08 julho 2014

enquanto dormimos

Não há relógio a fazer tiquetaque. O pó avança sobre os livros. Os cabos dos headphones enlaçam-se traiçoeiramente. Nasce uma nova geração de moscas dos pêssegos empilhados na fruteira da cozinha. Os sapatos estão quietos no armário e a roupa seca no estendal. E eu acordo com o ataque de espirros das duas da manhã. Sempre por volta das duas da manhã. Não tenho explicação para estas alergias com hora marcada senão a apoteose do meu sono mais profundo: dormindo triunfalmente, atinjo o cume do descanso e o corpo pede esta quebra antes de iniciar a descida até à manhã. 

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