20 março 2012

in veja

Não compreendo isto do bicho que nos rói quando alguém tem/ é/ consegue alguma coisa e nós não. Acho que nunca senti verdadeiramente uma trinca desse género, porém testemunho o fenómeno. A minha sociopatia impede-me de dar grande importância às opiniões dos outros mas, estranhamente, alegro-me com as conquistas daqueles de quem gosto. Quanto aos restantes, tanto me faz. Que irracional esta amargura que nos faz remoer no por que é que ele assim e eu não? Que desperdício de energia. Que infrutífera actividade a de argumentar acerca da justiça da distribuição divina de sortes e azares; e, contudo, a inveja move tanta gente e paralisa tanta mais. Às vezes parece que a inveja é a última forma de relação com o outro num mundo virado para o seu próprio umbigo. O egocêntrico, em vez de ver, in veja.

4 comentários:

Silvina disse...

Eu in vejo, mas de forma saudável! ;)
Um beijinho*

Ana C. disse...

Sinto muitas vezes in veja, sim. Sou uma grande vache, mas passados aí 10 minutos desaparece :)
Isso e sentir pena de mim própria, come muito tempo e provoca maleitas físicas relacionadas com a bílis.

gralha disse...

Meninas, isso não é inveja, é querer coisas boas (e achar que se merece mais). Inveja é apodrecer um bocadinho por dentro de cada vez que alguém tem um sucessozinho de nada.

Anónimo disse...

Eu só tenho inveja dos c*br**s a quem sai o euromilhos e não me importava de ser uma grande v**a com essa sorte. De resto, sinceramente, não me afronta nem me desafronta. Talvez porque dou muito valor ao que tenho e a quem somos - nós, a minha família.
Pior do que sentir inveja são as pessoas que têm a mania que toda a gente tem inveja delas, isso ainda me deixa mais perplexa... e há-as, que as há, há que eu conheço pelo menos duas.

Fora isso hoje soube de uma pessoa muito próxima minha cujo marido tem cancro e a quem a sogra disse que quando ele morrer vai (a sogra) ficar com uma bela casa. Posto isto, que escrevo porque estou particularmente apavorada com a estupidez humana. Tanto sentimento mau por aé, não é?!!!

Vera