19 julho 2011
força, tu vais conseguir
Aqui há dias, segui uma ligação (acho que da Melissa) para um texto que falava do problema da educação das crianças de hoje, que esperam a felicidade como um direito de nascença. Aquilo fez tudo um grande sentido para mim, à excepção da ideia de que não se valoriza o esforço. Parece-me que, em muitas situações, sobrestimamos o poder do esforço. Vende-se muito a ideia de que, se nos esforçamos o suficiente, conseguimos alcançar seja o que for. Não conseguimos, não senhor. Eu nunca poderia ser uma boa jogadora de vólei, nem que treinasse oito horas por dia. O meu marido nunca conseguiria dançar com desenvoltura, nem que o Nureyev descesse à terra e o encostasse à barra meses a fio. O talento existe, não é um mito maldoso inventado por um grupo fechado de perfeccionistas que não deixa mais ninguém entrar. Há pessoas com talento, pessoas com vários talentos e pessoas com imenso talento; e também há pessoas que não têm jeitinho nenhum para nada. É injusto, como tantas outras coisas na vida. É claro que o esforço é essencial e nada resulta apenas do talento. Mas já é tempo que alguém tenha a coragem de dizer you don't have it in you. E nós, comuns mortais, prosseguimos com a nossa vida banal de adoração dos escolhidos. Pelo menos o dom da apreciação foi distribuído mais democraticamente.
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2 comentários:
Concuerdo, Gralha. Mas acho que o que o texto diz é que o talento é muito mais valorizado do que o esforço, e eu também acho isso errado. Fora a pura e dura sorte, só o esforço leva ao êxito. Esforço com talento, então, são uma dupla imbatível. Mas só o talento - que é o que se valoriza na educação da classe média brasileira - de muito pouco vale.
E sim, ver a cara dos putos no American Idol, quando descobrem que não cantam um caracol, faz muita peninha. As mães podiam ter-lhes dito qualquer coisa antes, direccionar a "paixão" e o "bichinho" para outra coisa qualquer.
É mesmo isso, Melissa. Missão de pai é direccionar.
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