Isto agora vai soar muito New Age mas é verdade: vivemos (no Ocidente, hoje em dia) muito desligados do nosso corpo. Cobrimo-nos de cremes, adornamo-nos, perfumamo-nos, dopamo-nos, mas não sentimos o pulsar do sangue nas veias nem as endorfinas que acalmam um músculo dorido. Vivemos de costas voltadas para os ossos, tendões, cartilagens que nos sustentam e só dão sinal de vida quando alguma coisa dói.
Mais do que pela imagem ou por um conceito mais ou menos abstracto de saúde, é por isso que gosto de fazer exercício. Para sentir o meu corpo. Para usar o meu corpo. Porque é tão estúpido desprezar o corpo como desconhecer o tipo de música que nos faz vibrar, os livros que nos alimentam, as imagens que nos tocam. Nem sempre gostei de fazer exercício. Até aos 17 anos, e graças à formatadíssima e limitada Educação Física de tantas escolas portuguesas, detestava tudo o que tinha a ver com mexer-me. E depois conheci o remo, a corrida, a dança, o yoga, e não quis mais parar. Quando paro, definho. Definham os músculos e definha-me o ânimo. Fico velha, (ainda mais) chata, cansada. Por isso, gente, a sério, mexam-se. Toquem-se. Sim, isso mesmo que estão a pensar.
4 comentários:
Diz-lhes gralha! ;)
uhuuu
muito verdade. daí que ainda ontem o rui me tenha perguntado quando deixo de usar a máquina de fitness para acumular roupa por passar e lhe dou o uso devido. ando tão preguiçosa. o certo é que quando mexemos o cropo nos sentimos mais vivos, é essa a palavra, mais vivos!
beijinhos!
Eu descobri a natação no ano passado, aos 35. Agora vou religiosamente 3x por semana (com aulas, que ainda há exercícios que só faço se me mandarem) e planeio ir 5x/semana no ano que vem.
Na escola sempre tive um 3 por misericórdia a educação física, para não estragar as outras notas. E a minha avó dizia que eu tinha um trabalho insano a arranjar forma de não fazer nada.
O que é que eu gosto? Não é de sentir o corpo da mesma forma que tu. Na água sente-se menos o corpo... Gosto de estar a aperfeiçoar uma nova skill. Gosto de ter desafios "aventura" (isto sempre gostei). Tipo: nadar até à ilha do Pessegueiro. Atravessar o rio qualquer coisa. Continuo a detestar a dor de burro, tenho falta de resistência. Mas adoro as dores nos músculos e o dormir seguido até ao dia seguinte e sentir que a noite me restaura.
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