13 fevereiro 2013

cinzas

Ainda anteontem o Papa anunciou a renúncia e já eu estou a abdicar publicamente do papel de perita-católica-praticante-mas-que-discorda-de-muitas-coisas-na-doutrina-e-prática-de-Roma. OK? Para vocês, meus queridos amigos descrentes, é um tema de debate e escarafunchamento como qualquer outro. Para mim, é um sinal de esperança que o próximo Papa seja legitamamente terceiro-mundista, que conheça pobres na segunda pessoa do singular e, já que estamos a sonhar, que pondere a ordenação de mulheres.
"Do pó vieste e ao pó hás de tornar". Devíamos ser especialmente semelhantes durante a Quaresma. Que o próximo seguidor de Pedro tenha isso presente.

7 comentários:

Naná disse...

De uma ex-católica-praticante-actualmente-agnóstica-come-ci-come-ça... não percebo qual é o drama do senhor resignar... não tem ele direito à reforma?! Será normal que um papa tenha que pontificar até à decrepitude?!

Quanto à possibilidade de ordenar mulheres, não estou a ver a coisa acontecer no meu tempo de vida... já ao papa terceiro mundista, pode ser que suceda quando eu for velhinha de bengalinha...

Ana. disse...

Eu, que gosto de pensar que acredito num deus, mas não acredito na igreja dos homens, espero apenas que o próximo Papa procure aproximar as pessoas da fé e não afastá-las como este senhor tem feito.
Todos precisamos de fé.

Ana C. disse...

Não tem nada que ver com o que disseste, mas eu acho que isto humanizou mais a Igreja. Não sei se é bom, se é mau para a Igreja, mas tornou-a mais terrena.

Inesa disse...

Infelizmente, tenho ainda mais medo dos Cardeais (e não os padres) terceiro-mundistas.
As subidas hierárquicas no terceiro-mundo são muitas vezes duvidosas. Além disso, o facto de se ter passado mal alguma vez na vida, não é garantia de compreensão com quem passa mal agora, antes pelo contrário.

Inesa disse...

Depois de reler o meu comentário altamente negativista, chego à conclusão que um bocadinho da tua fé talvez não me fizesse mal.

Carla R. disse...

Existe muita matéria que me escapa nas religiões em geral, mas não vou falar aqui sobre o que me intriga neste campo. Tanta coisa ! Se bem que fazes parte das poucas pessoas inteligentes e crentes que conheço, com quem talvez fosse interessante discutir isto. Porque não no proximo jantar, se estivermos para ai viradas...
Prefiro apenas dizer que acho estranho essa importância que se confere ao local de onde alguém vem. Como se houvesse algum ponto longitudial onde houvesse mais lucidez ou compaixão. Que o papa seja brasileiro ou sueco, o que é que isso diz dele ?

gralha disse...

Justificando a coisa do 'terceiro mundo' (ai, ai, ai, socióloga Inesa - só porque não é do mundo ocidental tem de ser traficante de favela ou líder de guerrilha que treina crianças-soldado?!)
A cultura europeia está sobrerepresentada no paradigma católico actual. A Europa praticamente já não existe (vão ver as estatísticas demográficas, vão). Jesus não nasceu europeu. Está na hora de outras vozes.