No jardim em frente a minha casa - com parque infantil e tudo - procede-se a um tipo de comércio duvidoso a partir do final da tarde. Nessa altura, e noite fora, diversas personagens por lá circulam, desde os vulgares passeadores de cães aos sem-abrigo a caminho do seu poiso e todo o tipo de pessoas.
(aquilo parece uma amostra representativa da população residente em Portugal, dá imenso jeito a qualquer sociólogo que queira fazer inquéritos)
O que me deixa um pouco intrigada e até angustiada é que, quase todas as noites, e até altas horas, há uma família de mãe-pai-e-filho que fica pelo jardim, faça chuva ou faça sol (neste caso, lua), esteja calor ou frio. A mãe é magra com um cigarro, sempre de óculos escuros. O pai tem um aspecto deplorável, é bruto e grita o ocasional palavrão para o filho quando ele desobedece. Este, com os seus 5 anos, lá anda atrás do seu brinquedito, jogando à bola às nove da noite, enxotando os pombos adormecidos à meia-noite e tal, tudo isto sob a fumaça contínua do tabaco dos pais (nos jardins ainda se pode!). Não sei se eles estão mesmo a vender droga (é o que me parece) nem é isso que me interessa particularmente. O que me custa é ver aquela criança, com aquela idade, sempre ali, ao frio, em vez de estar na cama a dormir. Como está o meu filho. Não vejo que o maltratem mas... O que fazer? Não tenho nada a ver com o assunto mas onde é que termina a privacidade de cada família e começa a nossa responsabilidade de cidadãos?
3 comentários:
Sabes, antes fazia-me impressão ver crianças a sofrer. Sempre fez. Mas agora que tenho um filho parece que esse sentimento está mais dentro de mim. Tanto que só me apetece chorar quando vejo os miudos a passarem mal. Assim, é dificil... mas acho que todas as crianças merecem um vida boa. Eu gostava de ter a coragem para intervir nessas situações.
Vou ser muito crua.
Se chamares as autoridades, vem a SS (segurança social para os amigos). Se optar por retirar a criança aos pais esta vai para um "maravilhoso" centro de acolhimento temporário até se resolver o problema em tribunal.
Em tribunal de família resolve-se se se entrega novamente a criança aos pais. Se se devolver aos pais estes mudam de poiso e a vida continua na mesma... outro jardim às horas do costume. Se decidirem manter a criança à guarda da SS, ela vai para um "maravilhoso" centro de acolhimento... portanto institucionalizado.
Se resolverem devolver logo aos pais: estes mudam de poiso e a vida continua na mesma... outro jardim às horas do costume.
Posso já de antemão dizer-te que NENHUMA instituição neste país, por melhor que seja (e isso é uma minoria) tem crianças felizes! Pode até ter aliviadas porque eram maltratadas... mas felizes?
Beijocas :*****
Que situação... Realmente..
A enfermeira q costuma dar as vacinas à Leonor, uma vez comentou cmg que tinha de denunciar um casal. Não gosta de o fazer, mas tem de defender as crianças.. E já lhe passou cada criança pelas mãos..
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