18 janeiro 2012

tanto tempo depois

Deixar uma vida para trás é fácil quando imaginamos o que fica cristalizado, intocado. As coisas e as pessoas daquele tempo e daquele lugar continuam a mover-se dentro das suas rotinas e isso é fácil de gerir, o previsível não faz tanta falta. É só quando algo se desequilibra, quando há dor e angústia lá muito longe, onde não podemos chegar, que percebemos a distância e a dimensão da ausência. Quando há pessoas do nosso antigo dia-a-dia que não estão bem, e nós não estamos lá. Então, o nosso coração atravessa oceanos e faz-se próximo. Conseguimos cheirar o ar daquele lado, sentir o frio seco na pele, redimensionar-nos pequenos, num mundo demasiado grande. Hoje, pela primeira vez desde o regresso, quis estar em Princeton para dar um grande abraço a quem está a precisar.

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