29 maio 2014

dúvidas avulsas de mãe de um de quatro e outro de sete

Até quando é que devo não interferir (e, por interferir, refiro-me a encostar aqueles mini-terroristas a um canto com a minha frieza de psicopata) nos conflitos do mais pequeno, a quem chateiam constantemente no recreio e, volta e meia, dão um empurrão que vai longe demais?
Estarei a comprometer-lhes a socialização se não ligar o televisor nos jogos do Mundial, porque detesto futebol, não aprecio manadas febris armadas de vuvuzelas e cachecóis, e eles não ligam a futebol, de qualquer forma?
Devo preocupar-me por os meus filhos serem os únicos seres do planeta infância que se estão a marimbar para as pulseiras de elásticos?
Onde está o equilíbrio entre a mãe hipocondríaca e a mãe desleixada com a saúde dos filhos?
Devo deixar o mais novo gastar o dinheiro todo em cromos, ainda que seja também para oferecer carteirinhas ao irmão?
O que é que eles vão calçar no Verão (para quem ainda não sabe, não gosto de Crocs nem de sandálias)

16 comentários:

Ana disse...

Quando souber as respostas, faça um serviço à humanidade e diga.

disse...

O melhor conselho que te posso dar é: Segue o teu instinto.

No Verão, ténis para o dia-a-dia e chinelos para a praia ;)

(de uma mãe de uma de dezoito e outro de dezasseis e ainda mais uma de quatro, também com dúvidas e dilemas) :)

Pisco disse...

1) Lá em casa os pais gostam de futebol e o filho (8 anos) não liga nenhuma. (Mas gosta dos cromos do Mundial...) Não noto que lhe faça qualquer mal!
2) Haja outra criança que não goste das pulseirinhas! Já não me sinto uma mãe alien!
3) A primeira dúvida é a mais difícil...

Rita Camões disse...

(paez ou "genérico de paez :P)

Naná disse...

Chinelos!

O meu filho não liga a pulseiras de elástico para meu grande orgulho e alívio!

Prefere bonecada a futebol!

Mas quanto à primeira dúvida, estou na mesma... às vezes apetece-me ir empurrar alguém!

Melissa disse...

1 - até amanhã.
2 - Duvido.
3 - Não.
4 - Não faço ideia, sou hipo com ele também. :)
5 - Sandálias. Suck it up!

Carla Santos Alves disse...

1-deves interferir sempre - eu interfiro, e ligo à professora, e tudo e tudo!
2-Claro que não...eles não têm, que gostar de futebol!
3 - Nem sabes o bom que é nao teres elásticos em toda a casa!
4 - Isso, não sei sou hipocondriaca comigo e com eles, é uma trabalheira!
5 - Todo todo não...tenta gerir isso, sim? Como? Não sei! ;)
6- Calçam tenis de pano ou com buraquinhos- comprei para o meu na sport zone...

gralha disse...

Mãe Sabichona, são perguntas rectóricas, é verdade, mas sabe sempre bem o debate.

Té, isso é tudo muito bonito menos as idas para a praia com a escola.

Quando me encontrares e Naná, formemos o grupo das mães cujas crianças acham que elástico é para prender o cabelo.

Rita Camões, já têm alpercatas, sim senhora, mas o pé também precisa de arejar de vez em quando.

Melissinha, é claro que vou acabar por comprar sandálias, mas deixa-me sonhar com alternativas.

Carla Isabel, vou explorar isso dos ténis com buraquinhos (vês, Melissa?)

Quanto à dúvida número 1, naturalmente que tenho falado com as educadoras quando o Diogo se queixa de perseguição. E elas têm agido de forma correcta. O problema é que há alguns miúdos com memória de peixe e enquadramento familiar complicado, que se calhar só lá vão com uma abordagem menos politicamente correcta. Se voltar a haver uma agressão valente, vou pregar-lhes um susto. Lamento imenso mas a segurança dos meus filhos vem em primeiro lugar. E venha a peixeirada das respectivas mãezinhas :)

Ana disse...

