O tempo passa, eles crescem, e parece que aumenta a desproporção entre adultos e crianças lá em casa. Não é que esteja a dar a mão à palmatória para reconhecer que os miúdos crescidos dão mais trabalho que os bebés, mas dão um trabalho mais elaborado. Aqueles seres mais ou menos inertes, anémonas sociais, passam a ser cada vez mais pessoas. E nós, crescidos, temos de nos habituar às novas nuances, dançar ao ritmo de diferentes sensibilidades, susceptibilidades e maneiras de estar.
Em suma: o pequeno toureia-nos. Tão depressa é um doce irresistível como um tiraninho implacável, um napoleãozeco que precisa muito que lhe assentem os pés no chão; já o grande vê a sombra do outro a aumentar depressa, se calhar mais do que nós. Anda murcho e a precisar de mimo. Com quase 5 anos, numas coisas é tão maduro, e noutras tão bebé. Tento cultivar-lhe a inocência temperada com a assertividade necessária. Olha, pode ser que aprendam um com o outro, que nós, adultos, também andamos um bocado aos papéis.
2 comentários:
Do texto, percebo-te até ao tutano; do título estou maravilhada com a tua capacidade de traduzir o sofrido(e também doce) dia-a-dia numa linda frase: gestão de recursos humanos, é que não podia ter outro nome esta coisa de ter crias e de as (tentar) educar com tudo o que implica.
:) é isso
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