28 fevereiro 2007

desafiada

A Ana fez-me este desafio, cá vão as respostas...

7 coisas que fazes com gosto
- viajar
- sonhar com possíveis viagens
- dançar
- estar dentro de água em geral (ou sobre ela, num barco de remo ou numa prancha de surf)
- brincar com os meus cães
- ler
- cantar
(só 7??? é muito pouco)

7 coisas que tu não podes ou não sabes fazer
- tudo em geral sem pensar no meu filho e no meu marido
- equações de segundo grau
- falar árabe (mas o dia chegará)
- chegar às prateleiras de cima dos armários da cozinha (felizmente, os chocolates já não moram lá)
- comer cheesecake, gelado e tarte de limão merengada todos os dias
- beber caipirinhas ou um belo vinho tinto (esta é temporária, mas tenho mesmo saudades)
- a espargata


7 Coisas que te atraem no sexo oposto
- inteligência
- sentido de humor
- tolerância
- interesse pela vida em geral
- curiosidade
- audácia
- paciência para me aturar

7 coisas que tu dizes
- a sério!!!
- gatinhos! para a próxima, gatinhos! (quando os cães se portam mal)
- M., não!
- R., não!
- o telefone está a tocar, L. Não é para mim de certeza
- convosco (e não "com vocês", como já se generalizou)
- M., onde é que eu pus (os óculos, as chaves, a mala...)?

Nomear sete pessoas para serem celebridades
(Mas que raio de categoria é esta?? A sério, não sei o que responder aqui)

Resta-me passar este desafio a mais 7 pessoas:

- Margarida Atheling
- Matvey
- Leididi
- Minhoca no País das Salsichas
- Ana Rita
- Às restantes mães/quase mães que tenham tempo para isto
- A quem mais quiser...

27 fevereiro 2007

véspera de natal

É como eu me sinto todos os dias agora! Uma excitação incrível, misturada com a urgência de acabar as últimas coisas aqui no trabalho, dá direito a uma pica semelhante ao efeito de 3 cafés de seguida (e depois, à noite, caio para o lado com sono). Com a vantagem que esta véspera de Natal já vem acompanhada de dias lindos e mornos, cheios de sol e passarinhos a cantar. Se havia altura para eu escrever poesia pirosa, era esta :)
Ontem ainda deu para pegar na barriga e no meu amantíssimo conjuge e irmos jantar fora em comemoração do nosso quinto aniversário de namoro. Tinha na ideia ir "investir" o resto do ordenado no Casino de Lisboa (e aqui aproveito para suspirar como é triste chegar ao fim do mês sempre com dois dígitos na conta...) mas já não houve mesmo energia. Fica para a próxima!
Descansem os caros leitores que assim que o Pai Natal Gustavo resolver descer pela minha "chaminé", o pai gralha virá cá dar notícias.

26 fevereiro 2007

óscares 2007

Foram engraçaditos mas aquilo já não me enche as medidas como antigamente. Há já uns 14 anos que assisto sempre em directo, é uma espécie de rito anual, em que luto contra o sono e espreito pela janela para ver quantos mais vizinhos ficam acordados até às tantas. Este ano também não havia nenhum filme que me tivesse enchido as medidas e, pior que tudo, cortam cada vez a parte mais importante: a entrada das estrelas. Há lá coisa que defina mais o estilo de um ano do que os vestidos, os penteados e os acessórios que se usam na gala dos óscares?
Quer-me cá parecer que este foi o último ano, nos próximos tempos, em que pude fazer esta brincadeira (e mesmo assim, estou a adormecer em cima do computador). Com um filhote pequeno, não há noites para desperdiçar com estas futilidades. E mesmo este ano, já estava a ver a coisa por uma unha negra, tal foi a quantidade de contracções que tive ontem à noite. Hoje a médica disse que o colo do útero ainda está verdito mas eu sinto que não passa do próximo fim-de-semana. Será que vai ser com o eclipse da lua cheia do próximo Sábado?

22 fevereiro 2007

doze pares de peúgas

É quanto o meu amado esposo utiliza em três dias. Ele bem tenta negar, dizendo que ficam no fundo do cesto da roupa suja, e tal, mas eu fiquei logo preocupada quando nos mudámos e vi todo um gavetão cheio com mais de 30 pares (já não consigo lembrar-me do número preciso). É por isso que, apesar da ajuda do M., que já comeu pelo menos umas três (que eu me lembre), a minha casa parece povoada por uma multidão de peúgas. É um espectáculo de fantoches-sem-cara à espera de ser representado. É uma manifestação de roupa interior literalmente suspensa (das cordas da roupa), à espera de começar e caminhar para o domínio do nosso pequeno mundo doméstico. Alguém me diga se isto é normal.

