27 agosto 2013

eleições autárquicas

Se conseguirmos ultrapassar o ridículo dos cartazes eleitorais, como bem lembra a Ana C., os custos das campanhas para o erário público (pensei que não havia papel, afinal como é que é?), e descontarmos o facto de já ninguém acreditar no valor social da política, vamos chegar à conclusão que as eleições são uma coisa espectacular. Ou antes, o período antes das eleições. O jardim perto de nossa casa foi todo levantado e replantado, há de resistir umas boas semanas às investidas dos pombos alimentados a papo-secos pelas velhinhas do bairro. O asfalto das ruas anda a ser arrancado e substituído, uma grande melhoria face ao hábito de remendar buracos, que não resolve nada. Os prédios devolutos que se desfazem aos bocadinhos com a chuva do Inverno andam a ser alvo de obras a sério. Caramba, qualquer dia perdem a cabeça e começam a limpar os grafitti das paredes, para grande irritação dos grupos neo-nazis e anti-fascistas que se degladiam no silêncio da tinta em spray. O que vale é que já falta pouco para as eleições senão, qualquer dia, ainda começávamos a parecer uma cidade do norte da Europa.

1 comentário:

Naná disse...

Pois... na minha terra nem chega a ser assim... pelas minhas bandas só se vê levantar pedras da calçada, mas é para cravar os pinos metálicos de suporte dos outdoors gigantescos que mais não são que poluição visual altamente agressiva!

O que para mim é um tremendo contra-senso... querem zelar pelo município mas depois destroem em nome da campanha e de terem a fuça chapada num placard com frases feitas...