18 fevereiro 2011

livros

Adoro livros. São o meu objecto preferido. E, ao contrário dos meus colegas, continuo a adorar livros apesar de trabalhar com eles. Sim, é um trabalho sujo, cansativo e mal pago, mas há qualquer coisa de especial em estar rodeada de milhões de livros. Faço-lhes festas (se forem portugueses, até levam um beijinho sorrateiro), sinto-lhes o peso de anos, leitores, estantes, noites e dias em que já tiveram tanto (ou tão pouco) significado. Começam como ideias, passam ao papel graças ao trabalho de muita gente e são arrumados num canto poeirento. Pequenos, grandes, alguns tão grandes que mal consigo pegar num só. Em tantas línguas, sobre tantos assuntos, com cantos dobrados, marcas, sublinhados, postais esquecidos no interior. Os "meus" livros não são meus, mas passam pelas minhas mãos e gosto de achar que lhes dou o devido valor. E é por isso que lhes perdôo as nódoas negras por me cairem em cima, as mãos desfeitas pelas arestas abertas, os constantes macacos que habitam no meu nariz. Agora julgavam que eu ia escrever um post inteiro sem dizer uma parvoíce qualquer, não?

2 comentários:

Vera Dias António disse...

:)))
Tu és demais, pá! É daquelas coisas de que ninguém fala mas, efectivamente o pó aumenta a criação de macacos no nariz, LOL!

Marta disse...

Ai, Gralha, que sorte!!!!
Que saudades do meu trabalho como bibliotecária em Portugal...até dos macaquitos!!!!
Aqui ainda não o pude desempenhar porque não tenho visto de trabalho (estou com um H, suponho que estejas com o J2). Mas se a nossa estadia se prolongar (ainda mais...) e passarmos para o cartão verde, aí sim, mal posso esperar por trabalhar nas maravilhosas bibliotecas deste país (nesta área temos que lhes tirar o chapéu sejam elas bibliotecas públicas ou académicas).
Um beijinho,
Marta