21 fevereiro 2007

carnaval

Este ano, em vez de andarmos a foliar, resolvemos aproveitar muito bem o dia para dormir (estava a precisar!), acabar de arrumar o quarto do bebé (só faltam os cortinados, quando estiver pronto mostro as fotografias), fazer a mudança do piano lá para casa e ainda ir passear para a praia. Estava um tempo lindo, apesar da ventania e das ondas gigantescas. Curiosamente, toda a gente achou que estava frio menos eu. Aliás, frio, este Inverno? Não passou por aqui...
E agora só mais 3 diazinhos e fim-de-semana de novo. Assim é que é bom!

19 fevereiro 2007

tv shop

Um copo de plástico, tipo boião de iogurte de vidro, com uma base trituradora que promete fazer uma refeição de 3 pratos em menos de 10 segundos (Excelente! Isso significa que, em 1 minuto, posso preparar a comida para toda a semana).
Uma maquineta que produz "energia térmica" e emite uma luz verde, que promete não só deixar-nos sem pelos durante muito mais tempo (sem pele, eventualmente?) como também nos deixa magras, a rodopiar e a falar espanhol enquanto nos passeamos em bikini na casa das nossas amigas.
O meu preferido: uma espécie de mini-tenda com uma ventoinha lá dentro ou coisa que o valha (eles não mostram o segredo, espertalhões!) em que se atira os sapatos de cabedal molhados, os ténis encharcados, os guarda-chuvas a pingar e mais ainda blazers e camisas horrorosas e aquilo sai de lá, passados uns minutos, e está tudo seco e engomado (este utensílio, mais o copo de plástico, poupar-me-iam algumas 10 horas por semana, que posso aproveitar para usar o aparelho da luz verde e convidar as minhas amigas para irem lá a casa de bikini - o L. ia gostar).
Estas são as maravilhas que tenho, porque tenho de comprar, depois de passar as últimas noites a ver a TV Shop, graças às bonitas insónias que tenho tido. Acordo lá para as 4h e tal e não há quem me adormeça na hora seguinte... E, sim, o Gustavo dorme regalado durante todo esse tempo. Acho que, por muito que apregoe que não estou nervosa, o tic tac começa a deixar-me um bocadinho inquieta.
Já agora, bom Carnaval a todos! Sou a única pessoa que veio trabalhar no meu gabinete hoje mas também me vou mascarar... De Princesa Letícia (grávida, mas sem a parte do estar magra e a falar espanhol, já que ainda não encomendei o aparelho da luz verde).

16 fevereiro 2007

assim está melhor

O sol queima-me a pele mas não está demasiado calor. O veleiro avança devagarinho, a ondulação é quase nula, e paramos para dar um mergulho numa pequena enseada. A água está transparente e fresquinha, a sensação é maravilhosa ao entrar de cabeça. Deixo-me flutuar por ali, sem pensar em mais nada senão no cheio do mar e da terra seca mesmo ali ao lado. Estamos a descer a costa de Marrocos mas evitamos as cidades. De vez em quando, quase indistinguíveis, avistam-se alguns kasbah da cor da terra, abandonados, com séculos de história em suspenso. Apetece-me ir visitá-los mas apetece-me mais continuar a nadar devagarinho.
Assim passei a noite a sonhar. É por isso que, apesar do chamado "tempo piroso" continuar hoje, estou de bom humor. Valha-me o meu inconsciente generoso.

15 fevereiro 2007

&!&/F##=/@[£}*!

É o que tenho a dizer sobre o dia de hoje. Então e ontem? E todo aquele céu azul, de promessas de Primavera? Aquela brisa que nos fez antecipar os dias longos, com gelados e fins-de-tarde na esplanada...?
E mais ainda: c'o a breca, hom'essa, raios e coriscos e mais todos os insultos de pessoa de uma certa idade para as minhas vizinhas que teimam em deitar migalhinhas para o chão para alimentar as ratazanas com asas (pombos) que a Câmara tenta limitar dando-lhes contraceptivos. Pronto, estou de mau humor.

13 fevereiro 2007

uma (grande) confusão

Ontem tive consulta na maternidade e voltei a ficar com a sensação que aquilo é um bocado caótico e povoado por algumas... personagens. Felizmente, a sensação que tive nas urgências foi a oposta mas, nas consultas, havia médicos a entrar e sair dos vários consultórios e salas, a balbuciar umas coisas que as enfermeiras não percebiam e a atender telefones, uma roda viva - e nem sequer estava muita gente para ser atendida. Enfim, depois do CTG e de ser atendida por dois médicos - uma que só me fez perguntas e um que me andou a escarafunchar as caves :D - não tive assim grandes notícias mas fiquei com a ideia que o Gustavo está bem refastelado e assim ficará mais uns bons tempos. Não me posso queixar porque ainda me sinto muito bem, o meu único receio é ter de fazer cesariana por ele ser já tão grande. Bem, o que tiver de ser, será...

