03 julho 2011
ainda vais a tempo
Pessoas que gostam de mim continuam a alertar-me para o poço dos infernos que é voltar a Portugal, neste momento. São queridas e bem intencionadas. Mas deixem-me tentar explicar, sem ser com o argumento fatalista da pátria e da alma e do Tejo: isto tudo, meus amigos, é só um mundo. É todo ele mais ou menos o mesmo. O céu é o mesmo. As pessoas são basicamente as mesmas. Os sorrisos são os mesmos. A escuridão é a mesma. As regras de trânsito, a comida, a música, os cheiros não são os mesmos. Mas o fundamental não difere assim tanto. Há dias fáceis e há dias difíceis em todo o lado. E chega uma altura em que temos de decidir se queremos estar onde somos realmente felizes ou se queremos continuar a forçar a felicidade só para dizermos que if I can make it there, I'll make it everywhere. Recuso-me a desempenhar um papel quando não fui eu a escrever o guião, ainda que a história pareça ter mais consistência. A minha vida pode ser americana, pode ser outra coisa qualquer. Mas a vida que eu quero construir para mim - e para os meus filhos, já agora - é portuguesa. Com muitos temperos e amigos do resto do mundo, se possível.
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6 comentários:
O mais importante é estar em casa.
Deve ser por isso que sonho tanto com casas. Preciso tanto de chegar ao dia em que me sinto na minha casa.
Eu sei como é. Só me sinto em casa aqui. Afundo junto com esta terra.
Eu também regressei a Portugal em 2008 e os comentários eram sempre de que isto está péssimo, e a crise e mais não sei quê. Se eu estivesse à espera que Portugal melhorasse para regressar, bem podia esperar sentada...
E sim, correu tudo bem, apesar de termos vindo com uma mão à frente e outra atrás.
E quem fala assim não é gago :)
E cá terás muitos Portugueses à tua espera!!! Para tornar os dias dificeis em dias menos fáceis!
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