Ainda não me deram urgências de Porsches Carrera GT nem de namoradas louras (quem sabe um dia?), mas há um formigueiro dentro de mim que me faz sentir necessidade de coisas, hoje em dia, que não tinha quando era uma catraia de 20-e-tais. Esta crise de um terço de idade revela-se em vários pequenos nadas, dos quais destaco o enjôo da marca branca. Toda a minha vida de adulta comprei marca branca. Agora sonho com o dia em que posso entrar num supermercado e comprar Fairy, Dodot, Scottex, todas essas coisas bonitas que anunciam na televisão e que dobrariam a conta à saída da caixa. É um sonho audacioso, eu sei, mas o que é de nós sem o sonho?
E já que vou embalada, também gostava de poder chegar ao fim do mês e ir à Zara perder-me com roupas e acessórios porque me apetece e não apenas porque preciso mesmo. E de tomar a bica na rua. E comprar pastilhas elásticas. Pagar a alguém para me pintar as unhas. E esfregar as minhas sanitas (podem ser pessoas diferentes). Se tudo isto não for possível, pronto, ao menos uma casa mesmo minha. Uma pessoa chega aos 31 anos e gostava de poder dizer que (o banco que lhe fez o empréstimo) tem uma casa. É só isto.
2 comentários:
Aiiiiiii eu...também sofro tanto com este mal.
Como estou a bastantes kms de distância de qualquer lojinha que gosto, quando me apanho lá tenho logo tendência para o exagero.
Olha, e o Ebay, não és fã? Eu tenho apanhado negócios fantásticos! Sempre dá para matar o "vício"
Se calhar vais ter que começar por escolher; tudo de uma vez é que é mesmo uma renda...
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