de um jovem actor português é participar nos Morangos. Se o Duarte conseguiu, há esperança para todos nós mileuristas, recibos verdes, saltitões de contratos a termo certo e bolseiros já com alguns cabelos brancos)

18 setembro 2007

VIC


Virose de Introdução à Creche. Guguinha 1 - Bichos Maus que Fazem Febre - 0.
Assim começa o campeonato nesta temporada. Já estava preparada para que acontecesse mas não há nada que nos prepare para o nosso borrachinho eléctrico tornar-se murchinho e triste, sem brincar, sem palrar, (quase) sem um sorriso.
Mas hoje já voltou para a escola, pronto para enfrentar a próxima :)

E eu vou ter um trabalho louco nas próximas semanas por isso não estranhem o meu silêncio nos vossos blogospaços, sim?

beijinhos e boa semana.

15 setembro 2007

e por falar nisso...

O Gustavo está cheio de febre desde ontem à noite :(
Não tem outros sintomas e ainda não chegou ao 40 graus, por isso o Dói Dói Trim Trim mandou-nos só dar o Ben do costume e refrescá-lo com toalhas húmidas. Mas CUSTA TANTO vê-lo assim...

14 setembro 2007

os medos

Nisto dos blogues fala-se de muita coisa, às vezes até demais no que diz respeito à nossa intimidade e à dos nossos filhos. Mas costuma ser uma versão um pouco acôrderosada da coisa, porque todos temos pudor em falar das nossas fraquezas e das nossas falhas. Já o fazemos cá fora ("então, tudo bem?", "ah, vai-se andando"), como não o havíamos de fazer na blogosfera?
No entanto, eles persistem, os medos. E falo em concreto dos medos que sentimos em relação aos filhos e que, sobretudo por arrasto de várias notícias que têm vindo à cena nos últimos tempos, teimam em roer-nos por dentro. Baixinho mas insistentemente. Temos medo que algo não corra bem com a gravidez. Depois com o parto. Depois ainda é pior porque nos sentimos (e somos!) responsáveis por algo tão indefeso.
Eu tinha medo que o Gustavo caísse da cama. E caíu (felizmente não foi nada de grave). Às vezes, os medos tornam-se pesadelos reais e não há nada que possamos fazer... A sensação de impotência é terrível. A vontade de fazer Control + Z (anular a acção anterior) é estupidamente real. Mas não dá, não dá. E falhámos como pais. E nas últimas noites tenho sonhado todos os dias que agarro o Gustavo porque está a cair da cama (e acordo com o L. a perguntar por que é que o estou a agarrar).
Depois há todos aqueles medos que não se concretizam (até ver!), que se sucedem e renovam, à medida dos novos perigos de cada idade. Agora dou por mim a ter medo das sanitas, o que podia ser muito engraçado se elas não constituissem mesmo um perigo para os pequenos exploradores. E é melhor não pensar demasiado no assunto senão começo a ter medo de tudo.
O que é que eu queria dizer com tudo isto? Claro que não quero fazer ainda mais medo a ninguém. Se calhar só quero exorcisar um bocadinho os meus receios de falhar como mãe.

12 setembro 2007

6 meses

Parabéns meu filho querido pelo teu meianiversário!!! Não caibo em mim de orgulho por ter um bebé tão maravilhoso. Mas não é um orgulho orgulhoso, é mais um orgulho incrédulo de quem não acredita como é possível ter feito - e contribuir agora para o crescimento de - uma coisa tão perfeitinha. Meu filho, acho que te achava a coisa mais linda do mundo mesmo que viesses pintado às bolas verdes e com 7 patas, mas a verdade é que és, cada vez mais, um bebé encantador, simpático, meiguinho e bem disposto. És uma benção, mesmo.
Já não consigo dar conta das tuas gracinhas... Adoro quando me róis o queixo e me puxas as bochechas (só é pena preferires puxar o cabelo). Adoro a tua determinação em gatinhar para a frente, apesar de só conseguires andar cada vez mais para trás (mas não desistes!). Continuas a não ser grande fã de estar sentado, apesar de já o fazeres bem com o apoio das mãos. Mas assim não dá para ir buscar os brinquedos!
Adoro o teu chapinhar louco no banho, mesmo que aquilo fique tudo em estado de sítio no fim. Adoro que tenhas tanto apetite que até gostas das sopinhas que faço. Adoro que continues a adorar a maminha. Adoro o cheirinho a bebé da tua nuca, que está a passar depressa demais! E adoro aquele momento em que te vou deitar e ficamos um bocadinho na cadeira das histórias enquanto de falo baixinho e te faço festinhas. Adoro-te, meu borrachinho gordo e grandalhão!



