01 setembro 2011

balde de água fria

A primeira recordação que tenho do meu marido é do dia em que ele fez 16 anos. Estávamos todos no ginásio a treinar, ele acabou uma série de abdominais e eu fui buscar um balde de água e despejei-lho em cima, com um sorriso rasgado e um caloroso "parabééééns!". Constato agora quão simbólico foi esse acto e quão profético da geração vindoura.
Foi uma parvoeira, claro que sim. Ainda para mais, não foi a única vez que fiz uma coisa deste género. Mas, ao passo que outros houve que reagiram com um murro nos meus dentes (e ganharam um murro no nariz, de brinde), o bom rapaz que o meu futuro cônjuge sempre foi ficou dividido entre a estupefacção e a superioridade perante gesto tão insignificante. E o que é que isto diz de mim? Que fazia coisas muito parvas, por exemplo. Que sempre tive dificuldade em conter os impulsos e medir as consequências dos meus actos. E que já arranjava maneiras mais meiguinhas de chamar a atenção do sexo oposto.
E agora, passados 14 anos, o que é sucede? Sucede que temos um filho pacífico, que só quer estar de bem com tudo e com todos. E depois temos outro que é o cúmulo da meiguice, enche-nos de abraços e beijinhos, só para depois nos bater e puxar o cabelo (e depois fazer festinhas, rapidamente arrependido). Ter filhos também é isto, é olhar um bocadinho ao espelho e perceber melhor certas coisas.

5 comentários:

Filipa disse...

Pois eu achei a tua abordagem espectacular! :) E vai ser sempre um momento a recordar.

Jolie disse...

estás a falar da malta da minha casa? :p

(com a diferença que a primeira vez que vi o meu actual marido, eu tinha namorado - outro que não ele obviamente :p - e achei-o um puto mimado da pior espécie :p)

Naná disse...

Foi uma baldada marcante, portanto! Vês como fazias coisas parvas, mas que deram bons resultados?!

Especialmente Gaspas disse...

Ah, tou a ver... a técnica do balde era a prova de qual servia para marido!! Escolheste o que não te esmurrou!! hihi

Vera Dias António disse...

ahahah, que fixe! Pois que a nossa história, o 1.º contacto se deu à porta do HP Júlio de Matos, e sim, é uma relação muito louca, LOLLLLL!!!
Já a 1.ª vez que ele me telefonou foi pq ficou fechado cá no trabalho, embora na altura não nos dessemos, mal nos falávamos. Alguém lhe disse que eu devia ter a chave e ele ligou-me. Sinceramente não me lembro mas ele diz que fui estupida nas horas, respondi-lhe mal e nem me movi um centimetro para lhe arranjar forma de sair daqui. Anos mais tarde ele deu uma formação pós-laboral e eu fui fazê-la e pronto, cá estamos. A formação era de criação de páginas web, ainda hoje não percebo nada, daí ter casado com o formador! Esperta, a menina!
Beijinhos!
Já em contagem decrescente???!!!!!!