12 fevereiro 2007

esticar-me

É aquilo que estou a precisar. Sonhei que estava a fazer yoga e soube-me tão bem! É verdade que ainda podia fazer alguns movimentos agora mas nada de equilíbrios ou grandes extensões. Apetecia-me ficar invertida durante 5 minutos e deixar o sangue fluir todo ao cérebro. E, depois, estirar cada músculo até à ponta dos dedos. Se eu estou a sentir isto, imaginem o gralhinho, que está para aqui encolhido há quase 9 meses...

09 fevereiro 2007

ossos

Gosto da série, mas não é disso que aqui se trata. São os meus. Que se andam a deslocar silenciosamente. A minha bacia está a ajeitar-se para deixar passar o Gustavo. Ora, já que o corpo humano é tão obediente aos imperativos da natureza, já agora, também podia ser aos imperativos da moda: caros ossos das pernas e dos braços, queiram ter a bondade de se esticarem um pouco mais. Adorava poder usar calças curtas e sapatos rasos o tempo todo. Gostava de poder chegar à prateleira de cima dos armários da cozinha (porque é lá que está o chocolate). Gostava de ver os concertos sem ser só nos ecrãs gigantes. Muito obrigada.

08 fevereiro 2007

momento invulgar

E se, no meio deste dia pavoroso, de chuva torrencial e carregado de cinzento, depois de uma fila de trânsito inexplicável, estacionamos no centro da cidade de Lisboa e pousa, à nossa frente, uma arara, isso é... no mínimo invulgar. Era pequena e linda. Tinha as penas verdes encharcadas mas não parecia muito incomodada com isso (podia ter escolhido outra árvore onde se proteger mas estava pousada numa cujos ramos não tinham folhas). Saí do carro, e fui falar-lhe: prima, o que fazes por aqui? De onde fugiste? Ela não quis saber de mim e lá continuou no duche. E eu vim trabalhar achando que este dia, com um começo tão invulgar, só pode vir a ser especial.

07 fevereiro 2007

cansada

Como de costume, a entidade patronal entrou subitamente em pânico quando se apercebeu que estou quase a ir-me embora por 4 meses e resolveu inundar-me com uma pilha de coisas urgentes, urgentíssimas e isto-tem-mesmo-de-ser-feito-antes-de-se-ir-embora-gralha. Por isso, durmo bem, como bem, descanso quando posso e ando à velocidade de um caracol, mas o que me está mesmo a cansar é o trabalho e não a barriga. Vamos ver até quando...

05 fevereiro 2007

o meu irmãozinho

O meu irmãozinho tem os olhos verdes pestanudos mais lindos do mundo.
O meu irmãozinho é 6 anos mais novo do que eu e por isso teve de aturar muitas maldades minhas (mas também se safou de castigos à custa disso).
O meu irmãozinho andou comigo no remo, nas aulas de surf e ia comigo para todo o lado nas férias grandes, quando eramos miúdos.
O meu irmãozinho ainda no outro dia era tão pequenino mas agora já é um matulão que pega em mim e me vira de pernas para o ar para provocar o M.
O meu irmãozinho é o rapaz mais simpático do mundo e tem centenas de amigos porque toda a gente gosta dele.
O meu irmãozinho vai ser o único tio "de verdade" do Gustavo e vai levá-lo a passear no descapotável dele, ensinar-lhe as marcas dos automóveis e os nomes dos jogadores do FCP.
O meu irmãozinho foi ontem para S.Paulo, onde vai estar nos próximos 6 meses a estudar (yeah, right...) e, por isso, não estará presente quando o sobrinho nascer.
O meu irmãozinho não sabe deste blogue, pelo que posso estar para aqui com estas coisas, a dizer como já sinto tantas saudades dele, sem que ele me acuse de ser lamechas.
Espero que corra tudo bem e que ele aproveite ao máximo este momento único da vida dele.

03 fevereiro 2007

diz que é uma espécie de gralha

Se estiverem a ver o Gato Fedorento amanhã e virem, no meio do público uma pequena gralha com uma grande barriga a esvoaçar, a esvoaçar, sou eu! Hoje vamos assistir às gravacoes, eheh! Isto quem tem amigos em high places, tem tudo. E vamos lá a ver se não temos o primeiro parto televisivo desde que a Ágata teve o seu Francisquinho...

02 fevereiro 2007

babel

Fui ver anteontem. O melhor filme desde o Colisão. À parte o cliché do mundo globalizado, em todos nos afectamos a todos, mesmo os que ainda vivem imersos numa comunidade local aparentemente afastada do mundo. À parte a imagem de Marrocos como uma espécie-de-afeganistão-onde-os-pastores-andam-de-espingarda. É um filme sobre a perda e o reencontro do que é fundamental. É cru, despretencioso e muito bem filmado (não sei os termos técnicos, mas a montagem da coisa saiu no ponto certo). Toca no que há de mais importante: o amor verdadeiro, a família, a dedicação e a persistência, no meio das dificuldades. E tem um elenco e uma banda sonora irrepreensíveis (tenho de reconhecer que o Brad Pitt também pode ser bom actor, por muito que embirre com ele), onde não podia faltar uma música do meu novo amigo Ryuichi Sakamoto.

Quem sabe quando será a próxima vez que consigo ir ao cinema? Desta vez, resolvemos ir a pé e ia-me escapando o miúdo pelas pernas abaixo, o que fará depois dele nascer, eheh...

01 fevereiro 2007

por que é que Não

Enquanto considerar que a vida começa na concepção, não posso apoiar uma lei que, na prática, liberalize o aborto. A minha posição pode resumir-se neste simples argumento, mas gostava de dizer mais algumas coisas sobre o assunto.
Primeiro, queria ressalvar que compreendo que haja muitas mulheres que se sentem forçadas a abortar. Infelizmente, apesar de a contracepção ser distribuída gratuitamente em todos os centros de saúde, continua a haver muitos acidentes. Transportar um bebé na barriga durante 9 meses não é um mar de rosas – isto para as que podem assumir como solução a posterior entrega para adopção –, tal como não pode ser encarado, por ninguém, de ânimo leve o criar uma criança. Ainda assim, se tiver de pesar entre o direito de alguém que pode, em última análise, escolher (todos somos livres de cometer crimes, temos é de sujeitar-nos às consequências), e alguém que não pode escolher sobre a sua própria vida, não posso dar prioridade a nenhum deles. É por isso que aceito a lei actual – se a mãe estiver em perigo de vida, o direito à vida do embrião não pode estar à frente do direito à vida da mãe. Mais importante do que isso, não interessa nada o que eu posso ou não escolher. Nem a minha vizinha do lado. A vida, sobretudo a vida indefesa e em especiais condições de fragilidade (bebés, crianças, deficientes, idosos) não pode, nunca, ser uma questão individual. É por isso que temos um Estado e é por isso que temos Direitos Humanos fundamentais.
Em segundo lugar, é óbvio que todos cometemos erros. Já sei que não vão deixar de existir abortos porque são, em geral, proibidos. Não é por ser proibido passar um sinal vermelho que, se estivermos numa rua deserta de madrugada, não o passamos. Mas paramos antes e interrogamo-nos, porque a sociedade nos ensinou que isso é errado. As leis não ditam só regras e consequências; as leis modelam os nossos comportamentos e estabelecem sanções sociais sobre o que não é considerado correcto, são uma referência essencial num Estado de direito, mesmo quando transgredidas. É determinante que a sanção social sobre o aborto se mantenha senão não tenho quaisquer dúvidas: o número de abortos vai aumentar. Mais bebés vão não nascer, apesar de gerados. O que me move não é, por isso, a penalização do aborto mas o impedimento da sua absoluta liberalização. A penalização já não é, de qualquer forma, a questão verdadeira: quantas mulheres foram efectivamente presas desde que a lei actual está em vigor? Zero.
Terceiro, penso que um Estado que se esforça (devia esforçar mais ainda) por proteger os nascidos, com um sistema de Segurança Social, comissões de protecção de menores, abonos, tribunais de família, toda uma rede de assistência que é paga para zelar pelo bem estar das crianças – mandando (pelo menos teoricamente) prender quem as maltrata – tem de proteger igualmente os não nascidos. Por que é que se eu fizer mal ao meu filho quando ele tiver 10 semanas “cá fora”, numa qualquer consulta de pediatra, me caem em cima e, se o fizer quando ele tem 10 semanas de gestação no meu útero, o Estado não o protege? Já para não falar da inconsistência de deixar de o fazer às 10 semanas e 1 dia de gestação…
Estou farta desta campanha até à ponta dos cabelos. Quase todas as pessoas com quem convivo diariamente estão pelo Sim. Já ouvi muitos argumentos. Compreendo a sua posição, lá está, se não acreditarem que o embrião é uma vida humana. Claro que compreendo. Mas aqui voltamos à questão inicial de isto não ser, por definição, uma questão individual – no mínimo, seria de 3 pessoas: a mãe, o pai e o filho (também acho inconcebível que tenham excluído o pai desta conversa – o pai do meu filho não tem nem uma sílaba a menos a dizer sobre a vida e a criação do meu filho do que eu, é uma questão de equidade de ADN). É por isso que não quero impor o que acho a ninguém. Isto é apenas a minha opinião e o meu voto – valem tanto como de cada um de vós.