03 julho 2012

fases

Houve o tempo em que todos os amigos se casavam, em que nos queixávamos da quantidade de vestidos, e penteados, e fins-de-semana de Verão dedicados a bodas com muito marisco e mesas de bolos até de madrugada. Depois (muito depois de nós), veio a época do filhos. Barrigas, ecografias, fraldas bordadas, nomes, coisinhas pequeninas iguais aos nossos amigos (ou amigas), sobrinhos herdados, primos emprestados. E agora chega a temporada das separações e dos divórcios. É triste. E faz-nos pensar que, de alguma forma, já devemos ter passado o pico da montanha.

12 comentários:

apessoa disse...

Foi exactamente sobre isso que escrevi num dia destes... É a lei da vida, a rotina, o caminho que temos de seguir

Melissa disse...

Odeio essa lei do tempo, e odeio não poder sentir-me "melhor que os outros" nesse sentido.

Casamento exige atenção e é muito fácil entrar-se em piloto automático. Aí basta que um dos dois saia do piloto automático e olhe para a situação toda.

Simplista, eu sei.

Jolie disse...

por aqui a terceira fase ainda quase não se fez sentir... é para ter medo?!

Vera disse...

Já comentei isso num outro blog.
Quando comecei a trabalhar há 11 anos, era a miuda. Todas as minhas colegas/amigas eram recem-casadas ou estavam para casar. 11 anos depois estão TODAS - são 4 - divorciadas. O meu gajo é que me chamou a atenção para isso, impressionante. Quase todas encornadas, entretanto. Uma foi-o entre flhos... É horrível, pá. Uma desgraça.
Estou como a Melissinha, há aqui um quadro social que odeio e espero passar bem longe dele. E sim, é preciso muito trabalho e há muita gente, mais eles, pela minha amostra, que preferem não ter esse trabalho e ir em busca de facilitismos. É de um egoismo que me ultrapassa. Há uma leviandade e um facilitismo que é demais... É tudo muito oco, muito sem conteúdo, feito sem pensar...
Este tema enerva-me mesmo.
Sinceramente, quando casei eu via tudo de uma forma muito emocional, agora estou mais racional e percebo, muito graças à pessoa fantástica com quem tive a sorte de me cruzar e com quem partilho a minha vida, que há um trabalho racional a fazer. E é diário e no final compensa.
Nós temos uma boa relação mas, mesmo assim, temos consciência que pode acabar, basta que um se desleixe/queira/desista. Mas quando se gosta... não sendo suficiente, é aí que assenta todo o trabalho. Pena que as pessoas não pensem nisso, não saibam, não tenham sido educadas nesse sentido... é uma tristeza, é o que é!

Vou parar que isto para mim é tema para um livro, no mínimo!

gralha disse...

Neste momento acho que às vezes é preciso teimosia mesmo, já nem é persistência. Nas alturas em que parece não haver sentido nenhum, é preciso apostar às cegas na possibilidade de um futuro imprevisível.

Melissa disse...

Adorei, gralha.

calita disse...

Eu sou uma teimosa que teimou em achar que merecia um bocadinho mais. Sou divorciada, portanto. O meu ex-marido faz parte da minha vida, porque temos uma filha e porque, na minha perspectiva, não deixámos de ser parte de uma pessoa com quem partilhámos tanta coisa.
Por muito doloroso que seja, faz mesmo parte da vida e nem sempre há encornados e levianos nas separações. Há pessoas que acreditam que podem ser mais felizes separadas.

Gaivota disse...

Calita,

Assino em baixo.

Naná disse...

Quando caíres a rebolar pela montanha abaixo chegarás a uma outra fase, muito pior... os funerais dos amigos!
Oh pessimista que eu sou...

calita disse...

(o verbo deixar no passado é uma gralha, gralha. Obrigada :))

disse...

No meu grupo de amigos mais fechado não há divórcios (até agora) no mais alargado há dois. Vendo bem as coisas não está mau :)

Naná credo! :)
Sim mas é a lei da vida...mas espero antes disso ainda ir ao casamento dos meus sobrinhos emprestados.
Não tarda começam os casamentos da segunda geração de amigos.

Bj

gralha disse...

Calita, obrigada por me (nos) fazeres ver que a vida não é uma montanha mas, sim, uma cordilheira (ai que lindo!)
Vera, onde vives toda a gente se conhece - daí que encornanço = separação. Aqui passa mais discretamente.
Naná, antes disso vem a fase das reformas (ou não, pelo andar da camioneta...)