16 outubro 2011

baixar os braços

Todos os dias há mais qualquer coisa a dificultar-nos a vida. A uns mais do que a outros, mas a uma sociedade em geral. Há muita gente obrigada a refazer orçamentos a cada semana, a cada mês, a imaginar poupanças onde já parecem impossíveis e a suster a respiração de cada vez que liga o televisor para ouvir as novas "sentenças" governamentais. Infelizmente, não conheço melhor alternativa àquilo que o Governo está a fazer. Manifestar-nos é um exercício saudável de cidadania (como devia ser a maior participação nos órgãos para isso disponíveis) mas é pouco mais do que isso: exercício.
É muito triste que tenhamos de viver um período assim e o pior é que o fim não está à vista porque todo o sistema mundial parece estar próximo do colapso.
Também tenho medo, faço contas, lamento o que se passa. E depois penso: o que posso fazer eu? Certamente, não é baixar os braços, fechar-me no meu egoísmo, coleccionar bodes expiatórios, ódios, ou descarregar na buzina do automóvel. Posso ajudar aqueles que conseguir. Posso trabalhar bem. Posso dar exemplos aos meus filhos daquilo que eu quero que eles sejam como cidadãos portugueses, europeus, do mundo. You may say I'm a dreamer but (I hope) I'm not the only one. Se mais nada há a fazer, cultivo a gratidão pelo muito que tenho e não o ressentimento pelo que perco nem a ansiedade pelo que ninguém sabe, de facto, que acontecerá ao virar da esquina.

2 comentários:

Vera Dias António disse...

É mesmo isso amiga, muito bem dito!
Também não acho que uma buzina faça muito ou que uma manifestação nos leve a mais. De facto, se não houvesse televisão o que é que uma manifestação faria? Excepto se implicasse um golpe de estado ou algo do género.
Também acho que não se pode baixar os braços.
Por mim, agradecendo o que tenho e um bocadinho assustada com o que ainda pode vir de complicado para a nossa gestão orçamental, eu que já faço orçamentos semanais e que aguardo o (meio?) subsídio para umas compras que pouco mais são do que básicas - isto agora que para o ano não verei nada... eu ando a trabalhar no plano B. E se calhar já o devia ter começado há mais tempo e agora não estaria tão atrapalhada.
O que sei é que tenho 3 filhos para alimentar, educar e a quem dar um bocadinho de Paz e não posso, de todo, baixar os braços. Estou a tentar o plano B, com um bocadinho de imaginação acho que conseguimos fazer algo pelos nossos e, quem sabe, pelo País.
Beijinhos, bom texto, como sempre!

Susie disse...

my feelings exactly...