Então sendo para o debate :) deixa-me dizer-te uma coisa com a qual muitos outros pais não concordam nada. Se o meu filho andar a ser alvo de empurrões e mais tarde quem sabe pancada, vou dizer-lhe claramente para se defender. Cá em casa não há violência, nem na família alargada, portanto pelo exemplo ninguém o vai ensinar que é dessa forma que se resolvem as coisas. Mas já trabalhei em contextos muito complicados com crianças e chega a um ponto em que todos os outros recursos não funcionam. A educadora pode intervir, a mãe pode pregar um susto, mas a criança continua a ser alvo de chacota, se não for fisica é psicológica. Claro que estou a extrapolar, estás a falar dum empurrão e muito provavelmente não passará daí.

gralha disse...

Concordo 100% contigo, Mãe Sabichona. E desejo muito nunca precisar de ter essa conversa.
(já com o mais velho tenho tido experiências de light bullying, se é que isso existe - até agora, a coisa foi lá com conversa e ameaças assertivas)

Pisco disse...

Tenho de concordar com a Mãe Sabichona.
quando o meu filho tinha 4 anos, passou pelo mesmo. (E curiosamente, o "agressor" era um miúdo mais pequenito...) Como vi que a conversa já não resultava e percebo perfeitamente que seja completamente impossível a uma educadora controlar todas estas situações (seria preciso uma educadora para cada criança), tive de dizer ao meu filho que se defendesse. "Se ele te der uma estalada, dá outra a seguir e vais ver que isso terá de acabar."
MAs custou-me horrores ter de lhe dizer isto e ouvi-lo responder-me "ó mãe, mas bater é errado!". Acabámos pro chegar ao acordo possível: nunca ser o primeiro a bater, mas fazê-lo em caso de defesa.
O que é certo é que resultou. E esse menino acabou por se tornar um bom amigo, vá-se lá perceber...
Enfim, isto não é nenhuma receita, nem conselho. É só para, se tiveres de chegar a este ponto, te sentires mais acompanhada.

Ana disse...

Exacto, é assim que penso. Bater só em último recurso, mas a verdade é que quando uma criança aprende a defender-se, os outros automaticamente passam a respeitá-la mais. Há uma característica comum em grande parte das vitimas de Bullying, que é o facto de serem um alvo fácil para os que têm tendência a ser agressivos. O meu filho ainda é bebé e não tenho pressa nenhuma que chegue a essa fase...

calita disse...

Apesar de os rapazes chegarem a casa com marcas de dentes e arranhões devo dizer que nunca senti necessidade de intervir (eles sabem bater, mesmo sem lhes ter dito nada).
Com a mais velha ocorreu-me fazer isso, no 6.º ano, por causa da violência psicológica a que foi submetida por toda a turma, mas contive-me.
Foram tempos difíceis, mas coisas acabaram por se resolver.

gralha disse...

Ainda não ensinei a bater (e, não, eles não sabem) mas já tentei ensinar a fazer ar de durão ameaçador. Riram-se de mim.

(o que é capaz de dar um post um dia destes acerca de como os meus filhos não conhecem mesmo o meu lado negro da Força. Nem tenho vontade nenhuma que conheçam)

Gaivota disse...

E os ténis tipo sandália? (é sempre isso que compramos). Pulseiras de elástico chegaram aqui ontem e durante muito tempo ele não quis ter a nada a ver com, acho normal quererem ou não acompanhar a moda.Nós também o fazemmos, é mesmo assim a vivência em sociedade, às vezes alinha-se, outras, nem por isso.

Bullying é outra conversa, nunca interferi, até ver, porque o crianço empurra e bate quando é empurrado/ batido. Falo para não iniciar, para tentar resolver a bem, etc, mas sei que ele não se fica e sinceramente, apesar de odiar esta cena de se dizer que eles devem aprender a defender-se, eu acho é que eles devem aprender a respeitar-se e a cuidarem-se, quando há maldade ou estupidez alheia é bom que eles saibam lidar com isso.

Eu deixava-o gastar o dinheiro todo em cromos ;)

Anónimo disse...

quanto a ver futebol na tv: deixe-os escolher. não se substitua à consciência deles.