20 julho 2011

a verdade, verdadinha

Eu e o meu homem, noite de Verão, quarto, janela aberta.
Ele: Estás assim contente porque vamos voltar para Portugal.
Eu: Pois estou. E já sei que tu não estás, tenho pena.
Ele: Não, vou arranjar um bom emprego e vamos poder viajar. Vamos às Seychelles.
Eu: Isso. Mas dispenso as Seychelles. Vamos à Costa Rica. Ao Equador. Ao Senegal.
Ele: Ao Japão. Ao Cambodja.
Eu: À Índia. À Argentina.
Ele: Ao Perú.
Eu: Boa. E a Nova Iorque.
Ou, como uma pessoa pode passar dois anos mesmo, mesmo ali ao lado e não estar lá, comprar o bilhete de ida-e-volta de comboio meia dúzia de vezes mas não ver um espectáculo, não experimentar um restaurante, não conhecer os recantos improváveis, não a-pro-vei-tar. Porque não dá. Porque não somos um casal de turistas em férias, nem sequer a fingir por umas horas. E isto, senhores, há que dizê-lo, deixa-me chateada que nem um boi.

2 comentários:

Vera Dias António disse...

Esta verdade é, de facto, agridoce. tão perto e tão longe, não é?!!!
Mas, vendo bem as coisas, é como viver em portugal e não conhecer o país, o que é uma realidade para muito boa gente, eu incluida.
Posso dizer-te que, como turista e naquele sentido do à descoberta de um país conheci mais da bélgica nos 6 meses que lá "estudei" (as aspas estão ali muito bem, não estão?!LOL) do que conheço efectivamente de Portugal, juro!
É a vida.

Luna disse...

não me digas calhou-te o euromilhóes não disseste nada aqui ao pessoal.
se vieres para terras lusas, faz favor trazer casacos vais precisar deles, parece verdadeiro verão ficou desse lado do atlantico.
bjos