30 novembro 2007

em casa

Muito obrigada pelos vossos comentários ao post de ontem, cada um especial à sua maneira (é assim que eu vejo que valeu a pena privatizar o blogue e reservar a entrada só a pessoas - e pinguins - fora de série).
Hoje fiquei em casa com Gustavo para ver se, pelo menos por uns dias, ele não leva a injecção de vírus da creche. Ele continua a tossir como um camionista sem chauffage que atravessa os Pirinéus no Inverno, mas já está medicado e talvez um pouco melhor. Conseguimos consulta ontem com a Pediatra, o que sempre deu não só para a medicação mas também para confirmar que ele continua matulão, giro, desenvolvido, etc.
As dúvidas continuam sempre, claro. É só que, às vezes, olho para mim e vejo-me ainda quase adolescente e a não saber o que fazer a tanta responsabilidade. Mas depois isso passa-me logo porque eu sempre me achei muito forte e corajosa (como o Matias, um Beagle que se julga Rottweiller, pelos vistos é de família).

Por isso, amiguinhos, bom fim-de-semana. Façam a árvore de Natal! Sim, é neste Domingo, que é quando começa o Advento. O Advento, para quem não sabe, são as 4 semanas antes do Natal, que é o dia de aniversário daquele boneco mais pequenino e de fraldas que têm no vosso presépio. Pronto, quem quiser também pode montar o pinheirinho só no próximo dia 8, que era a tradição antigamente.

p.s. Estou muito contente porque parte de mim vai amanhã para um sítio onde sempre sonhei ir, a Costa Rica. Infelizmente, essa parte é apenas a minha mochila e o meu saco-cama. Pode ser que traga uma tarântula lá dentro, ou coisa que o valha.

29 novembro 2007

equilíbrios

Uma mulher que se torna mãe pare um bebé mas engole uma espécie de bicho que a corrói de dúvidas e preocupações para o resto da vida.

(isto as mães que o são por escolha, claro)

E ainda tem de engolir mais uma quantidade infinita de sapos, mas agora não me apetece falar disso.

Decisões como pô-los ou não na creche, ficar ou não em casa, confiá-los ou não a outras pessoas, deixam-nos sempre a interrogação se tomámos as melhores decisões, se o fazemos por eles, por nós, pela relação com o nosso marido, por todos... É tão difícil equilibrar tudo isto, e é sobretudo nas alturas de crise - como nas doenças persistentes de um bicharoco pequenino (matulão) de 8 meses e tal, que não tem culpa de nada - que estas dúvidas nos martirizam. Só queria saber tomar sempre a melhor decisão para todos. Queria conciliar um desenvolvimento independente com a saúde física, a minha própria sanidade mental com o conforto dele, o bem-estar do meu casamento com um acordar sem tosse a cada dia... Mas não parece possível, não parece possível. Estou triste.

27 novembro 2007

...e mais uma

Gralhinho doente. Eu bem lhe digo para parar com isto das viroses, que já não é nada original. Febre, ranhoca, a estreia da devolução do jantar (em jacto) sobre o pai. Uma festa. Até melhores dias!

23 novembro 2007

o que me falta

Não sei se vocês param, de vez em quando, para pensar se levam a vida que desejam (se não o fazem, é lastimável) mas eu lá faço o exercício ocasionalmente. Verbalizar mesmo o que se deseja, o que se deseja de facto, é muito importante. Eu sempre desejei para a minha vida constituir família e ter um trabalho que ajude, de alguma forma, a fazer deste mundo um lugar melhor. Estou muito contente com a minha família recém-nascida, e que espero que possa crescer e dar frutos (não desfazendo, acho que vou ser uma avó espectacular). E o resto?
Quando olho para os meus posts anteriores vejo escapismo, preocupações sociais e ambientais. Vejo a minha urgência em ajudar, em tomar os mais frágeis debaixo das minhas asas. E olho para os meus dias de trabalho e vejo despesas e receitas e uma grande alegria quando recebo pastas novas que me permitem organizar as montanhas de papeis que já faziam sombra ao teclado do computador. Caramba, isso é tão pouco, tão... ao lado do que eu desejo. E até tenho planos e ideias bem definidas do que poderia fazer. Mas lá vêm as desculpas: falta-me o dinheiro para montar o negócio, o tempo para fazer tudo direitinho, a estabilidade para poder largar o trabalho que tenho e dedicar-me só aos meus projectos. Mas quase toda a gente que monta um negócio de raiz tem falta de tudo isso, não? O que me falta é outra coisa...

