Enquanto me enfurecer com os meus pais, eles permanecem jovens. À mesa, ao telefone, no hall de entrada da casa deles e que nunca foi minha, a hiper-reação às piadas intolerantes, à solicitude excessiva, mantêm o sangue a pulsar nas artérias da nossa relação familiar. Mantem-me dependente, subjugada à sua superior experiência, e a eles como conhecedores do mundo, cuidadores, amparo com que posso contar. Para reconhecer que os meus pais já não são mais capazes que eu em quase tudo, teria de os ver com uma compaixão desarmante de todas as fúrias. Esse é um luxo do qual não estou preparada para abdicar.
Furibundas do Largo: