29 abril 2014

dilemas vorazes

Como ter espírito crítico sem condenar?
Manter a liberdade interior sem ceder à libertinagem oca?
Estar disponível sem deixar-se esmagar?
Atento sem tornar-se obtuso?
Aberto sem dispersão?
Tolerante sem indiferença?
Confiante sem sobranceria?
Humilde sem mortificação?
Satisfeito sem culpa?
Insatisfeito sem ingratidão?
Fiel aos outros e fiel a si mesmo?

Como se não bastassem as forças contraditórias do mundo, de cada vez que paro mais de três segundos para pensar no que quero realmente fazer da minha vida, fico perdida entre meia dúzia de correntes e prioridades. Agarro-me depressa às boias de salvação do costume e mantenho-me à tona, não sem questionar muito baixinho se mais valia ir ver a vista lá do fundo. Havia de fazer-me bem, a mudança de perspectiva.

6 comentários:

Carla R. disse...

Uma canseira, esta ideia de se ir vivendo questionando, ajustando, modificando, procurando, experimentando, errando.
Mas uma boa canseira, apesar de tudo.

Naná disse...

Mas andas mesmo a escarafunchar-me na mioleira??!!

gralha disse...

Se calhar isto ia lá só com uma mudança de penteado. Sou uma exagerada.

dona da mota disse...

Tão na mesma onda, ó miúda... o que custa é que ficamos sempre na mesma, a boiar...
Outro dia tive um pensamento tão parvo/impróprio e louco quanto este: "se partisse a cara a uma certa pessoa que me chateia constantemente no trabalho talvez me despedissem e a minha vida melhoraria de certeza", seguido de um suspiro... Ahahahaahahhahah

Maria Bê disse...

Vais saltitando graciosamente de extremo em (entre) extremo, e às vezes, com sorte, acertas.
Esta vida é uma canseira... às vezes gostava de ser menos esperta para não pensar nisto ou muito mais esperta para não me ralar.
Sorriso!

Amigo Imaginário disse...

Antes uma canseira por excesso de pensamentos do que uma pasmaceira por falta deles... :)