21 novembro 2007

galápagos

Ora hoje podia era estar aqui.



Só eu, o meu marido - que bem está a precisar -, um tabuleiro com ameijoas, pão acabado de fazer e sangria de champanhe. Ficávamos só a observar as iguanas à pesca na água gelada. E estava sol, muito sol. Mainada.

(Deus abençoou-me com tanta imaginação...)

20 novembro 2007

não concordo

Nunca falei de política neste blogue, e nem tenciono voltar a fazê-lo, mas tenho de dizer que não concordo que o nosso Primeiro-Ministro, representando um país democrático, receba um ditador. Não concordo, pronto. Os ditadores podem ser pitorescos à distância, podem dar personagens interessantíssimos de romances históricos, mas a minha experiência num país que ainda vive uma ditadura fez-me perder toda a paciência para estes salvadorezecos-da-pátria que acabam por retirar as liberdades individuais para encher o ego ou mesmo para encher o bolso. Como o meu blogue é democrático, aceito todos os comentários contra, mas eu digo: Chávez, baza!

19 novembro 2007

grrrrrr

Dir-se-ia que 28 anos anos já são uma idadezita razoável para não corar por tudo e por nada - especialmente por nada! - só porque se fala com alguém e se pensa que a outra pessoa pensa que nós estamos a pensar em qualquer coisa que não estamos a pensar, não? OK, isto está indecifrável mas esta traição das minhas próprias bochechas, que passaram todo o dia da cor da cal, dá-me vontade de me dar um par de lambadas a mim mesma.

como foi que disse?

Esta noite reencontrei cara-a-cara uma amiga de longa data, que já não via desde os 7 meses de gravidez do Gustavo (a minha sanita) e digo-vos que não senti falta da dita. É por estas e por outras que não tenho saudades de estar grávida. O que vale é que o entrevadinho já está melhor e já podia andar a cuidar do filhote, que andou a acordar de hora a hora até às tantas da matina.

Só que, no meio disto tudo, e para compensar a última semana,

ma - ma - ma - ma

diz lá outra vez, Guguinha

ma - ma

(estendendo os bracitos para trepar por mim acima, o novo hobby)

ma - ma

E é nestas alturas que o meu coração explode de amor e tudo o resto se torna secundário.

16 novembro 2007

para onde podemos ir?

Hoje o que me está mesmo a incomodar é o permanente aroma a escape que entra nas minhas narinas, desde a porta de casa até à porta do trabalho. Por que é que tenho de viver no meio de tanta poluição? Porquê? Porque vivo num centro urbano. Ora, ir viver para o campo era muito simpático mas a nossa profissão não o permite. A solução estará, então, num centro urbano menos poluído, uma cidade simpática onde o meu filho possa crescer sem ficar com pulmões de fumador antes dos 3 anos.
Qual não foi o meu espanto quando, pesquisando na Internet, não encontrei qualquer estudo sistematizado sobre os índices de poluição a nível mundial (se alguém conhecer, por favor diga-me). Só há uma lista negra das 10 piores cidades, feita pelo Blacksmith Institute. É bom, porque já fico a saber que a China, a Índia e a Rússia não são os melhores países para construír uma vivenda com canteiros de buganvílias. Mas isso não me diz nada acerca dos níveis de poluição de Lisboa ou de alternativas como Roma, Londres, Dublin, Boston, São Francisco, Buenos Aires. Não sei porquê, estou mais apostada em qualquer coisa como Oslo, Estocolmo, Helsínquia, Otava, Wellington ou Cidade do Cabo. Mas é que umas são muito frias e outras são tão fora de mão...