11 setembro 2007

bebés por acaso, bebés por milagre

Ao falar com os meus colegas e ao ler isto, constatei assim de repente que toda a gente que conheço da minha geração (eu incluída) que teve recentemente bebés fê-lo por acidente ou com recurso a técnicas de reprodução assistida. O mais diverso tipo de pessoas, com diferentes origens, formações e valores.
Caramba, não é fácil ter bebés em Portugal, hoje em dia! A situação profissional instável não o permite, a falta de apoio para cuidar deles quando crescem não ajuda. A falta de dinheiro, ai, a falta de dinheiro... Todos sabemos as voltas que damos à cabeça e à carteira para que as coisas funcionem. Depois ainda há os que até têm possibilidades mas não querem fazer esta opção, pelo menos neste momento. Não julgo, cada um sabe de si. E depois há os que tentam, tentam, passam por angústias, frustrações, desilusões, investem o que têm e não têm, monetária e emocionalmente, e então lá conseguem (ou não...).
Que mundo este em que os bebés deixaram de ser uma consequência simples, desejada e previsível (será que alguma vez o foram, realmente?). A taxa de natalidade depende de distracções e de intervenções. Fui só eu que, em pequenina, olhava para o meu futuro e sonhava ter filhos? Sou só eu que continuo a acreditar que os sonhos têm de ser maiores que os obstáculos da realidade?

mãos no fogo

E quando pensamos que já nada nos surpreende, bam! Vem a Maddie e os pais desesperados que movem literalmente o mundo e agora se tornam o alvo das maiores suspeitas... Ainda me custa a acreditar. Não no eventual acidente mas na insistência que fizeram sobre a mediatização. E o feitiço agora vira-se contra o feiticeiro porque nunca como agora a notícia alicia, como romance policial: como esconderam tudo isto este tempo todo? Como é que a polícia portuguesa vai conseguir lidar com a situação com eles à distância? Será que alguma vez vamos ficar a saber alguma coisa?

A pergunta maior: Se foi acidente, por que não assumi-lo à partida? Porquê? Será que eu faria o mesmo, no meio do choque?

10 setembro 2007

ressaca

Filho...
Preciso de filho...
Ninguém tem por aí uma fraldita suja, um bocadito de baba, um singelo bolsado para eu me aguentar até ao fim da tarde?

07 setembro 2007

retratos da família


A mãe (muito favorecida em relação à foto que mostrei na semana passada, eu sei)


O pai (o tal lobo para o qual o Roger rosnava - tem mesmo um ar ameaçador, não tem?)


O filho (como vêem, o filho sai ao pai, excepto nos olhos e a côr de pele)

Concluímos hoje os três dias de introdução à creche e posso dizer que correram MUITO bem :) O Gustavo esteve sempre bem disposto, comeu e dormiu bem, sorriu e fez muitas festinhas para as educadoras (que ficaram logo conquistadas, espertalhão!) e não o vi a chorar uma única vez. Sei que isto só é possível porque o Gustavo ainda é muito pequenino - é uma vantagem de entrar tão cedo para a creche - mas sinto-me aliviada e descansada - tenho confiança no sítio e nas pessoas que ficaram com ele - por isso, apesar das saudades (hoje foram 6 horas, já custou!), acho que não posso pedir mais nada senão que continue assim. E que as doenças continuem afastadas por muito tempo, xô! Não há nada, nada no mundo que pague o sorriso que ele faz quando o vou buscar! Acho que devia fazer anúncios a pastas dentífricas, apesar de ainda não ter dentes :P
E hoje, depois da "escola", ainda deu para comemorar (?) o meu fim de férias e fomos passear ao Zoo, coisa que eu adoro (e ele também, concerteza). Isto é que é vida!

