Mais uma manhã de sol nas Caraíbas. Fomos conhecer o Jaguar Centro de Rescate, em Puerto Viejo de Talamanca, um refúgio para animais em perigo com vista à reintrodução na natureza. Foi uma visita encantadora, não só porque conseguimos ver alguns animais que tinham escapado aos nossos olhos inexperientes (cobras, crocodilos, grandes felinos, aves de rapina) mas princialmente porque passámos pela experiência única de conviver com macacos. As gargalhadas dos miúdos enquanto os capuchinhos lhes trepavam para a cabeça foram qualquer coisa de impagável.
De seguida, fomos para a praia em Punta Uva, uma baía digna de postal a 10 quilómetros do Panamá (ficou-me atravessado, mas não consegui convencer o Luís a trocar uma tarde de lagartagem por aventuras alfandegárias sem sucesso garantido). Passámos o resto do dia à espreita de caimões na praia enquanto o Diogo dormia no carro, e só regressámos a Cahuíta para engolir umas sanduíches já bem temperadas da nostalgia do último anoitecer na Costa Rica.
Chegou finalmente o último dia, para grande tristeza de todos: Levantei-me às 5h30 com os tucanos e os macacos gritadores e fui preparar café, sumo, torradas, ovos e abacates. Como seria bom poder começar todos os dias assim. Fomos dar um mergulho de despedida à Playa Blanca, às 7h tinhamo-la só para nós. Voltámos para arrumar as mochilas e partir.
Foi difícil manter o ânimo à passagem daqueles quilómetros de praias, bananeiras e, finalmente, o jurássico parque Braulio Carrillo, com as suas folhas de mais de um metro de diâmetro e enormes subidas, onde os camionistas afoitos se ultrapassam, indiferentes ao resto do mundo. Almoçámos os piores casados de que há memória (caganeira 2 - Luís e Diogo 0) num restaurante junto a San Joselito de San Isidro (um santo com o seu próprio padroeiro é bom demais), e fomos entregar o nosso espectacular Jimny, que resistiu a tantos maus tratos sem vacilar.
Valente seca no aeroporto. Grande vontade de fugir a correr e só parar no alto de um vulcão. Recordem-me lá outra vez, por que é que tenho de voltar para Portugal?
Os voos correram muito bem, conseguimos dormir alguma coisa de jeito e ver vários filmes. Não custa tanto acordar torta num avião quando se olha para o lado e está um rapazinho a inaugurar os seus 7 anos e a olhar para nós com o sorriso mais doce do mundo. Venham mais viagens assim, mais dias cheios com os meus amores em qualquer canto mágico do mundo.
Escola em Puerto Viejo
Víbora no centro de resgate
Tucano (extremamente vaidoso) no centro de resgate
Recolha de reciclagem (em todo o lado, desde as montanhas às praias)
Spa de caimões
Punta Uva (do outro lado fica o Panamá)
Plantações de banana
Pan-americana, no parque nacional Braulio Carrillo
4 comentários:
Oh não... já acabou?????
Grande viagem! E maravilhosos relatos!
Há uma sensação espetacular que é ter-se a certeza que seríamos felizes em qualquer parte do mundo só com aquela pessoa (ou com mais uma ou duas), não importa onde e só pelo facto de estarmos juntos. :)
Os teus relatos lembraram-me que há mais vida além da Europa.
Acho que a malta é capaz de dar um jeitinho para fazer um crowdfunding para patrocinar futuras viagens... :)
Já acabou, já, Naná :(
D.S., a Europa é uma caganita no mundo, na verdade (uma bela caganita, ainda assim).
Amigo Imaginário, só a intenção já me anima :)
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