13 setembro 2009

o despojamento

Estou sem emprego, sem casa, com a minha vida às costas até aterrar nos EUA daqui a três semanas. É uma sensação muito estranha deixar a nossa casa - que continua a ser a nossa casa - vazia para outra pessoa a ocupar. E é de um certo espírito cigano andar com as tralhas todas atrás enquanto não chegamos ao nosso novo poiso.
Neste tempo de transição, tenho alguma inveja dos nossos caixotes que seguem no porão de um navio. Têm 8 dias para fazer a travessia do Atlântico. Gostava de poder sentir na pele a distância geográfica até à nova realidade, como se isso me ajudasse a reconfigurar a minha vida. Mas de avião também se vai bem, obrigada, que eu enjôo desgraçadamente em mar alto. E, hoje em dia, nunca se sabe se não há um iceberguezito à espreita por estas latitudes.

4 comentários:

Sara MM disse...

ai ai.... deve ser mesmo estranho... uma sensação de desabsorção terrível...
mas pensa nos "Casa-alugada" que fazem isso constantemente, são felizes, e crescem, crescem, sempre que mudam de casa.... vocês também vão crescer muito - e não só em número!

BJss já com saudades
PS-Vemo-nos num dia de semana - vou estar a viver em Lisboa! - antes de partires?

Maria disse...

Vai correr bem.. Mas imagino que essa sensação deve ser mesmo estranha..!

beijinho.

Vera Dias António disse...

Sim, deve ser muito estranho, já fui para a Bélgica sem casa, mas ia sozinha e tinha uma estranha à espera para me oferecer tecto. Já te disse que a minha sogra foi grávida para Moçambique, de barco, numa viagem de quase um mês?! Ela não fala nisso com muitas saudades, acredita!!!
Com certeza não nos vemos antes mas com mais certeza nos veremos quando vieres de férias e tivermos as nossas proles reunidas.
Um beijo grande!

Nota (parva): Pelo menos ainda votas nas legislativas antes de ir, LOL!

Nô Calaim disse...

Imagina nos descobrimentos?!

Tu vai numa nova faceta dos descobrimentos... sem naus, com internet e toda uma mudança cultural conhecida.

Como o tempo passa rápido.
Irão adaptar-se bem e rapidamente voltam
"we all hope".