15 novembro 2007

parecia eu que adivinhava

Andei feita defensora dos deficientes e tenho agora um marido todo escangalhado! Ontem, só de pegar no Gustavo ao colo, deu um jeito às costas e ficou imobilizado (será que agora já acredita que ele está um pouco gordito demais?). Agora tenho um latagão de 80 kg para deitar, levantar, vestir, calçar e animar, para além do lataguinho de 10 kg que já me dá alguma mão-de-obra. E do cão.
Eu sou só uma pequena gralha, cada vez mais escanzelada, e não tenho mãos a medir para tanta empreitada! Help!

(Ele já está medicado e de cama, com menos dores. Esperemos que fique melhor depressa)

14 novembro 2007

arrumações

Ontem à tarde/noite, sem saber bem como aquilo começou, dei por mim a fazer terapia arrumacional: dei a volta ao meu armário, cómoda, sacos de roupa acumulados, mesa de cabeceira, troquei as peças de Verão pelas de Inverno, uma roda viva. Depois de muitos espirros e de voltar a pôr no sítio, bem dobradinha, cada camisola e cada t-shirt, eu - em tempos, perfeccionista, quando tinha tempo para isso - fiquei logo a sentir-me muito melhor. É pena que não seja tão fácil fazer o mesmo com as desarrumações que nos vão pela cabeça...

13 novembro 2007

civismo

Ontem mandei um e-mail para toda a comunidade da universidade onde trabalho a chamar a atenção para o que é frequente por aqui: vulgares condutores, que se devem sentir um pouco especiais, a estacionar no lugar reservado aos portadores de deficiência. E a carrinha de transporte de deficientes a ter de parar em segunda fila. Estou farta, farta, fartinha de ver esta situação por isso quero ver se agora ainda têm coragem de continuar a fazer o mesmo. Desta vez, omiti a matrícula porque o meu objectivo é pedagógico mas, se continuar, vou começar a fotografar todos estes "especiais". E não há de me falhar um porque o lugar está mesmo aqui à minha frente e eu ando sempre armada (de máquina fotográfica). Broncos!



12 novembro 2007

8 meses

Filho querido, estes meses passam cada vez mais depressa e vejo-te cada vez menos como um bebé e mais como um rapazinho. Até já gostas de brincar com carros, de perseguir o cão e, se eu deixasse (e ele!) de lhe puxar o rabo. Acho que não houve um único dia deste mês que não tivesses tosse e não sei quem está mais farto do soro, se tu, se nós... Mas é assim mesmo a vida e, felizmente, não perdes a boa disposição nem o apetite. Por falar em apetite, estás um verdadeiro crava e não podes ver-nos a comer qualquer coisita sem que te ponhas a pedir. Guloso!
Começaste finalmente a estranhar um pouco os desconhecidos mas, desde que não apareçam de surpresa a pegar-te ao colo, continuas a distribuir sorrisos generosamente. Estás a ficar cada vez mais irrequieto e já é mesmo muito difícil mudar-te a fralda e despir-te, começa a parecer uma luta greco-romana! Também estás perigosamente destemido, uma espécie de baby-Indiana Jones, pelo que temos que andar sempre atrás de ti a evitar que te metas em sarilhos...
A parte melhor é que andas mesmo apaixonado pela mãe (mas também andas maluco pela casa toda até encontrar o pai):D Estendes-me os braços a pedir colo e até já me disseste adeus algumas vezes quando te deixei na creche de manhã (mas depois vais logo brincar todo contente). E brincar é mesmo coisa que adoras, agora até ficas de joelhos a virar e revirar os brinquedos (de pé ainda te custa ficar... serão os mais de 10 quilinhos a pesar nas pernas???). Quando não te deixamos fazer qualquer coisa - nomeadamente o teu passatempo preferido: mexer nas tomadas - já ensaias as primeiras birrinhas, mas também é a oportunidade certa para aprenderes o significado do "não" e, às vezes, até nos dás ouvidos. O mais tragico-cómico é que estás a ficar um bebé urbano: isso dos passarinhos e das árvores é muito giro mas o que gostas mesmo é de fazer uma grande barulheira quando algum carro buzina perto de nós (e não é por eu fazer o mesmo, porque agora até me controlo no trânsito para não dar maus exemplos). Urbano ou rural, estás cada vez mais lindo (não sou nada modesta, bem sei)! A tua pediatra diz que a cor dos olhos se define até aos 8 meses por isso agora acho que é oficial: passaste do impossível azul à nascença para o cinzento e agora o verde, o mesmo verde do meu pai. É lindo olhar para ti e ver os olhos do meu pai :) Mas não há qualquer dúvida que continuas a ser a carinha chapada do teu!






