29 junho 2011

desperdício de conhecimento

No top 10 das piores consequências de deixar os EUA está o facto de o Gugas ir esquecer a Língua Inglesa. Aprendeu-a, como qualquer criança da idade dele, com uma rapidez incrível. Fala com um sotaque nova-jersiano horroroso (bom, nele fica giro e querido). Corrige-nos as construções frásicas e as expressões idiomáticas (o pirralho). E aposto um dedo mindinho que, chegado a Lisboa, se vai recusar a proferir uma palavra que seja em Inglês - principalmente porque toda a gente lhe pede que o faça, como se ele fosse uma atracção circence. E pronto, foi assim que tivemos um filho bilingue durante um ano que, daqui a alguns tempos, terá de re-aprender a falar o inguelês que todo o tuga fala. Já o meu filho americano, sai daqui a dizer uma única coisa da sua terra natal: da-da (pai). Se for só um 'da', é porque nos está a cravar qualquer coisa.

4 comentários:

Marta disse...

Same here, Mariana!
Só que o Francisco fala com o sotaque arrastado do Sul...

Beijinhos,
Marta

margarida disse...

E será que esquece mesmo? Não fica lá no fundinho muito bem guardado para mais tarde recordar?

Ana disse...

Antes de mais, olá, peço desculpa pela intromissão. Normalmente sou mais voyeur, mas desta vez fiquei com vontade de comentar!

Não sei que idade tem o Gugas. Eu vivi em Praga, na Checoslováquia (pois, antes da queda do Muro de Berlim), entre os 2 e os 4 anos. Também fui bilingue, claro. Dizem que fazia de intérprete entre a educadora e os meus pais - "A professora [neste caso só usava a palavra checa, porque não cheguei a aprender a portuguesa] diz que amanhã tenho de trazer as galochas".

Bom, isto para dizer que, com o tempo, esqueci-me de tudo. Ficaram só umas palavras soltas, sou incapaz de construir uma frase. Por outro lado, a minha irmã, que na altura tinha 8-10 anos, nunca se esqueceu. E consta que a pronúncia é de autóctone. :-)

Mas o checo não é o inglês, que se ouve em todo o lado, a toda a hora. E podem sempre ir falando inglês em casa. Ninguém me tira da ideia que, se tivessem continuado a falar comigo em checo, hoje saberia dizer mais do que batata, mamã, pepino, carro, etc.

Anónimo disse...

O Gugas tem 4 anos. E acho que ele vai esquecer mais por negação desta parte da vida do que por uma questão de memória. Acredito que continue a compreender mas não a falar.
gralha