01 novembro 2011
o corpo ao manifesto
Ontem desejei muito ter um daqueles andaimes que o Michelangelo usava para pintar deitado. Não sei quem é que tem a ideia de fazer um tecto com ripas de madeira de dois centímetros de largura e não se lembrar que um dia podia haver uma pessoa que ia querer esmaltar aquela treta toda (e mais os intervalos entre tabuinhas). Entretanto, vejo mais uma vez que, apesar de ter o corpo como se uma manada de elefantes estivesse estado a dançar a conga em cima de mim, eu nasci foi para os trabalhos forçados. Uma pessoa chega às portas do liceu e apresentam-lhe a economia (não suporto), a medicina (tinha de estudar química), a engenharia (aborrece-me) e lá se escolhe as Humanidades porque pode ser que dê para fazer alguma coisa interessante. Afinal, o que me interessa é a construção civil, acartar caixotes e cavar na terra. Vocaçãozinha mais proleta que me havia de sair.
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5 comentários:
É. Passamos uma vida a estudar e depois o que nos dá prazer é andar de galochas à chuva a plantar batatas. Compreendo tão bem!
eu fui burra e não segui o que me disseram: eng.ª mecânica! porque eu gosto de consertar engrenagens!
E o gosto que dá... nós pintámos a parte de tijolo da casa (a de madeira ficou para os profissionais - mas mais valia termos sido nós do nojo que ficou) e o chão do 1.º andar também fomos nós que colocámos. Fizémos um curso intensivo de aplicação de chão flutuante e colocámos tábua por tábua. E o gozo que dá ter sido fruto do nosso trabalho?!!!
Na altura pensámos deixar os nossos trabalhos e colocar uma anuncio no jornal. Além de ser giro, cada trabalho, cada novidade é mais bem pago do que aquilo que fazemos...
Força amiga, força! Sim, os tectos é que são uma treta...
Vera, podes vir consertar o meu chão, nesse caso? Ficou com umas falhas. Grata, g.
Hehehe, passei dois dias a pintar paredes e a pensar em qualquer coisa de muito parecido. Que se calhar eu podia estar a ganhar a vida a fazer isso, com menos stress, mais músculos, menos status...
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