09 novembro 2007

hoje à noite

O Guguinha fica com o pai em casa e a mãe vai abanar as penas, oh yeaaah! (pronto, é só um jantarzinho com amigos, mas já é qualquer coisa)

08 novembro 2007

desculpas astrológicas

Diz que tenho a lua em escorpião. Estão a ver? Não tenho a culpa de ter mau feitio.

07 novembro 2007

todas as mulheres

Não sou feminista mas, desculpem lá, hoje tenho mesmo de escrever isto (um dia faço a mesma reflexão em relação aos homens).

Todas as mulheres são heroínas.
As mulheres que se levantam às 4h para ir trabalhar nas limpezas de uma multinacional.
As mulheres que se levantam às 7h para terem tempo para secar o cabelo e pôr maquilhagem antes de irem pôr os filhos à escola e irem trabalhar (numa multinacional).
As mulheres que estão na cozinha entre as 18h30 e as 21h30.
As mulheres que, depois de estarem na cozinha várias horas, ainda pegam na máquina de costura para fazer o fato de Carnaval dos filhos.
As mulheres que, mesmo com uma gripe valente em cima, vão sair à noite com a melhor amiga, que acabou com o namorado.
As mulheres que já não vão sair à noite há muito tempo porque...
As mulheres que andam com os filhos às costas e um bidon de 20 litros à cabeça para ir buscar água à fonte mais próxima.
As mulheres que andam com os filhos no marsúpio e com 8 sacos de supermercado nas mãos, até ficar sem circulação nos dedos.
As mulheres que nunca estudaram porque ficaram a cuidar dos 7 irmãos mais novos.
As mulheres que estudaram e que não podem dar-se ao luxo de ter filhos porque arruinariam a carreira.
As mulheres que gostariam de não fazer carreira mas têm de trabalhar para poder pagar as despesas básicas dos filhos.
As mulheres que passam noites em branco quando os filhos estão doentes.
As mulheres que passam os fins-de-semana em casa a brincar com os filhos enquanto os maridos vão para a pesca/futebol/tasca.
As mulheres que sonham fazer tanta coisa mas que põem os outros sempre em primeiro lugar.
E as mulheres que têm a coragem de tomar as rédeas da sua vida e conseguem equilibrar os seus desejos com as muitas exigências externas.
Não somos mártires. Tenho de acreditar que muitas de nós fazemos tudo isto por escolha e não por imposição (nem todas, é certo...). Mas que somos corajosas, lá isso somos.

06 novembro 2007

alentejanámos





Descansámos e cansámo-nos, que é o que se faz nestas coisas. E comemos castanhas assadas na lareira.
O Alentejo continua a ser a região mais bonita de Portugal.

04 novembro 2007

brutalidades

Um bebé nasce, filho de uma grande amiga: uma alegria imensa!
Outro bebé não vai chegar a nascer, filho de uma nova amiga.
A vida é mesmo brutal, já me devia ter habituado a isto. Sobretudo eu, que chego mais dificilmente aos sentimentos sublimes do que às sensações avassaladoras. Tenta-se palavras. Tenta-se qualquer coisa. Mas a brutalidade do que é inevitável é maior, e as palavras não conseguem dizer nada nestes momentos.

01 novembro 2007

vamos alentejanar

E já voltamos. Até já!