No outro dia respondi a um comentário da dona da mota, meio a brincar, meio a sério, que esta viagem (por estas horas já iniciada, se Deus quiser) não se trata de férias mas, sim, de uma visita de estudo. É que, se fossemos de férias, íamos para algum lado horizontalizar, ler, comer e respirar o estritamente necessário. De preferência, sem filhos – toda a gente sabe que essas criaturas são a foice para o descanso estival dos seus desgraçados progenitores, que tanto trabalham o ano inteiro. Acontece que nós somos claramente masoquistas e achámos que isso das férias é para os fracos. Nós queremos mais (trabalho, obviamente). Queremos sair da vida de todos os dias e atirar-nos às cegas para um bocado do mundo mais selvagem e imprevisível. Queremos desinstalar-nos e ver coisas estupidamente bonitas. Queremos virar as prioridades de pernas para o ar e sentir o pulsar da Terra nas encostas de um vulcão. Na floresta tropical. E, sim, em praias paradisíacas. Queremos fazer de conta que somos de lá e, acima de tudo, desejamos que os nossos rapazes vejam que a vida é uma coisa enorme, insondável, em aberto. Que eles cultivem a sede do desconhecido*. De modo que o mais certo é voltarmos exaustos e abananados – mas não é esse o efeito de todas as coisas realmente boas?
*Felizmente, a grande professora do Gugas apoia a nossa política de que a educação não é só feita na sala de aula e nem pestanejou quando lhe disse que ele ia faltar tantos dias. Mas isso fica para um próximo post.
3 comentários:
Tu, que foste ao verão e já voltas, há net entre o vulcão e as praias? Conta tudo, vá! Anima a malta, sim?!
Ah! E boa viagem de estudo! :)
É, é mesmo esse o efeito. Quando voltares tira uns dias de férias.
Sou do mesmo clube! Bem vejo o quanto o puto cresce e acrescenta saber sempre que vamos de férias, nem que seja uma semana de praia na costa vicentina! Não é só nos bancos da escola que se aprende...
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