Bom fim-de-semana!

04 setembro 2007

o quarto do gustavo

Para já, muito obrigada pelas vossas opiniões... que foram de encontro à dos meus pais e da pediatra (sala com tudo à misturada = muita confusão de vírus e bactérias), e a nossa decisão recaiu então sobre a creche mais velhinha mas mais organizada (amanhã já vai para lá uma horinha). E tal como disseram, com as rotinas necessárias - que é coisa a que o Gustavo está habituado desde que veio para casa da maternidade.

Rápidas:

Lembram-se de eu ter dito que o Roger é chanfrado? O que chamar então a um cão que rosna ao lobo que eu pintei num quadro (e eu não sou nenhum Leonardo da Vinci)? É de cair para o lado a rir.

Da consulta dos 5 meses-que-é-mais-6-mas-enfim: o Gustavo continua óptimo, grande e gordo. E hoje comeu a primeira sopa e fruta (a sopa marchou em alto speed, a pêra nem tanto, mas acho que foi porque não a cozi).

Finalmente, aqui está uma foto do quarto do Gustavo. A foto está bem miserável porque as cores estão um bocado escuras (é mais em tons de lima e azul celeste) e parece muito pequenino, mas até é uma área decente. Não quisemos uma coisa muito abebezada nem, diga-se a verdade, temos muita paciência para decoração, mas até fiquei satisfeita com o resultado. Recomendo vivamente o tapete acolchoado (comprei no centro do Campo Pequeno) porque é enorme e um descanso para deixar o Gustavo a arrastar-se e andar de marcha atrás como tanto gosta. Ah, no quarto só faltam os três quadros que pintei (entre eles o tal do lobo), que faltam emoldurar. Depois mostro.

(afinal não foram assim tão rápidas)

03 setembro 2007

indecisos (ainda)

Ainda a questão da creche...

Espaço simpático ao ar livre... Ou duas pessoas fixas para cada sala de bebés?
Salas pintadas de fresco... Ou caminhas para dormir, num quarto para o efeito (em vez de meras esteiras num quarto onde se brinca e dorme à misturada)?
Horários livres... Ou rotinas mais certinhas?
É que estas coisas não são comparáveis!

E isto são só os prós e contras que dizem respeito apenas ao Gustavo, não falo de distâncias, preços, períodos de funcionamento...

Foi muito difícil escolher o que seguir no 10º ano.
Foi por impulso que escolhi a licenciatura.
Caramba, por que é que tem de ser tão difícil fazer escolhas também para um pobre indefeso que agora está à minha responsabilidade??? Quem sou eu para decidir? Angústia. E duas creches que pensam que o Gustavo vai lá começar a ir na 4ª feira (qualquer dia estou tipo Pinóquio com tanta aldrabice). Acho que vou lançar as cartas do Tarot.

02 setembro 2007

mudança de quarto

Uma pessoa mentaliza-se para ser mãe e desenha na sua cabecita um canone: a mãe que sorri sempre, a mãe meiguinha mas não melga, a mãe que conta histórias fantásticas e tem ideias geniais para brincadeiras e jogos, a mãe que impõe disciplina mas não se irrita, a mãe que cozinha pratos fabulosos, a mãe fixe que é a inveja de todos os amigos dos filhos... Enfim, a mãe que é uma boa mãe mas não é mãe galinha.
OK, os planos já me sairam furados.
O Gustavo mudou ontem para o quarto dele (que está, finalmente, a ficar compostinho - quando estiver terminado ponho aqui as fotos) e só me deu para a choradeira. Um chorinho disfarçado, nada de dramas, mas um chorinho. Então e o "é bom sinal, é porque já está crescido" e o "que bom, já vão ter o quarto só para vocês"? Tretas. E as saudadonas do meu gralhinho e de acordar e vê-lo a espreitar por estre as grades e a dar aquele sorrisão? Ai...